#150 – Bolívia a la Taiti

Crônicas das Copas - da simpatia boliviana com o "Urugay" de 1930 ao primeiro gol marcado em Mundiais, em 1994

por Lívio Angelim | seg, 13/01/2014 - 22:07
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Foto: Fifa.com Seleção boliviana em 1930 quase mandou a mensagem certo, com exceção do "U"

Há quase 84 anos, o mundo recebia a primeira Copa do Mundo. A competição iniciou com um mínimo de estrutura e uma porção extra de bizarrices. Dentre jogadores que atuavam com chapéu, times que só aceitavam entrar em campo com a própria bola e gols com autoria indefinida, perpetuou o boliviano Ulises Saucedo.

Comandante da seleção do País na Copa de 1930, o boliviano se destacou em outra função. Isso porque, quando a Bolívia não atuava, Saucedo estava à disposição para arbitrar os jogos do Mundial. Trabalhou em seis partidas. Foi técnico em duas e atuou na arbitragem em outras seis. Não se destacou como treinador e teve uma participação polêmica.

Os fatos mais curiosos do jogo entre Argentina e México, em 19 de junho de 1930, foram praticados pelo boliviano. Ulises Saucedo foi o responsável pelo apito daquele confronto. Alguns dizem que a partida teve cinco penalidades máximas. À época, porém, não havia marcações no gramado. E o juiz e técnico da Bolívia errou na contagem de passos, a fez superior aos 11 metros determinados pela Fifa. O que eram pênaltis, tornaram-se faltas sem barreiras. O México ainda converteu um, mas perdeu por 6x3 para forte time de Stabile.

A simpática seleção boliviana de 1930 desembarcou no Uruguai após golpe de Estado na Bolívia. O time, que já não era tão bem preparado, entrou na Copa do Mundo ainda mais fragilizado. Na estreia, em 7 de junho, os 11 atletas da seleção comandada por Ulises Saucedo estava prontos para entrar em campo com uma mensagem e cada jogador vestia uma letra. No entanto, um dos atletas que vestia a letra “U” não pôde participar da foto e ficou registrado o: “VIVA URUGAY”. O time perdeu por 4x0 para a Iugoslávia.

Na partida seguinte, a equipe já estava eliminada. Assim como o adversário, o Brasil. E ambos entraram em campo vestindo branco. O árbitro da partida, o francês Jonh Balway sorteou quem mudaria o uniforme e a Bolívia deu azar de ser a escolhida. Para piorar não tinha um padrão reserva. Então, os bolivianos atuaram com a camisa azul – emprestada pela seleção uruguaia – perderam o jogo por 4x0.

 Os bolivianos foram eliminados. O País ainda voltou a disputar uma Copa do Mundo em 1950, quando “herdou” a vaga da Argentina. Entretanto, foi mal novamente e terminou o torneio na última colocação. A Bolívia ainda se classificou em 1994. Perdeu um jogos e empatou outro. Já eliminado, o time comandado por Francisco Azkargota foi derrotado pela Espanha na última rodada. Mas fez a nação comemorar pela primeira vez na história um gol em Mundial: Erwin Sanchez soltou uma bomba de fora da área e enganou o goleiro Zubizarreta. Os bolivianos deixaram os Estados Unidos na 21º colocação – à frente apenas de Camarões, Marrocos e Grécia –, no entanto, mais satisfeitos do que nunca.

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