Um parque, muitas histórias

por Thabata Alves | seg, 31/10/2011 - 08:58
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Quem não tem uma boa história ou recordação do Parque 13 de Maio que se aprece em visitar o local, porque com certeza terá. Por lá passam vendedores de alegria, como seu José Germano; é cenário para um início de namoro, como aconteceu com o cantor gospel Marcos Ovelha; e acima de tudo é espaço garantido de diversão para a criançada. E foi em busca dessas boas lembranças que seguimos para lá. Confira.

Aos 63 anos, ele levanta às 5h e segue do Morro da Conceição, em Casa Amarela até o Parque 13 de Maio, em Santo Amaro. Essa rotina é seguida diariamente há 31 anos por seu José Germano Dias da Silva. No Parque ele vende bolas, bonecos infláveis e outros tantos brinquedos. Faz a alegria da meninada. Casado com a dona de casa, Cosma Bezerra da Silva, 65, há quase 36, seu José Germano conta que foi do comércio informal que ele sempre garantiu o sustento dos seus oito filhos.

“Toda vida trabalhei aqui (Parque 13 de Maio). Consigo apurar pouco mais de um salário mínimo por mês. Sou muito feliz com meu trabalho. A nossa alegria são as crianças, nós vivemos (se referindo ao sustento) das crianças. Fico alegre quando nos finais de semana elas enchem o Parque. Fico feliz quando elas compram as minhas bolas ou até quando só olham os brinquedos e não levam nada”, descreveu.

Localizado em meio ao corre-corre do sistema metropolitano, as necessidades econômicas da cidade de pedra não excluem os benefícios do contato com a natureza, com os animais, o convívio com as pessoas ou ainda a satisfação em participar das atividades lúdicas encontradas no Parque. Por lá passam todos os dias das 5h às 22h (horário de funcionamento) milhares de crianças, adultos, idosos, estudantes, corredores, turistas, vendedores ambulantes, comerciantes informais, evangélicos, moradores de rua e até usuários de drogas. Todo tipo de gente. Vão a passeio, a trabalho ou para namorar.

Para seu José Germano o local é um dos principais pontos turísticos e de lazer da capital pernambucana. “Esse Parque é um cartão postal do Recife, precisa ser cuidado com carinho. Tenho muitas lembranças dos meus filhos pequenos brincando por aqui, era tudo muito bonito e organizado, os brinquedos eram novos. Hoje já são meus netos que vem para cá brincar”, comentou o comerciante que tem uma história de vida que se confunde com a história do Parque.

É para viver momentos de lazer com a família que outro José vai algumas vezes por semana ao 13 de Maio. O mineiro José Serafim de Oliveira, 85, mora a duas quadras do Parque, na rua da Aurora, há 35. “Venho sempre com minha filha e minha neta, caminho e depois fico observando minha neta brincar. Também trazia meus filhos quando eles eram crianças, eles gostavam muito de vir brincar nesse lugar. Antigamente eu tinha um grupo de amigos que caminhavam comigo aqui no Parque. Lembro que fazíamos confraternizações com nossas famílias aqui, era muito bom”.  

Mas não é só quem mora na área em que está localizado o Parque que é frequentador assíduo do local. A dona de casa Alessandra Belarmino Sidrone, 32, moradora de Paulista, sempre que pode leva os quatro filhos para lá. “Faço questão de trazer os meus filhos sempre que posso ao Parque 13 de Maio. Eles podem ter contato com a natureza, com os animais, além de se divertirem nos brinquedos. Uma pena que não posso vir mais vezes, pois moro no Janga”, contou.

Já as recordações do cantor gospel, Marcos Ovelha, 48, são do início de namoro com a atual companheira. “Foi aqui no Parque que beijei pela primeira vez a minha esposa. Estávamos naquela fase da paquera e a convidei para conversar aqui no Parque. Ela estava muito tímida, mas fui aos pouquinhos conquistando sua confiança, até que rolou o beijo. Foi um dia muito especial e inesquecível que vivi aqui”.

A afinidade do comerciante José Germano com o Parque vai além do carinho que tem por trabalhar para a garotada. O Parque 13 de Maio tem um significado especial para ele. “Isso aqui representa para mim minha vida, eu vivo daqui. É aqui que eu tiro meu sustento, meus filhos cresceram aqui dentro, viveram aqui dentro. Esse Parque pra mim é tudo. Abaixo de Deus é o Parque 13 de Maio, de onde eu levo meu pão pra casa”.

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