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Terceirizados, com atuação em escolas municipais de Peruíbe, no litoral de São Paulo, foram ameaçados após cobrarem salários e benefícios atrasados. Os funcionários, que trabalhao na limpeza das instituições, estão há três sem receber e, na tentiva de um retorno sobre o pagamento, estão recebendo de um profissional de Recursos Humanos da teceirizada ameaças de demissão e pedidos de busca por "um emprego melhor".

Em entrevista ao site G1, uma funcionária da terceirizada, que não foi identificada, relatou que o único benefício ainda pago é o vale-transporte e que a única vez que recebeu vale-refeição foi em outubro. Em conversas de um grupo no WhatsApp, obtidas pelo veículo, o funcionário do RH alega que a empresa não recebeu recursos da Prefeitura de Paruíbe e, por isso, não realizou o pagamento dos trabalhadores terceirizados.

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Com a quantidade de reivindicações no grupo, o funcionário limitou as mensagens, no entanto, passou a receber pedidos no privado. Em uma das conversas, o representante do RH ameaçou desligar uma funcionária caso as reclamações continuassem. Em outro momento, ele é irônico: "Administra melhor então, ao invés de ficar aqui ofendendo todos (...) Se para você não está bom, vai procurar um emprego melhor e para de ficar aqui batendo boca".

Conversa em um grupo do WhatsApp entre funcionários e representante do RH. Foto: Reprodução/WhatsApp

Conversa em um grupo do WhatsApp entre funcionários e representante do RH. Foto: Reprodução/WhatsApp

A plataforma de milhas e viagens, 123Milhas, teve um desligamento em massa nessa segunda-feira (28), com mais de 190 demissões. A empresa confirmou as demissões e justificou que a decisão foi consequência de um “plano de reestruturação interna”.

Através do Linkedin, rede social de conexões profissionais, o coordenador de Recursos Humanos (RH) da 123Milhas, Rene Bronzi, publicou um documento com o nome e função de 185 pessoas que foram demitidas. 

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Na publicação, Bronzi pede “apoio dos meus colegas de RH para que possam apreciar os perfis de grandes profissionais que estão disponíveis no mercado”. Outros nomes que não estão presentes na lista, comentaram na publicação se mostrando aberto a novos trabalhos.

Pelo documento, é possível perceber que os desligamentos afetaram funcionários de diferentes setores. Como consultor aéreo, assistente administrativo, atendimento, atendimento especializado, audiovisual, comunicação, controladoria, financeiro, dados, desenvolvimento, design gráfico, planejamento, RH, TI, redes sociais, analista jurídico, entre outros.

Em nota, a 123Milhas declarou que a decisão dos desligamentos foi difícil mas que redução do tamanho da equipe foi pensando para “se adequar ao novo contexto da empresa no mercado”. Confira o posicionamento na íntegra:

"A 123Milhas informa que iniciou hoje, 28/08, um plano de reestruturação interna, com redução do tamanho da equipe para se adequar ao novo contexto da empresa no mercado. Essa difícil decisão faz parte das medidas para mitigar os efeitos da forte diminuição das vendas. A empresa está trabalhando para, progressivamente, estabilizar sua condição financeira”.

Segundo um estudo feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a taxa de desemprego do Brasil é a menor em 10 anos, chegando aos 8% no segundo semestre de 2023. Este dado, para Karina Pelanda, gerente de recrutamento e seleção de recursos humanos na RH NOSSA, pode significar duas coisas: o aumento significativo de vagas pelo Brasil e uma concorrência cada vez mais preparada para alcançar as vagas almejadas.

“Já era esperado, em função do crescimento da economia brasileira de 1,2% no segundo trimestre, principalmente no setor de serviços, que cresceu 1,6%, e industrial, que cresceu 1,3%, que o número do emprego melhorasse. Recentemente o Brasil criou 1.4 milhão de novos empregos formais, e essa boa notícia traz a questão da concorrência mais acirrada”, explica Karina Pelanda.

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Mesmo com oportunidades aparecendo, elas podem ser mais difíceis de serem alcançadas pelos profissionais. Por causa do aumento da procura, é preciso que o candidato saiba se preparar bem para poder se destacar entre os vários currículos apresentados.

Em prol destes profissionais, Karina lista alguns pontos simples, porém essenciais para tornar um candidato mais atrativo para o contratante e aumentar suas chances de ser contratado para aquela vaga. Confira as seis dicas principais:

1 - Faça cursos presenciais ou online e coloque-os no currículo.

2 - Busque ficar bem informado sobre o seu setor.

3 - Especialistas ganham mais que generalistas, mas as vagas são mais disputadas.

4 - Faça networking em fóruns e ambientes como o Linkedin

5- Busque recomendações de ex-empregadores

6 - Em um mundo globalizado, um segundo idioma é um grande diferencial. Procure por cursos online ou aplicativos.

“Por mais clichê que seja, as recomendações seguem as mesmas. Ter o currículo atualizado, com todas as experiências mencionadas, cursos de qualquer natureza que podem ser um fator de desempate, precisam estar descritos. O mercado abre vagas, mas as empresas estão mais exigentes. Sim, existem mais vagas de trabalho, mas elas estão pedindo mão de obra mais especializada”, completa a gerente de recrutamento.

A empresa PepsiCo anunciou 30 novas vagas para seu Programa de Estágio de 2023, a First Gen. Serão ofertadas oportunidades nas áreas de Recursos Humanos, Pesquisa e Desenvolvimento, Vendas, Insights, Operações, Jurídico, Marketing, T.I e Finanças. Interessados podem se inscrever entre os dias 15 a 19 de agosto, pelo plataforma Cia de Talentos.

O programa irá abrir vagas em 12 cidades de 6 estados diferentes pelo Brasil. São eles: São Paulo, São Bernardo do Campo, Itu, Sorocaba e Valinhos (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Feira de Santana (BA), Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes (PE) e Sete Lagoas e Contagem (MG).

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Para participar, é exigido que o candidato esteja no penúltimo ou último período da sua graduação, com previsão para concluir o curso entre setembro de 2024 a agosto de 2025. Não é exigido fluência em inglês ou faixa etária definida, os aprovados terão cursos gratuitos de inglês e outros idiomas pela plataforma oferecida pela empresa.

A seleção acontecerá de forma virtual, com uma seleção mais simplificada. Haverão fases imersivas para que os candidatos possam conhecer mais da PepsiCo. A seleção também visa seguir com o comprometimento com a Diversidade, Equidade e Inclusão e tem como objetivo contratar, pelo menos, 50% de mulheres e 50% de pessoas pretas.

O período carnavalesco chegou e muitas pessoas estão, neste momento, pensando em qual fantasia irão brincar o Carnaval. Mas, se você está pensando em como conseguir um trabalho para estabilizar a vida financeira, trouxemos dicas de como formular um excelente currículo para se dar bem na entrevista de emprego.

Provavelmente, você nem imagina, mas talvez seu currículo já tenha sido descartado de alguma seleção de emprego unicamente por causa da aparência ou falta de informações apresentadas. Ter experiência e estudos é importante, mas não saber como apresentá-los pode botar tudo a perder.

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É importante fazer um bom resumo de sua trajetória profissional, esclarecer as suas qualificações e ser sucinto. Leve em consideração que os recrutadores passam por diversos candidatos por dia.

Dicas para fazer um bom currículo

A coordenadora de RH, Janaina Lima, dá dicas de como formular um bom currículo para impressionar os recrutadores que receberem. Segundo ela, o principal caminho para a montagem de um bom CV está com sinceridade.

