O batuque dos blocos e trios elétricos contagia e arrasta os foliões em Recife, Olinda, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e outras regiões do país que já respiram o carnaval. O ritmo da batucada de momo é contagiante para os apaixonados pela festa de rua, porém, toda essa animação pode custar um preço à saúde.
Manter-se bem alimentado, hidratado e protegido contra a radiação solar são cuidados imprescindíveis, mas não são tudo: cuidar da audição também deve entrar neste pacote. Isto porque o volume das caixas de som, música alta nos clubes e quadras de escola de samba e trios elétricos nas ruas podem trazer problemas à audição, provocando sensações de surdez e provocando zumbidos no dia seguinte à folia.
De acordo com especialistas, a pessoa que permanecer próximo ao som muito alto pode sofrer danos na audição. Está comprovado que sons acima de 85 decibéis são prejudiciais à saúde auditiva, se o tempo de exposição ao barulho for prolongado. No carnaval, medições realizadas em anos anteriores chegaram a apontar impressionantes 120 decibéis, intensidade próxima a de uma turbina de avião. "Por causa da intensidade do barulho, as pessoas podem ter a sensação de pressão nos ouvidos e dificuldades para ouvir", lembra a fonoaudióloga Marcella Vidal.
Como se proteger?
Para quem pretende se esbaldar em blocos, bailes e trios elétricos, a fonoaudióloga recomenda uma distância mínima de 10 metros do equipamento de som, além do uso de protetores auriculares, que diminuem o impacto do barulho nos ouvidos. Os ritmistas também devem usar a proteção. "O atenuador nos ouvidos vai diminuir o som. Ele pode ser utilizado dentro das quadras das escolas de samba, em trios elétricos e em bailes, permitindo que se escute a música em um volume aceitável", explica a fonoaudióloga.
No caso das crianças, os cuidados devem ser redobrados. O barulho em excesso gera irritação, choro e elas podem sair dos ambientes com um forte zumbido no ouvido, sem que os pais percebam.
Quais são as consequências da exposição prolongada?
O som alto, por anos seguidos, pode levar a diversos graus de surdez, conforme a sensibilidade de cada pessoa. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia estima que cerca de 15 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de perda auditiva. Portanto, é necessário reforçar os cuidados com a audição nessa época do ano.
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