O musical "Annie" volta aos cinemas com a talentosa atriz mirim Quvenzhané Wallis no papel da pequena órfã, em uma atualização do clássico da Broadway que visa à geração das redes sociais.
O filme, dirigido por Will Gluck, conta a história da extrovertida e adorável menina, que sofre com a desalmada senhora Hannigan (Cameron Diaz), que em meio às aventuras para encontrar os pais conquista o coração do magnata do setor de telefonia celular Will Stacks (Jamie Foxx).
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O remake, que não se passa na Grande Depressão de 1930 e sim na Nova York atual, estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos e em fevereiro no Brasil.
As personagens e a mensagem de otimismo são as mesmas do musical levado ao cinema pela primeira vez em 1982, mas o elenco, com a afro-americana Wallis à frente, é "tão diverso que permitirá que mais crianças em todo o mundo se vejam refletidos na tela", afirmou Diaz à AFP em uma entrevista ao lado de Foxx.
"Conseguimos representar personagens totalmente novos em um mundo que as crianças poderão reconhecer e entender. Há muito uso das redes sociais", disse Cameron Diaz.
A atriz admitiu que adorou a personagem, apesar do desafio de cantar pela primeira vez no cinema.
"Fiquei feliz pela oportunidade de fazer algo que me aterrorizava", destacou.
Talentosa Wallis
As canções do musical também receberam uma nova roupagem, em um filme produzido pelo astro do rap Jay-Z, pelos atores Will Smith e Jada Pinkett, entre outros.
Diaz e Foxx afirmaram que foi um prazer trabalhar com Wallis, de 11 anos, um verdadeiro prodígio que fez história ao se tornar a atriz mais jovem indicada ao Oscar, por sua impressionante e madura interpretação em "Indomável Sonhadora" (2012).
O papel em "Annie" rendeu a Quvenzhané Wallis uma indicação a melhor atriz no Globo de Ouro na categoria musical ou comédia.
"Ela é muito talentosa. Você esquece que ela tem 11 anos. Foi divertido observá-la crescer no papel", disse Foxx, que afirmou ter baseado seu personagem no empresário, rapper e produtor Sean John "P Diddy" Combs.
Além de usar de maneira inteligente as redes sociais, como em uma cena em que o resgate de Annie é facilitado pelas fotos que as pessoas tiram com os telefones celulares, o filme também aborda os riscos provocados por estas plataformas.
"A senhora Hannigan representa a epidemia de nossa sociedade, onde as pessoas, especialmente os jovens, baseiam sua autoestima em quantas 'curtidas' ou quantos seguidores têm", afirmou Diaz.
Os atores esperam ainda que o filme sirva como uma espécie de alívio após a turbulência provocada nos Estados Unidos pelas mortes de cidadãos negros em ações de policiais brancos, que foram inocentados em Ferguson (Missouri) e Nova York.
"Com sorte, o filme será parte do processo de cura", disse Foxx.
"Annie" também chega aos cinemas em meio a uma polêmica, pois é um dos filmes disponibilizados on-line após um ataque de hackers contra a Sony Pictures, que segundo analistas pode ter sido cometido por norte-coreanos irritados com o longa-metragem "A Entrevista", que narra um complô fictício para assassinar o dirigente Kim Jong-Un.
"É uma experiência muito boa assistir um filme no cinema, especialmente um filme como este, feito para ser visto na grande tela", se limitou a responder Diaz ao ser questionada sobre o tema.