“A gente sempre pede para ser transparente, realmente só colocar a informação que for verdadeira, porque de repente podemos ligar para confirmar as informações, e por conta da mentira, a pessoa perde a vaga, porque se a pessoa mente perde totalmente a credibilidade no processo”, explicou.

Outra dica dada por Janaina é manter telefone e e-mail sempre atualizados nos currículos, pois são as principais ferramentas usadas pelos recrutadores. Ficar atento a esses meios de comunicação, e conferir o e-mail diariamente, também é necessário. “Sempre colocar os telefones atualizados e ficar atento aos telefones e visualizando e-mails diariamente. São duas fontes mais usadas por recrutador”, destacou.

Já a recrutadora, Andrea Cabral, destaca pontos importantes que não podem faltar na hora de montar suas informações no arquivo. “É imprescindível a inclusão dos contatos como e-mail, mais de um número para contato, apresente as experiências que tem e detalhe as atividades que foram exercidas por você”, pontuou.

Segundo ela, “É importante ter o objetivo bem definido no início do currículo. Habilidades profissionais são muito importantes”. 

De acordo com Andrea, aplicativos que ajudem na aparência do documento também são importantes para uma boa apresentação. “Use um bom modelo de currículo/ existe aplicativos que podem de ajudar na criação como, por exemplo, o Canva”, disse.

Outras dicas dadas por ela são:

- Tenha cuidado ao inserir a foto;

- Nunca coloque preferência salarial;

- Nomeie seu arquivo com seu nome. Ele é sua própria marca;

O operador de logística Carlos Augusto Luchetti Júnior, de 45 anos, morador da Grande Florianópolis, usou seu perfil no LinkedIn para compartilhar uma situação desagradável que passou. Ao realizar a candidatura para uma vaga de emprego, Carlos recebeu uma resposta por e-mail no qual uma especialista em recursos humanos fala para ele cancelar o envio do seu currículo. Segundo a mensagem, ele “passou da idade" para se candidatar à vaga.

Na postagem que causou revolta entre os seguidores, Carlos relata que enviou o currículo na terça-feira (30) para a empresa que fica localizada em São José. Segundo ele, na descrição da vaga não havia limite de idade. O profissional desabafa que durante a tarde recebeu a mensagem da “pior forma possível.”

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Além de ofender o operador de logística, os usuários da rede social também se sentiram indignados com a resposta da recrutadora e deixaram seus comentários sobre o caso. “Que conduta lamentável”, escreveu uma usuária. “Eu sinto muito... infelizmente o RH do Recursos Humanos está sendo substituído pelo RH do Recanto da Humilhação”, escreveu outra.

De acordo com o levantamento realizado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a atração de talentos é um dos principais desafios das empresas que precisam de mão de obra qualificada para o setor de tecnologia. Só no Brasil, o déficit estimado é de 400 mil profissionais. Até o ano de 2025, se estima uma carência de 797 mil profissionais especializados em algumas das áreas de Tecnologia da Informação (TI).

Além da dificuldade em atrair essa mão de obra, a pesquisa constatou um turnover, que é um indicador de mensuração da quantidade de funcionários que deixam a empresa, de 48% ao ano no segmento da tecnologia. Ou seja, o setor de recursos humanos dessas empresas, além de terem o desafio de contratar bons profissionais, também tem a missão de reter essas pessoas.

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Esse problema é comum a outros setores, entretanto, no segmento de tecnologia a disponibilidade de mão de obra qualificada terá consequências diretas no desenvolvimento de novas soluções, conquista de novos clientes e crescimento de receita, de acordo com o levantamento.

Quem não gosta de receber um elogio por um trabalho bem feito? Ou ser reconhecido em um projeto, mesmo que tenha contribuído apenas com alguns detalhes? Especialistas na área de recursos humanos e psicólogos são unânimes em destacar que o elogio deixa as pessoas ainda mais motivadas e engajadas em projetos, seja na vida pessoal ou mesmo no trabalho.

É com esse pensamento de promover uma cultura de feedbacks positivos que muitas grandes empresas estão trabalhando para motivar os seus colaboradores. Afinal, a satisfação deles está diretamente ligada à sua produtividade. Mas existe alguma maneira para aumentar o engajamento de todos?

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Essa é uma pergunta que muitos líderes fazem todos os dias. É claro que não existe uma fórmula mágica para chegar ao nível máximo de engajamento, mas muitas companhias estão apostando em sistemas de reconhecimento e recompensas para estimular os seus colaboradores. A ideia é incentivar os funcionários a reconhecer e exaltar as ações feitas ou as ajudas dadas pelos seus colegas de trabalho em alguma atividade.

“O elogio é algo muito significativo para a maturidade de um profissional. As emoções estão diretamente relacionadas e isso implica em uma boa saúde mental. Um funcionário quando está bem, rende mais e, quando ganha um elogio, tende a aumentar ainda mais a sua produtividade”, explica a coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Paulista, Márcia Karine.

“A cultura do elogio gera uma reciprocidade. No momento em que o funcionário recebe um elogio, ele sente-se valorizado e isso o impulsiona a buscar estar sempre em um local de destaque. Desta forma, ele tende a fazer mais e até melhor pois saberá que está sendo visto”, complementa Márcia.

“Podemos fazer um paralelo com as redes sociais. Quando um amigo nosso publica algo que gostamos, vamos lá e damos ‘like’. Quando isso acontece, a pessoa que recebe a curtida se sente valorizada. Quando levamos isso para o mundo corporativo, podemos fazer com que os colaboradores se sintam mais valorizados pelos serviços que prestam, seja por algo simples ou por encontrar uma solução para um problema mais complexo”, explica Magda Moura, gestora de recursos humanos da Pitang Agile IT.

O incentivo aos elogios já tem sido aplicado em diversas empresas e muitas delas buscam formas de encorajar os seus colaboradores a manterem esse processo de feedbacks contínuos. Pegando carona neste formato de promover o elogio por ações impactantes e trabalhos bem feitos, empresas ligadas ao setor de tecnologia estão buscando formas de inovar neste modelo. “É uma troca onde os dois lados ganham”, explica Marcia. “Sabemos que, em um mercado competitivo, quanto mais reconhecimento, mais o funcionário se dedica e quer que a sua empresa esteja em primeiro lugar no mercado”, continua.

Na busca por enraizar ainda mais essa cultura de elogios entre os seus colaboradores, a Pitang Agile IT, uma das maiores empresas de desenvolvimento de softwares e soluções tecnológicas do país, desenvolveu um sistema próprio para incentivar o reconhecimento e destacar os colaboradores que mais contribuem com os seus colegas de equipe.

Batizado de Merit Coin, “o programa começou como um sistema de reconhecimento e recompensa para os colaboradores da empresa”, conta a Product Owner do sistema, Erica Lima. “A ideia era estimular o engajamento e fazer com que a cultura do feedback se tornasse constante”, complementa.

Todo o modelo funciona por meio de uma plataforma on-line, na qual todos têm acesso. Mensalmente, todos recebem o valor de 1 mil moedas, que são personalizadas com o nome escolhido pela companhia. E esse “dinheiro” é utilizado pelos colaboradores para “reconhecer” colegas que os ajudam a desempenhar determinadas tarefas ou que impactaram de alguma forma no dia a dia do outro.

Dentro da empresa, o modelo de reconhecimento acabou motivando ainda mais os colaboradores. O resultado fez com que o alcance do projeto fosse ampliado. Hoje, ele passa a ser desenvolvido também em outras companhias que buscam formas de incentivar o feedback entre os seus colaboradores.

