Análise Tática: Ricardinho começa a achar equilíbrio

Apesar da derrota, treinador do Santa Cruz encontrou soluções para o sistema defensivo

por Clauber Santana | ter, 03/03/2015 - 15:51
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A impaciência do torcedor do Santa Cruz com o técnico Ricardinho é justificada pelos resultados. Foram quatro jogos oficiais, três derrotas (duas em casa) e apenas uma vitória. No entanto, é importante ressaltar que o treinador ainda busca a equipe ideal neste início de trabalho. Contra o Salgueiro, no último sábado, a derrota por 1 a 0 não pode apagar o que a equipe fez de bom no primeiro tempo. Aos poucos, Ricardinho começa a encaixar os jogadores e encontrar o equilíbrio na equipe.

Ainda com alguns desfalques, o treinador coral repetiu o mesmo time do segundo tempo da vitória contra o Central. Assim, o Santa Cruz foi montado no tradicional 4-4-2 com Bileu improvisado na lateral direita, João Paulo como volante e, na frente, Waldison e Betinho. Na criação, Guilherme Biteco e Emerson Santos aberto pelas pontas. 

Com esta equipe, o Tricolor ganhou mais equilíbrio. A entrada de Bileu deu consistência ao setor, apesar de ele também subir ao ataque constantemente. O volante já mostrou que é muito mais confiável na posição do que Moisés. Assim como Renatinho na esquerda. Todos já conhecem o potencial dele e na concorrência com Léo Veloso, ele também sai na vantagem.

No meio-campo, Ricardinho optou por deixar seu jogador com melhor passe como responsável pela transição. Praticamente todas as jogadas começaram nos pés de João Paulo. O problema é que o meia cansou por querer também chegar ao ataque com frequência. No final do primeiro tempo e depois dos 15 da etapa complementar, ficou evidente o cansaço do atleta, que já não rendia o esperado.

Pelo lado direito, Guilherme Biteco foi o melhor jogador coral em campo. Com velocidade e habilidade, o meia deu uma boa dinâmica de jogo à equipe. Enquanto Emerson Santos não foi tão participativo. E, aí, vai a crítica a Ricardinho. O treinador sacou Biteco e colocou Raniel, após o gol do Salgueiro. Mesmo o treinador justificando o cansaço para a mudança, Biteco poderia ter ido para o sacrifício porque o Santa estava perdendo e ele era peça importante em campo.

Enquanto no ataque, Waldison teve uma boa movimentação. Embora como segundo atacante, voltou para ajudar na criação. Já Betinho foi o jogador mais perigoso, teve presença de área e colocou duas bolas na trave. Porém, nenhum dos dois deve ser titular quando Anderson Aquino e Bruno Mineiro voltarem.

Por tudo isso, não dá para execrar todo o trabalho de Ricardinho. Os resultados influenciam muito, mas já há uma evolução aparente na equipe. Com todas as peças à disposição, o treinador pode melhorar o desempenho do time. Não será por falta de tentativas. Ao menos, taticamente, o comandante coral mostrou ter alternativas. Falta agora executar da melhor forma.

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