Será que as pessoas mais inteligentes têm melhores desempenhos e são mais bem sucedidas do que os menos inteligentes? É com esta indagação que Robbins* inicia a “4ª verdade sobre Gestão de Pessoas”.
Obviamente existem diversas e divergentes opiniões sobre o assunto, mas há também provas, confirmadas por dados de investigação, que se pode chegar a esta conclusão, eis algumas delas:
1) Existe uma aproximação entre os valores do QI e o significado comum do uso da palavra inteligência.
2) Os valores do QI são estáveis, mesmo que não sejam constante na vida da pessoa.
3) Quando bem aplicados, os valores dos testes de QI não são influenciados por questões econômicas, étnicas e outras.
4) Os colaboradores mais espertos são, geralmente, os mais capazes.
Será que todas as funções requerem o uso da Inteligência?
Sim, pois o trabalho exige a nossa capacidades cognitiva, o uso do raciocínio e a tomada de decisões.
Altos índices de QI mostram uma forte correlação do desempenho, especialmente em trabalhos novos e ambíguos, nos processos de mudanças ou nas profissões que são multifacetadas como engenharia, contabilidade, arquitetura, física, investigação científica. Mas também o QI é um bom indicador em funções menos complexas como artesanato, o trabalho de uma secretária ou de um policial. Mas, o QI não é tão exigido para trabalhos não qualificados ou que requeiram tomada de decisões rotineiras ou resoluções de problemas simples.
Certamente que a Inteligência não é o único fator que influencia o desempenho na função, mas pode ser o mais importante. Numa entrevista de emprego, por exemplo, é o melhor indicador do que os certificados de habilitações e a verificação de referências, por isto se investem nos testes para aferição do QI.
Mas, a Inteligência é aprendida ou nasce-se com ela?
Há uma forte componente genética do QI, ou seja, 70% ou mais da nossa inteligência é herdada. Podemos observar, por exemplo, que os QI médios mostram diferenças de acordo com questões étnicas e econômicas, o que leva alguns críticos a ficarem incomodados, devido as medições de QI serem discriminatórias e por esta razão não deviam ser aplicados. No entanto, Robbins não concorda com isto, afirma que existem provas que demonstram que os testes não estão enviesados em direção a um grupo em particular, são credíveis.
Conclui-se, então, que esta é a melhor aposta na hora da contratação: “se quiser contratar a melhor força de trabalho possível, quando tudo o resto é igual, contrate as pessoas mais inteligentes que encontrar” (Robbins, 2008 p.21).
Nosso Convite:
Convido você a (re)ver “O Estagiário”, um filme interessante com Robert De Niro e Anne Hathaway, em que podemos analisar esta questão da contratação de pessoas inteligentes, que independe da idade. Aproveite para refletir!
*Stephen P. Robbins aborda este assunto no livro: “O Segredo na Gestão de Pessoas – Cuidado com as Soluções Milagrosas”, 1ª ed., Lisboa: Centro Atlântico, 2008.
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