“A ideia principal é ter seus colaboradores sendo reconhecidos, mantendo-os sempre engajados dentro da empresa, resultando em um crescimento na produtividade e evolução deles. Desta forma, seja neste modelo de reconhecimento e premiação ou mesmo em formas mais tradicionais, como o feedback mensal, a meta é fazer com que todos saibam onde estão acertando e o que precisam melhorar em relação ao seu trabalho dentro da organização”, finaliza Erica.

Da assessoria 

"Eu sempre quis trabalhar em casa. Era meu sonho ter tempo para me dedicar mais aos meus filhos e deixar de enfrentar esse trânsito caótico da cidade. Mas, na primeira semana em home office, percebi que não é nada fácil conciliar trabalho, família e casa", diz a contatora Alexandra Melo, de 35 anos.

Há mais de um ano em regime home office, devido à pandemia do novo coronavírus, a profissional viu o sonho de trabalhar em casa se transformar, aos poucos, em pesadelo. Com dois filhos, de dois e seis anos, ela tenta equilibrar as demandas do dia e dividir a carga com o marido e a mãe.

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"São raros os dias que eu não estou cansada. Mas, eu não posso reclamar muito. Sabe? Tem muita gente que não pode trabalhar em casa, está se arriscando todos os dias em ônibus lotados. Mas, que é difícil manter a produtividade com duas crianças cheias de energia, uma pilha de pratos e chão sujo, isso é", relata a contadora.

Desde que a empresa onde ela trabalha decretou que os seis funcionários trabalhassem remotamente, ela e o marido, Carlos Eduardo Melo, vivem a rotina de escritório e com os filhos 24 horas. "A gente tenta se dividir como pode para ninguém ficar sobrecarregado, só que as crianças são muito apegadas a ela e vivem chamando, mexendo no computador, pegando onde não deve. Eu tenho um horário mais flexível e não fica muito pesado para mim", conta Carlos que trabalha como designer.

Intrusos na reunião

Alexandra e Carlos contam que dias de reunião são os momentos de maior caos na casa. "Já teve um dia que os dois tiveram reunião no mesmo horário. Geralmente, isso não acontece, mas esse dia foi terrível. A minha mãe ficou com os meninos e nós nos tracamos cadas um em um quarto da casa. Só que, em um momento da reunião, as crianças começaram a bater nas portas e fazer miuto barunho. Tentei manter a calma, fingindo que o barulho não era aqui".

E ela continua. "O barulho estava tão grande que o meu chefe parou a reunião e perguntou se estava tudo bem por aqui. Fiquei morta de vergonha e expliquei que era meus filhos. Acabei abrindo a porta e eles sentaram na cama para acompanhar a reunião também", relembra Alexandra.

Carlos também precisou pensar rápido diante de uma situação constrangedora durante uma reunião com clientes. "Eu agradeço todos os dias por minnha sogra morar com a gente neste momento. Nem sei o que seria da gente sem ela, mas, uma vez, tive que pedir que ela saísse do quarto porque não parava de falar. Eu até coloquei o fone, mas ela parou bem na minha frente para conversar. Infelizmente, tive que dizer: a senhora pode se retirar só um minuto? Está atrapalhando aqui", conta.

De acordo com Carlos Eduardo, mesmo após este episódio, o relacionamento com a sogra continuou o mesmo. Em sua defesa, Maria Eugênia Rodrigues conta que gosta de conversar e entende que isso, muitas vezes, pode atrapalhar o andamento do trabalho da filha e genro.

O que fazer?

A especialista em gestão de carreiras, Márcia Souto, ressalta a importância de administrar as demandas do dia. No entanto, ela salienta que não há "receita ou fórmula mágica" e que o melhor é testar opções que se adequem à realidade de cada pessoa ou família. 

"Associar as questões de trabalho com as pessoas não é uma das tarefas mais fáceis, principalmente, em tempos de pandemia. As famílias não tiveram um planejamento para a entrada no regime home office. Foi tudo muito rápido e leva tempo para se adaptar à nova realidade", explica.

A especialista aponta que a distribuição de tarefas, diálogo e flexibilidade são cruciais neste momento. Querer dá conta de tudo, segundo ela, "é arriscado e um dos maiores erros para quem está trabalhando de casa".

Questionada sobre o que fazer sobre familiares, filhos e terceiros que chegam a atrapalhar a rotina laboral em casa, ela é categórica. "Com os adultos, a melhor coisa a se fazer é conversar, mostrar que, naquele momento, você não está disponível e é seu horário para se dedicar ao trabalho. Já com os filhos, principalmente, os pequenos é ter paciência, flexibilidade e distribuir os cuidados com os outros cuidadores, caso seja possível", aponta.

Para Robbins, em seu livro “O Segredo em Gestão de Pessoas” (2005), ao abordar sobre os cuidados que devemos ter com as soluções milagrosas, um dos problemas que apresenta está relacionado à motivação dos colaboradores. Segundo ele, este tem sido um grande desafio para os gestores de pessoas, especialmente no segmento da alimentação e do retalho, em que os vencimentos são muito baixos destes profissionais que possuem pouca qualificação e que não têm a possibilidade de aumento salarial ou de serem promovidos, mediante as funções que exercem.

Como, então, manter estes profissionais motivados?

Neste segmento da alimentação o que tem sido feito para motivar tais profissionais é flexibilizar os horários de trabalho e preencher as vagas com estudantes e/ou reformados (aposentados). Mas a grande questão é: será que isto resulta? Entendo que não. As taxas de rotatividade anuais nas cadeias de restaurantes de fast-food, por exemplo, são geralmente de 300%. Como prova disso, Robbins cita alguns destes restaurantes que tentaram introduzir ações motivacionais para redução destas taxas, como a Taco Bell, a Bugger King, a Chick-Fill-A e a White Dog.

Quais as ações motivacionais implementadas por estas empresas?

A Taco Bell experimentou dar incentivos monetários e oferta de ações da empresa aos caixas e cozinheiros, além de uma maior responsabilidade pelos inventários, turnos e contratações. No entanto, ao fim de 4 anos o resultado foi modesto, a taxa anual de rotatividade foi reduzida de 223% para 160%.

A Bugger King ofereceu aos colaboradores um plano de reforma e de seguros de saúde, mas também não houve progresso, a taxa anual de rotatividade permaneceu em 200%.

Já na Chick-Fill-A a taxa foi reduzida para pouco mais de 100% ao implementar contratações em tempo parcial de estudantes do liceu com boas notas e reverter o trabalho deles no apoio em bolsas de estudos universitários no valor de 1.000 a 2.000 dólares.

A Judy Wicks encontrou uma abordagem não tão tradicional para o Café White Dog. Descobriu que ao participar das actividades dos seus colaboradores nos horários extra-trabalho fazia diminuir bastante a rotatividade dos seus empregados de mesa. No sentido de criar este ambiente de trabalho mais familiar e acolhedor, Wicks tem reservado uma noite por ano para promover esta partilha entre os colaboradores com exposição de pinturas, poesias, apresentação das famílias e dos trabalhos voluntários que desenvolvem.

E você, gestor, já pensou no que poderia fazer para motivar trabalhadores não tão qualificados e que não ganham tão bem? O autor do livro considera que esta situação poderá ser compensada de alguma forma…

O que nos resta, então? Descobrir qual a forma mais indicada que se aplica ao nosso negócio!

*Robbins, Stephen P. “O Segredo na Gestão de Pessoas – Cuidado com as Soluções Milagrosas”, 1ª ed., Lisboa: Centro Atlântico, 2008.

