Viagens no tempo

Diego Rocha, | qua, 22/07/2015 - 11:21
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Um tema que embala vários filmes de ficção científica e que tem reaparecido nos cinemas atualmente, as viagens no tempo são sempre muito intrigantes. Dependendo do roteirista, várias explicações e várias mecânicas de como conseguir o deslocamento temporal podem ser apresentadas, mas alguns padrões costumam ser mantidos.

Um dos pontos mais recorrentes entre esses padrões é o paradoxo. O paradoxo é uma contradição que resulta da mudança no passado causada por quem veio do futuro. Afinal de contas, quem viaja do futuro para o passado SEMPRE altera o passado... seja propositalmente ou acidentalmente. Paradoxos são situações que impedem a lógica da própria existência, o mais popular sendo "o paradoxo do vovô"... Uma situação em que a pessoa que volta no tempo encontra seus antepassados e mata esse antepassado ou de alguma forma impede as condições para o seu próprio nascimento. Imagine que essa pessoa nasceu em 1981 e no ano de 2015 volta no tempo para o ano de 1975 quando seus pais se conheceram e impede que se conheçam. Se eles não s conhecem, não namoram e ele não nasce. Mas se ele não nasceu ele não pode voltar no tempo. Se ele não voltou no tempo ele não impediu o namoro e assim, ele nasceria normalmente. Se ele nasceu normalmente, o que o impediria de voltar no tempo? Esse looping é o paradoxo e isso poderia fazer a realidade deixar de existir como a conhecemos.

Vamos observar alguns casos recentes e de que forma cada um deles aborda a viagem no tempo:

1) X-Men: Days of Future Past

No filme mais recente da franquia X-Men, Days of Future Past, o método para voltar no tempo foi o poder mutante Kitty Pride (embora nos quadrinhos tenha sido a mutante Rachel Grey). Através do seu poder ela desloca a consciência de Wolverine para que assuma o controle do seu próprio corpo décadas no passado para que ele possa mudar eventos que (eles acreditavam) levaria à situação terrível em que se encontravam. Segundo o filme indica, as alterações deram certo e a história foi reescrita a partir da década de 1970.

2) Efeito Borboleta

Neste filme, que fica no limiar entre a ficção científica e o romance, não há uma explicação clara para a forma como a viagem no tempo funciona, ou mesmo SE É uma viagem no tempo ou algum tipo de poder de alteração da realidade... O fato é que o personagem central se mostra capaz de reviver certos momentos de sua vida, podendo agir de forma diferente. O nome do filme se dá em homenagem à teoria do caos que diz que o bater das asas de uma borboleta pode causar furacões do outro lado do mundo pela forma como altera os acontecimentos. No filme, sempre que um momento de sua vida é revivido no passado as consequências no presente são enormes (algumas para o bem e outras desastrosas). E é um dos filmes mais elegantes que eu já assisti.

3) O Exterminador do Futuro: Gênesis

Neste que é o quinto filme da franquia, a volta no tempo em si não é particularmente abordada (uma grande máquina, muitas luzes, alguns raios de energia e pronto). A ideia de voltar no tempo e alterar o futuro é usada de uma forma um pouco mais criativa, aqui. Se uma volta pode alterar o passado e transformar todos os eventos posteriores, o que aconteceria se uma outra viagem mandasse alguém para um momento ainda mais no passado? Isso quer dizer que a mudança do passado não tão antiga já teria sido alterada.

O filme se dá ao luxo, em uma determinada cena, de lançar a pergunta: "se alteramos o tempo, essas alterações ainda nos afetam ou nos tornamos imunes por sermos agentes sobre o tempo"? Essa simples questão (que se perde porque o filme é primordialmente um filme de ação) poderia ser levada na profundidade e redefinir a teoria dos paradoxos e levar os filmes de viagens no tempo a outro nível. Seria, poderia, teria... mas não foi ainda. Quem sabe em outro filme.

E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é do filme "De Volta para o Futuro", lançado no ano de 1985, onde o próprio enredo do filme se baseia na viagem no tempo, os esforços de um cientista em atingir esse objetivo, as dificuldades da viagem e as trapalhadas do jovem amigo do cientista para tentar recriar as condições para retornar ao seu tempo. O motivo de não incluir esse filme na listagem é porque simplesmente ele é um clássico... Não parece certo mexer com um clássico, mesmo que seja para elogiá-lo.

Até hoje as referências das datas mostradas nos filmes dessa trilogia são esperados, celebrados e comentados por toda a comunidade nerd.

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