Apesar de ainda não estarem devidamente catalogados e analisados, os mais de 1,6 mil volumes da biblioteca pessoal do geógrafo e professor Aziz Nacib Ab'Saber já estão organizados e numerados nas prateleiras da biblioteca que vai levar seu nome na USP Leste. O acervo foi doado à unidade pela viúva, Cléa. O intelectual morreu há pouco mais de um ano, no dia 16 de março de 2012, aos 87 anos.
O acervo chegou à unidade em fevereiro. Além dos 1,6 mil volumes em livros, há também quantidade parecida de periódicos - que ainda não foram avaliados. Segundo a bibliotecária Sandra Tokarevicz, da área de processamento técnico e aquisição da USP Leste, chama a atenção a quantidade de obras das décadas de 1940 e 1950. "Há ainda algumas obras de 1909 e 1911. A maior parte de geografia, geomorfologia e também uma parte de temas ambientais, que eram sua área de estudo", diz ela.
##RECOMENDA##Ao longo de décadas de pesquisa, Saber, que era professor da USP, elaborou teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil, mantendo-se ativo até a véspera de sua morte. Foi um dos mais importantes estudiosos da geomorfologia brasileira, desenvolvendo ao longo da carreira mais de 300 artigos e tratados de significativa relevância internacional nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, fitogeografia, geologia e de geografia. Teve também um papel de liderança no desenvolvimento de uma consciência conservacionista.
A relevância real do acervo ainda será mensurada. "Já fizemos a higienização dos livros, alguns vão passar por restauração. Mas ainda vamos começar a descobrir esse acervo. Vamos contactar especialistas para descobrir a importância desse material", explicou Sandra. Segundo ela, a unidade não foi informada se a doação era uma vontade de Saber durante a vida. "Ele havia visitado nossa biblioteca em um simpósio e gostou bastante. Talvez a motivação da doação tenha saído daí."
A inauguração da Sala Aziz Ab'Saber integra a comemoração dos dez anos da pedra fundamental da USP Leste, completados hoje. A unidade abriga a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.