Ligar a câmera do celular, enquadrar no modo selfie e filmar a si já é bastante comum, principalmente nas redes sociais. A novidade, no entanto, é o vídeo currículo, que está cada vez mais popular nos processos seletivos virtuais, principalmente nas empresas mais modernas.

A analista de Recursos Humanos (RH) do Grupo Ser Educacional, Jéssica Leite, esclarece que o vídeo do currículo cresceu bastante, principalmente com a chegada da pandemia da Covid-19. “Atualmente, diversas empresas de vários segmentos adotaram a seleção por vídeo currículo, uma prática que até então não era tão comum no Brasil. A chegada da pandemia da Covid-19 e o distanciamento social aceleraram a utilização desse método de seleção entre as empresas brasileiras”, explica.

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O novo modelo de currículo visa, segundo a analista, otimizar o tempo gasto com deslocamento e também o custo financeiro. “O objetivo é o mesmo do currículo impresso, porém com vídeo conseguimos avaliar com mais precisão a facilidade que o candidato tem de se comunicar”, pontua.

Cristiana Araújo, que está participando de um processo seletivo para a área comercial de um laboratório farmacêutico, contou, ao LeiaJá, como elaborou seu vídeo currículo: “De início, tive dificuldades com a timidez, mas depois passou. Me preocupei em falar bem, em um tom de voz legal e olhar para a câmera. No vídeo, também tive a preocupação em estar em um lugar legal, iluminado e sem barulho. Fiz uma apresentação pessoal, falei da escolaridade, experiências profissionais anteriores, fui sincera e o mais natural possível”, relata.

A candidata, de acordo com a professora de RH do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Carol Ramalho, está no caminho certo para conquistar a vaga. Os recrutadores, segundo a docente, analisam o modo como os candidatos se portam, assim como os tópicos abordados no vídeo. "Além dos conteúdos em si, nós conseguimos ver o que essa pessoa priorizou, se utilizou o tempo de maneira inteligente, se soube organizar as ideias para propor alguma coisa em um minuto e meio, como é a habilidade de comunicação. Ou seja, nesse tempo a gente consegue ver um pouquinho, naturalmente, de todas essas habilidades", explica a professora.

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Ao LeiaJá, a especialista Jéssica Leite lista o passo a passo para elaborar um bom vídeo currículo. Confira:

Seja claro e objetivo

Para fazer um bom vídeo currículo, é necessário que o candidato seja claro e objetivo, pois terá poucos minutos para a apresentação. Então, ao iniciar, o candidato precisa estar com as ideias organizadas, seguindo uma sequência.

Passe segurança

O candidato precisa passar segurança, dessa forma, ele passa credibilidade para o recrutador. Precisa ser simpático, sorrir quando necessário para demonstrar leveza e não passar insegurança.

Apresente os mesmos tópicos do currículo impresso

A sequência utilizada pode ser a mesma do currículo físico, iniciando com uma breve apresentação pessoal, formação acadêmica, habilidades, e ao relatar as experiências, o candidato precisa focar nas que estejam relacionadas com a vaga que está concorrendo. Outro ponto muito positivo é quando conseguem mostrar resultados de experiências anteriores. Lembrando que as informações precisam ser claras e diretas.

Grave em um local adequado e bem iluminado

Ao gravar um vídeo currículo, precisamos estar em um lugar longe de ruídos, evitar muita informação no ambiente, de preferência utilizar paredes neutras, gravar em um ambiente com uma boa iluminação, conferir o material, verificar câmera e o áudio. É muito importante que ao gravar, o candidato olhe para a câmera como se estivesse olhando para o recrutador. Antes de enviar o material, vale conferir e se certificar de que saiu como planejado.

Treine antes de gravar

Um ponto também muito importante é ser autêntico. Não tente mostrar ser uma pessoa que você não é. Treine para deixar o vídeo mais natural possível, podendo assim diminuir o nervosismo e passar uma comunicação clara.

Diariamente, a curva de crescimento do novo coronavírus é detalhada pela imprensa. No mês de dezembro, o Ministério da Saúde registrou 7.318.821 casos confirmados de Covid-19 e, ao que tudo indica, o primeiro semestre de 2021 continuará com as medidas de segurança até que a vacina seja disponibilizada para toda a população. Entre os diversos prejuízos, a pandemia impactou não somente a saúde das pessoas, como também o mercado de trabalho, como afirma Kezia da Silva, psicóloga e recrutadora da indústria metalúrgica 'Expometal'.

“A pandemia trouxe um retrocesso para a economia, ocasionando desemprego e pior, o comprometimento da saúde física e mental das pessoas”, diz a especialista. Ela acrescenta: “Acredito que se continuar como está, teremos ainda mais desemprego.”

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Para a psicóloga e recrutadora de uma indústria farmacêutica, Patricia Neves, caso a pandemia continue em 2021, alguns mercados serão afetados negativamente, outros positivamente. “Acredito que alguns setores vão se retrair, outros estão indo de encontro à crise e demonstram índices de crescimento. Um exemplo claro é o campo da saúde mental que vem com uma demanda crescente”, explica.

A analista de Recursos Humanos (RH) do Grupo Ser Educacional, Cleyciane Paz, comenta que com a chegada da pandemia, um novo cenário surgiu no mercado de trabalho. Ela aconselha que, “para garantir a sua empregabilidade, os profissionais precisarão criar estratégias para se reinventar e se adaptar a este contexto.

"É importante que o profissional entenda a nova realidade da sua área, busque se capacitar, invista em networking e busque entender e dominar as novas habilidades exigidas pelo mercado de trabalho”, elenca analista de RH. Patricia Neves também pontua como os profissionais podem se reinventar para atender às novas demandas: “Pensando em um mercado ainda mais competitivo, o profissional que entende que ele é seu maior concorrente, procura se qualificar na área que propõe atuar, investe em equilíbrio emocional e demonstra um padrão adaptativo, conquistando assim maiores chances de manter sua empregabilidade e/ou conquistá-la.”

Ao LeiaJá, a analista do Grupo Ser comenta que diante do “novo normal”, as empresas também precisam se reinventar. Para isso, segundo ela, "os profissionais de RH das corpoções estão investindo nos processos de recrutamento e seleção para que os novos contratados estejam alinhados a este novo perfil desenhado pela pandemia.”

A especialista ainda indica quais são os principais perfis e habilidades profissionais buscados pelos selecionadores; confira:

1 - Resiliência

É de extrema importância a capacidade de se reinventar diante de situações adversas; a resiliência permite que o indivíduo desenvolva habilidades e encontre soluções para superar os desafios e se adaptar às mudanças.

2 - Conhecimento tecnológico

Diante da necessidade de distanciamento social, as tecnologias foram essenciais para a continuidade dos processos neste caso. É de extrema importância que o profissional esteja atento às novas tecnologias para não ficar distante desta nova rotina virtual das empresas.

3 - Capacitação contínua

Esse processo também é chamado de recapacitação. A área de RH está cada vez mais atenta a esses profissionais que buscam continuamente desenvolver novas habilidades e novos conhecimentos que agregam em sua carreira e geram diferencial competitivo para as organizações.

4 - Empatia

A área de Recursos Humanos busca, cada vez mais, estratégias para proporcionar qualidade de vida aos seus colaboradores. Também almeja que seus novos contratados sejam profissionais sensíveis ao outro, que se colocam à disposição para apoiá-lo e que contribuem positivamente com o clima da organização.

