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O presidente argelino Abdelmadjid Tebboune nomeou, neste sábado (28), o acadêmico Abdelaziz Djerad como primeiro-ministro, anunciou a televisão pública, citando uma declaração presidencial.

Segundo a mesma fonte, Djerad, que possui doutorado em ciências políticas, foi "encarregado de estabelecer um novo governo".

Ele sucede a Sabri Bukadoum, ministro das Relações Exteriores que havia sido nomeado primeiro-ministro interino após a renúncia de Nureddine Bedui em 19 de dezembro, dia da posse de Tebboune como novo chefe de Estado.

Posteriormente, a televisão pública mostrou imagens de Abdelaziz Djerad, de 65 anos, sendo recebido pelo presidente Tebboune.

"Temos que trabalhar com todas as competências nacionais e os executivos do país, cidadãs e cidadãos, para sair deste momento difícil e enfrentar os desafios econômicos e sociais", declarou Djerad.

Graduado pela Faculdade de Ciências Políticas de Argel e com doutorado pela Universidade Paris X Nanterre, de acordo com sua biografia, o novo primeiro-ministro já ocupou altos cargos no governo argelino.

Ele foi secretário geral da Presidência da República (1993-1995) e secretário geral do ministério das Relações Exteriores de 2001 a 2003, durante o primeiro mandato de Abdelaziz Buteflika.

Também foi diretor da Escola Nacional de Administração (ENA) de Argel, de 1989 a 1992.

Sua nomeação ocorre duas semanas após a eleição para a presidência de Abdelmadjid Tebboune, após uma votação na qual grande parte dos argelinos (60%) se absteve e foi criticada pelo poderoso movimento de protesto ("Hirak"), que sacode o país desde 22 de fevereiro.

Os manifestantes veem em Tebboune uma extensão de Buteflika e não consideram sua escolha legítima.

Tebboune é um antigo e fiel defensor de Buteflika, de quem foi ministro por muito tempo, e então primeiro-ministro efêmero, antes de Buteflika ser destituído após três meses e cair na miséria.

Apesar de ter obtido em abril a renúncia do presidente Buteflika, no poder por duas décadas, o movimento "Hirak" continuou sua mobilização ao longo dos meses, exigindo a saída de todo o "sistema" que governa a Argélia.

Na última sexta-feira (27), dezenas de milhares de argelinos se manifestaram na última concentração semanal de 2019 contra o governo, embora a participação tenha sido menor que a registrada nas últimas semanas.

A presença na capital foi menor que nos protestos das últimas semanas e parecia ser uma das mais fracas desde o início da onda de protestos.

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