5 - Inteligência emocional

Estamos em um momento de incerteza, medo e muita cobrança e o perfil ideal buscado pelas empresas é aquele profissional que compreende e gerencia os seus próprios sentimentos.

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Em dez meses de pandemia da Covid-19, a taxa de desocupação chegou a 14,4% no terceiro trimestre, número maior em comparação com o início do ano, que registrava 10,5% de pessoas desempregadas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, em 2021, há expectativas de que o cenário mude para um volume maior de contratações.

Em entrevista ao LeiaJá, o secretário do Trabalho, Empregos e Qualificação de Pernambuco (Seteq), Alberes Lopes, disse que apesar do período de contratação mais forte ser no último trimestre do ano, o início de 2021 ainda estará em aquecimento para diversos setores. “Nós tivemos uma pandemia que o mundo não esperava e isso influenciou diretamente no mercado de trabalho, então, para o ano de 2021, a expectativa é que seja melhor. Até porque é um ano de esperança, será um ano em que o mercado vai reagir de uma forma diferente de 2020”, afirma o gestor.

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Além do turismo, Lopes acrescenta outras áreas que chegam aquecidas ao Estado e que, com isso, deverão trazer mais oportunidades de empregos aos pernambucanos. "As pessoas podem se preparar para buscar empregos na indústria, no comércio, nos grandes atacados que estão vindo para Pernambuco”, afirma o gestor do Seteq-PE.

Mudanças na busca por empregos

Com a chegada da pandemia, recrutadores tiveram que mudar a forma de conhecer um candidato. O coordenador de treinamentos da Blackbelt It Solutions, Jessé Barbosa de Araújo, comenta que “o LinkedIn é uma das maiores redes de visualização profissional do mundo, então, quem abastece com todas as informações seu perfil tem maior visibilidade, pois muitos recrutadores usam essa rede para conhecer os candidatos, além de outras plataformas para seleção”.

Nesse sentido, muitos candidatos têm melhorado sua presença na web, sendo este um dos pontos de atenção para a preparação na busca por oportunidades. Dentre os profissionais, está Hingrid Oliveira, 23 anos, que está desempregada desde fevereiro deste ano. "Sempre procuro me inscrever em sites de vagas de empregos, grupos e aplicativos para acompanhar as vagas de empregos disponíveis", afirma. Perguntada sobre planos para 2021, Hingrid demonstra entusiasmo e falou sobre um roteiro para conseguir dar uma guinada na vida profissional. Ela pretende “atualizar o currículo para ficar bem apresentável nos sites de empregos, usufruir dos serviços da agência do trabalho, voltar a entregar currículos em lojas, além de adquirir outros conhecimentos".

"Quero fazer um curso de Pacote Office avançado e aprender duas línguas, inglês e francês", afirma Hingrid sobre os planos de qualificação profissional. Os planos de Hingrid entram na rota do cenário mais otimista previsto em 2021. Diante disso, resta apenas um questionamento: como se preparar para dentrar no mercado de trabalho?

Em resposta, o psicólogo e headhunter, especialista que analisa e seleciona os profissionais, Cleyson Monteiro, enfatizou que “o profissional que está procurando uma oportunidade de evolução no mercado de trabalho tem que começar a se preparar agora”. Para isso, o especialista listou algumas orientações para direcionar a preparação. Veja a seguir:

Plano de desenvolvimento de empregabilidade

Para realizar o processo, é necessário que o candidato filtre em quais empresas há interesse de trabalhar, conhecer a cultura das corporações em que tentará vaga de emprego, além de saber quais caminhos devem ser traçados para alcançar o objetivo.

Currículo adequado

Para conquistar a vaga almejada, é importante montar um currículo coerente e sem excessos, que comunique objetivamente qual a pretensão do profissional dentro da empresa, ou seja, uma apresentação que encante o recrutador.

Cadastrar o currículo em sites de emprego

Uma das ações que ganharam mais força em meio à pandemia foi a busca de empregos pela internet. O headhunter Cleyson Monteiro propõe que os profissionais não deixem de cadastrar seu currículo em sites, como Vagas.com ou LinkedIn. Assim, os recrutadores terão acesso às realizações profissionais do candidato.

Fazer um vídeo-currículo

Junto com a pandemia, aconteceram muitas atualizações nos processos de recrutamento de pessoas. Uma delas foi a necessidade de os candidatos terem um vídeo-currículo. Segundo Monteiro, essa habilidade de se comunicar por vídeo é um novo requisito para os novos profissionais. A recomendação é treinar.

Qualificação para o setor que pretende se candidatar

É indispensável manter-se atualizado, com qualificações oferecidas por agências de trabalho ou até mesmo na internet de forma gratuita. Dessa forma, os profissionais podem se destacar nessa busca por oportunidades em 2021.

Ainda há outras observações para uma preparação que agregue valor ao profissional, segundo secretário da Seteq-PE, Alberes Lopes. Dentre elas, estão uma boa aparência e vestimenta adequada para entrevista de forma remota, como tem ocorrido devido à restrição de circulação de pessoas.

Também é importante, de acordo com Lopes, não interromper o momento de fala do recrutador e não ter “fake news” no currículos, a exemplo, cursos não realizados.

O secretário ainda acrescenta que há possibilidade de qualificação e participação em seleções realizadas nas 29 unidades da Seteq-PE, distribuídas por todo o Estado de Pernambuco

A entrevista de emprego é uma das fases iniciais dos processos seletivos para a contratação de um funcionário. Nela, o recrutador busca conhecer o perfil do candidato que está concorrendo a uma vaga em uma determinada instituição. Durante essse processo, há algumas falas que não devem ser ditas pelo candidato, a fim de evitar uma possível desclassificação na seleção.

Para auxiliar os profissionais que vão passar por uma entrevista de emprego, o LeiaJá entrevistou dois especialistas da área de recursos humanos que deram algumas dicas sobre o que deve ser evitado falar nessa etapa da seleção. Confira:

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Para Raíssa Lima, analista de recursos humanos do Grupo Ser Educacional, e Jessé Barbosa, consultor em recursos humanos e coordenador de treinamentos na Blackbelt It Solutions Home Office, os sete itens listados seguir devem ser evitados em uma entrevista de emprego:

• Mentir

Durante o processo seletivo, o entrevistador poderá fazer perguntas relacionadas à experiência ou conhecimento que você afirmou possuir e você ficará em uma situação constrangedora, pois ele perceberá que não foi verdadeiro na sua afirmação. 

• Falar mal da antiga empresa ou chefia

Não pega nada bem falar de antigos gestores ou empresas; procure ser sucinto sobre sua passagem na empresa e discreto nos motivos pelos quais você não permaneceu nela, se algo na cultura ou postura do gestor não o agradaram. O ideal é afirmar que você não se adaptou à cultura da empresa e foi em busca de outras oportunidades.

Na maioria das vezes, muitos colaboradores pedem demissão não devido à empresa, mas sim, devido ao gestor que, por falta de capacidade, não consegue realizar uma boa gestão de pessoas. Mas isso não dá a prerrogativa de externalizar sua perspectiva sobre esse gestor para outras pessoas.

Se você fala de alguém, quem lhe ouve sabe mais sobre você do que acerca da outra pessoa. Não é ético, tampouco cortês.

• Gírias

Até mesmo em seleções para empresas com culturas mais modernas, como as de tecnologia, a entrevista é um momento para você mostrar seriedade para assumir a função e, assim, passar segurança para a pessoa que irá te contratar. Por isso, evite gírias e sempre utilize vocabulário formal para essas ocasiões.

• Abordar assuntos delicados

Evite fazer perguntas inconvenientes, por exemplo: “Como a empresa está economicamente?”, “Quem são os sócios?”, “Qual o tempo para eu ser promovido?”. Essas são perguntas que soam mal.

• Falar demais

Normalmente, as pessoas tendem a falar demais em um processo seletivo. Por vezes, a comunicação do entrevistado, devido ao nervosismo, tende a contradizê-lo em algumas informações. Nesse caso, é prudente responder às perguntas do recrutador com franqueza, mas sem entrar em pormenores, a não ser que seja solicitado.

• Discutir temas polêmicos

Evite apresentar seu posicionamento relacionado a temas polêmicos, como política, futebol e religião. As boas empresas tendem a buscar um afastamento sobre tais aspectos direcionando energia para o business do negócio.

• Evite falar de sua vida pessoal íntima 

Normalmente, apresentar aspectos como hobby e experiências profissionais são comuns em entrevistas de empregos, mas para além disso, deve-se ter prudência ao falar de si. Infelizmente, existem alguns recrutadores que não estão bem preparados ou não estruturam bem o processo de seleção, direcionando assim o viés da entrevista para o campo do constrangimento do candidato.

Esta “verdade” defendida por Robbins (2005) em seu livro “O Segredo em Gestão de Pessoas” é uma continuidade do que publicamos anteriormente sobre  o tema da  Recompensa. O que mais atrai os colaboradores – são as recompensas absolutas ou relativas? Robbins em suas pesquisas consegue levantar o quanto existe de investigações em que comprovam que os colaboradores não se interessam apenas pelas recompensas absolutas e sim também as recompensas relativas. Segundo ele, estão à procura de referências de comparação, ou seja, comparam as suas competências e experiências com o que ocorre ao redor, quer seja no âmbito familiar, entre os amigos, colegas de trabalhos, onde trabalharam, enfim, fazem a comparação “entre o que dão e o que recebem com o que vêem noutras pessoas” e avaliam se houve justiça ou não da forma como foram tratados.

Quais são as conclusões disto?

Após terem feito estas comparações, geralmente se chega a uma de três conclusões:

1. Que recebem o tratamento adequado, ou seja, de forma justa;

2. Que estão a receber mal sua recompensa;

3. Que estão a recebem muito bem.

Quando as pessoas são tratadas com justiça o efeito é positivo sobre a motivação.

A importância de recompensar comportamentos certos!

No final, Robbins (2008) traz uma nota com sua experiência pessoal para deixar claro a importância de recompensar corretamente. Ele conheceu uma senhora rica que continuamente dizia ao seu filho: “Não te preocupes em poupar dinheiro. Terás muito quando eu morrer”. Moral da história: esta senhora viveu muitos anos e nunca entendeu a razão do seu filho desejar tanto a sua morte. O problema é que foi ela própria que estimulou uma atitude contrária ao que pretendia para que o filho pudesse conquistar a recompensa.

Se por exemplo esta senhora tivesse dito: “Vou dar-te 50 mil dólares no início de cada ano enquanto for viva. Mas quando eu morrer, todo o dinheiro que sobrar será doado para beneficência”. Assim, certamente o seu filho teria uma atitude muito diferente, haveria mais interesse em sua longevidade e não o anseio pela sua morte.

Portanto, não devemos estimular em nossos colaboradores comportamentos que não são desejados, e sim reforçar aqueles que esperamos obter para, então, recompensá-los adequadamente. Pense nisso!

Para quem está procurando uma recolocação, um estágio ou seu primeiro emprego, conseguir um convite para novas etapas de um processo de seleção é um passo importante e animador. Essa fase depende, em grande parte, de como é feita a primeira apresentação do candidato à vaga no momento de registrar a sua candidatura.

Nos processos seletivos mais modernos - especialmente durante a pandemia da Covid-19, que aumentou o número de seleções 100% on-line -, os profissionais podem se deparar com diversas solicitações feitas pelas empresas para ajudar a conhecer melhor cada candidato, para além do tradicional currículo. Um exemplo dessa nova realidade são as cartas de apresentação, elemento desconhecido por alguns profissionais, mas que têm espaço em processos seletivos com o tempo.

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Segundo a analista de recursos humanos da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, Rafaella Vieira Schettini, as cartas são documentos “com um breve resumo das habilidades, competências e experiências de um candidato que deseja concorrer a uma vaga de emprego". Ela complementa: "Geralmente ela é enviada junto do currículo do candidato e deve ser elaborada de forma sucinta, pois tem a finalidade de agilizar o processo seletivo”. 

A finalidade de solicitar cartas de apresentação, segundo Rafaella, é ajudar a pessoa que está avaliando os candidatos à vaga. “Através do envio das cartas de apresentação, o recrutador consegue conhecer melhor o candidato e assim filtrar o perfil desejado com mais agilidade, pois ele consegue analisar de forma mais rápida se o mesmo possui as habilidades, competências e vivências necessárias para a vaga. Trata-se de um grande facilitador no processo de triagem”, explica a analista de RH. 

Ikla Lima Cavalcante, 29, é psicóloga especializada em Neuropsicologia, mestre em Neurociência Cognitiva e Comportamento, bem como é professora do curso de psicologia da UNINASSAU. Ela explica que é importante os profissionais que buscam vagas estarem atentos à elaboração de cartas de motivação, pois essa forma de seleção, embora ainda seja novidade, vem se tornando mais comum. “É um pouco recente, mas que vem sendo cada vez mais implementada pelas empresas”, argumenta.

Entre as dicas para ter sucesso na elaboração de uma boa carta de apresentação que potencialize as chances de contratação, Ikla chama atenção para a boa escrita com uso correto da norma culta, além da premissa básica de todas as maneiras que um profissional tem para se apresentar em um processo seletivo: a sinceridade. 

“A primeira dica seria fale a verdade. Não adianta tentar criar um perfil que não existe. Ser sincero e verdadeiro tem suas vantagens. A segunda dica seria a de muito cuidado com a escrita, atentar sempre para a escrita correta. E a terceira dica seria a conte suas experiências numa perspectiva de apresentação/exposição e nunca numa atitude pretensiosa”, diz a professora. 

No que diz respeito à estrutura da carta, o consultor em recursos humanos e coordenador de treinamentos na Blackbelt It Solutions, Jessé Barbosa de Araújo, explica que ela deve trazer “um resumo das informações dos candidatos, bem como, a capacidade de ser sucinto, objetivo e direto” e também “não devem ultrapassar 15 linhas, ou seja, 3 parágrafos”. 

Entre os elementos que devem estar presentes no texto, Jessé cita o nome da empresa a quem se destina a carta, nome e idade do candidato(a), sua formação acadêmica, principais competências técnicas alinhadas a vaga, características comportamentais que estejam alinhadas ao FIT Cultural ( valores e atributos da cultura organizacional) da empresa e experiências profissionais que contribuíram para a carreira e fomentam expertise na área à qual se está concorrendo. 

Jessé também recomenda que os candidatos evitem o uso de gírias ou de um tom muito intimista na escrita da carta ao descrever a si mesmo(a). “A maioria das pessoas tendem a ter dificuldade no momento de construir uma carta de apresentação, pois falar de si na segunda pessoa exige uma capacidade de auto conhecimento. Tente focar nas competências, naquilo que a empresa está exigindo da vaga, assim haverá maiores chances de ser chamado para a entrevista. Atente-se na forma da escrita, evite gírias ou um texto muito intimista como se conhecesse a pessoa. Seja cordial”, recomenda o especialista.

A pandemia de Covid-19 tem impactado o mercado de trabalho e, por conta disso, muitos profissionais precisaram se adaptar a uma nova realidade. Ao mesmo tempo, a crise colocou em evidência algumas carreiras. De acordo com o levantamento feito pelas consultorias de RH GTO Recursos Humanos e Bematize Consultoria, as profissões que ganharam destaque no período são as relacionadas a área da saúde, gestor e operador de relacionamento com o cliente, psicólogo organizacional e consultor de benefícios, gestor de suplementos e operador logístico, desenvolvedor e especialista em TI, profissionais de cibersegurança e especialistas em nuvem (cloud), além do setor de RH e de gestão financeira.

Devido ao fechamento dos comércios e a suspensão dos atendimentos presenciais, a demanda no atendimento ao cliente aumentou, o que fez muitas empresas procurarem por gestores e operadores de relacionamento com o cliente. "Aqui vejo uma tendência para o atendimento 100% digital. Empresas que oferecem robôs ou agentes digitais para o SAC de outras empresas tendem a crescer", prevê o diretor da Bematize Consultoria, Ronn Gabay.

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A junção da quarentena com o home office desafiou as empresas a manterem o psicológico dos funcionários enquanto garantem a sua produtividade. "O psicólogo organizacional foi importante na definição de estratégias de engajamento de colaboradores e acompanhamento mental nesse período, pois teve que auxiliar o profissional a lidar com as interferências familiares no trabalho", afirma Gabay. "Além disso, esse profissional teve que atuar prestando suporte aos demitidos por causa da crise, orientando-os com cautela e de forma humanizada", complementa.

Já os consultores são necessários para lidar com a demanda de cancelamentos de benefícios que cresceu na pandemia, como questões de vale-transporte e demissões. "Cabe aos profissionais de benefícios, além de dominar a gestão flexível, desenvolver novas formas de oferecer benefícios às empresas sem desrespeitar a legislação trabalhista", destaca o diretor.

A crise também aumentou a demanda por entregas a domicílio, tornando mais necessário o gestor de suplementos e operadores logísticos, que também tiveram que adotar protocolos de higienização. "A procura por produtos químicos também cresceu, ou seja, carga inflamável. Assim, os cuidados foram redobrados", calcula Gabay.

Outras oportunidades

Os profissionais de RH são chamados para organizar a estrutura econômica da empresa. "Às vezes, eles são solicitados para a pior das tarefas, demitir pessoas, redimensionar setores, excluir áreas", explica a head da GTO RH, Thais Mendes.

Em um cenário de crise, o profissional de finanças é solicitado pelas empresas para otimizar gastos, realizar investimentos da maneira correta e planejar os próximos passos. Já os profissionais de tecnologias são responsáveis pelos aspectos de conectividade, fluxo de dados e segurança. "É fato que o mercado evoluiu para as atividades home office, por isso, as profissões digitais e o mundo virtual terão alta", comenta Thais.

O setor de tecnologia já estava em crescimento, mas a pandemia acelerou esse processo. "Agora, muitos precisarão se capacitar e preparar seus negócios para esse novo cenário, enquanto outras profissões não serão destaque de investimento, mas a valorização de todas elas continuará", finaliza Thais.

Assim como o trabalho home office tem sido a melhor maneira de não parar as atividades, as entrevistas por vídeo otimizam o tempo, facilitam o recrutamento de novos profissionais e mantém a segurança neste período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. Em tempos de crise no mercado de trabalho, ter um jogo de cintura pode ser um grande diferencial na hora das seleções.

Além de ter uma alta capacidade de adaptação, as empresas estão procurando nos candidatos flexibilidade e habilidade com as ferramentas de tecnologia. É o que explica Amanda Buarque, coordenadora de Recursos Humanos (RH) do grupo Ser Educacional.

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Em entrevista ao LeiaJá, Rebeca Morais, psicóloga e especialista em Recursos Humanos, listou cinco gafes que não devem acontecer em entrevistas de emprego feitas por vídeo. Confira:

1 - Chegar atrasado na entrevista virtual

Por incrível que pareça, também temos aqueles que se atrasam para processos seletivos on-line. O ideal é sempre que possível se conectar com um pouco de antecedência, até para poder checar se os equipamentos estão todos funcionando. Muitas vezes os atrasos se dão porque os candidatos não têm domínio da ferramenta utilizada pelo recrutador e, em cima da hora, não conseguem ficar on-line e acabam perdendo tempo, o que poderia ser evitado se o candidato se antecipasse.

2 - Ter linguagem corporal inadequada, gestos e posturas impróprias 

Os recrutadores também estão de olho nessa linguagem corporal mesmo através do vídeo.

3 - Deixar o microfone aberto e vazar áudio impróprio

É importante sempre ficar atento a esse ponto para não aparecerem conversas paralelas com os filhos, por exemplo. Ou deixar o microfone aberto e ficar falando o tempo todo sem dar espaço para outras pessoas falarem, caso seja uma entrevista em grupo.

4 - Aparecer com o dress code inapropriado

Pode parecer clichê, mas existe uma forma que você irá se vestir para uma entrevista por vídeo. O candidato muitas vezes esquece que os recrutadores irão vê-los, mesmo que por vídeo, e não se vestem de forma adequada.

5 - Locais inadequados para a entrevista

Acontece de o candidato não está atento a isso e escolhe locais com bastante ruídos ou próximos ao banheiro, por exemplo, e os recrutadores terminam vendo todo movimento dentro da casa do candidato. Por isso, escolha o local na sua casa mais adequado para a entrevista.

Com as atividades realizadas remotamente, devido à pandemia do novo coronavírus, a comunicação nos grupos de trabalho via WhatsApp passou a ser mais constante. Diante desse cenário, é provável que os líderes empresariais passem a avaliar o comportamento dos funcionários nas redes sociais.

Para entender melhor o assunto e saber se a postura on-line inadequada pode gerar prejuízos, o LeiaJá entrou em contato com Jessé Barbosa, especialista em Recursos Humanos, e Eduardo Barsi, gestor de uma rede colegial. Sobre o comportamento em grupo de trabalho, Jessé explica que “a medida que a empresa adota um meio de comunicação mais rápida como WhatsApp, os colaboradores devem fazer o seu uso racional para que não se transforme em um grupo de propagação de mensagens de bom dia ou de vídeos e memes engraçados".

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"Para que a comunicação torne-se mais fluída, se faz necessário comunicar apenas o necessário, pois pode ocorrer de se perder alguma informação importante, na medida que tantas outras não tão importantes sejam postadas”, explica Barbosa. Já sobre o uso de emoji e figurinhas, ele esclarece que não há problemas em utilizá-los, desde que os mesmos não venham a denegrir ou ofender a honra de ninguém.

O gestor Eduardo Barsi acredita que os profissionais devem observar o perfil de cada grupo de trabalho e as situações oriundas das trocas de mensagens. “Aprendemos que todo gênero textual carrega consigo suas particularidades. O WhatsApp não nasceu para o fim de comunicação empresarial, ele foi raptado para esse fim. Assim, os usuários é que devem saber ‘com que roupa eu vou?'. Os envolvidos na comunicação precisam levar em consideração todo o contexto da interlocução. Posso ser descontraído com meu ‘superior’ desde que ele abra espaço, mas isso não envolve intimidade, abreviações de nomes, palavras de baixo calão, gírias, entre outras abordagens", orienta Barsi.

"Até aí, um ‘vc’ e ‘tb’, se aceita. Eu sempre sugiro a formalidade sem vocabulário rebuscado, apenas bom senso e vocabulário sereno. O menos é mais, assim você não corre riscos de más interpretações e de dias ‘ruins’ que todo chefe pode estar”, acrescenta.

A avaliação feita pelos líderes não se limita apenas a um grupo interno. É necessário que haja uma atenção em postagens feitas publicamente. “Os RH's, nos dias atuais, acompanham de perto o candidato nas redes sociais, isto se dá como uma forma para compreender a personalidade do candidato em um momento mais descontraído como no uso de suas redes sociais e seus posicionamentos na medida e análise do que o mesmo publica. Se a empresa, por exemplo, apoia políticas de inclusão e o candidato tem um perfil de publicar mensagens que vão de encontro à filosofia da empresa, o mesmo não tem o perfil esperado, podendo o RH decidir por sua exclusão do processo. Embora seja um direito constitucional, a capacidade de livre expressão, faz-se necessário o uso dos princípios e valores universais na qualidade de ser humano”, explica o especialista em RH Jessé Barbosa.

Helanio Veloso, assistente de logística, comenta que deixou de seguir algumas páginas na internet para evitar constrangimentos na empresa. O principal motivo dessa decisão é que algumas páginas possuem abordagem política forte e crítica. “A maioria das empresas, hoje, analisa os perfis dos funcionários nas redes sociais; percebo que não é viável seguir algumas páginas, como as que seguia”, comenta.

“Em breve não seremos entrevistados para uma oportunidade de emprego. A empresa desenvolverá um algoritmo e fará a escolha a partir de dados coletados em todos os seus dados disponíveis nas redes. Se entre essas informações coletadas não aparecer uma atividade Pro bono ou ação solidária, o risco de perder a vaga é muito grande”, analisa Eduardo Barsi.

Jessé Barbosa ainda acrescenta que existem vários casos de demissão devido publicações inadequadas nas redes sociais, por exemplo. “Os RH's devem sempre analisar cada caso, sempre na observância do código de ética da empresa e no desdobramento gerado em virtude do ocorrido", explica.

Paro o gestor Eduardo Barsi, também podem ocorrer prejuízos, como o desligamento de um colaborador, caso o funcionário haja de forma inadequada na internet. “Já temos registros de pessoas que tiraram fotos impróprias em lugares com muita carga simbólica relacionada a perda de vidas. Isso é muito insensível; profissionais que postaram vídeos inadequados com a profissão que desempenham, e longe de pensar que isso é hipocrisia. Toda profissão traz consigo a sua representação social e cultural já inserida no grupo social, na comunidade onde essas relações estão sendo estabelecidas. Toda a exposição profissional precisa ser discreta e equilibrada, em qualquer ambiente (virtual ou real)", finaliza.

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Diante da pandemia do novo coronavírus, o mercado de trabalho enfrenta desafios e alterações. Profissionais passaram a exercer atividades em casa, outros enfrentam redução salarial e até demissões. Ainda não se sabe como será, de maneira concreta, o futuro dos trabalhadores. No entanto, para analisar e projetar como serão as questões trabalhistas pós-pandemia, o LeiaJá entrevistou profissionais da área de Recursos Humanos, direito do trabalho, bem como ouviu a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

De acordo com o presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, em relação ao salário, ele comenta que  “os empresários e a maioria dos governantes irão tentar encontrar alguma forma de pelo menos congelar os salários, a exemplo do PLP 39, que procura congelar salários dos servidores federais, estaduais e municipais, mesmo sabendo que grande parte dos servidores recebem apenas o salário mínimo ou até menos".

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"Essa é a mesma lógica da MP 905, o governo tem atacado os direitos dos trabalhadores de forma geral para que o capital acumule mais lucro através da redução dos salários”, acrescenta o presidente da CUT-PE.

A análise do advogado trabalhista Paulo Rodrigo, sobre a questão salarial pós-pandemia, não foge muito da perspectiva do presidente da CUT. “Acredito que as chances de ocorrer uma redução salarial é muito grande, principalmente em relação aos novos contratos de trabalho pós-pandemia. Estamos vivendo e ainda teremos inúmeros desafios na área do direito do trabalho e sem sombra de dúvidas, muitos assuntos serão colocados em pauta para debate e reflexão, e um dos mais importantes será a questão salarial”, comenta Rodrigo.

O presidente da CUT ainda diz que é possível que tentem reduzir custos por meio do trabalho intermitente, dos acordos individuais sem a participação dos sindicatos, da carteira verde e amarela, do aumento da jornada do trabalho por meio do home office, da quebra dos planos de cargos, retirada do vale alimentação, gratificações e outros mecanismos. “Antes da pandemia, trabalhadores informais representavam 49% das pessoas ocupadas, ou seja, corre o risco de após essa crise, termos mais trabalhadores informais que formais, e entre os formais é provável que haja um enorme percentual de trabalho precarizado”, afirma.

“Os desafios dos sindicatos serão ampliados. Além de todo esse quadro citado, ainda enfrentaremos a revolução tecnológica que está ocorrendo e tudo isso tem a capacidade de desempregar. Precisaremos que as pessoas tenham acesso às novas profissões. Precisaremos combater a informalidade, reduzir a jornada de trabalho e ampliar as políticas sociais para garantir uma vida digna à todos e todas", finaliza Paulo Rocha.

Para Jessé Barbosa, especialista em Recursos Humanos, o mercado de trabalho não será mais o mesmo pós-pandemia. “As empresas precisarão reestruturar a forma de trabalho e sua concepção, para que possam atender a nova dinâmica do mercado. Dessa forma, o perfil das vagas que surgirão irá focar mais no gerenciamento do tempo e disciplina para atuar com home office”, projeta.

Sobre a dinâmica de contratação, Jessé explica que “levará um tempo para que o mercado reaja, isso se deve aos fatores que não estão sobre controle como cenário político e econômico". Para Barbosa, "essas instabilidades irão gerar receio aos investidores que tendem a ser mais conservadores, limitando a ampliação e geração de empregos.”

O especialista ainda analisa que “muitas empresas puderam comprovar que é  possível desenvolver trabalho remoto, outras tiveram que adotar práticas de trabalho em formato de rodízio, salários ajustados e carga horária reduzida". De acordo com Barbosa, mesmo diante das dificuldades, é possível inovar e buscar soluções para a sustentabilidade da empresa.

Jessé ainda acrescenta que, devido o isolamento social, é possível identificar uma forte atuação das empresas prestadoras de serviços. “Neste nicho de mercado há oportunidades e haverá uma grande ascensão devido à pandemia, pois o isolamento social deve ser gerenciado por mais algum tempo”, finaliza.

A previsão dos desafios que o mercado de trabalho pode enfrentar não é das melhores. Há muitas perguntas acerca do mercado de trabalho, muitas delas sem respostas firmes. “Por exemplo: como estará a economia do país e como será a reabertura dos estabelecimentos comerciais, principalmente das micro e pequenas empresas?. Estamos enfrentando algo inimaginável e o maior desafio será o restabelecimento dos contratos de trabalho. Possivelmente, teremos medidas legais para flexibilizar a jornada de trabalho e redução dos salários pós-pandemia, como as que foram adotadas na Medida Provisória nº 936/2020. Reafirmo que é imprescindível observar as diretrizes esculpidas em nossa Constituição Federal/88 para não precarizar as atividades laborais, muito menos, suprimir direitos trabalhistas protegidos na Carta Magna”, analisa o especialista em direito do trabalho Paulo Rodrigo.

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