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Nem tudo que termina em pizza é algo que não deu certo. No Recife, um casal de microempreendedores do ramo alimentício decidiu dividir parte da produção de sua pizzaria, recém inaugurada no Alto da Foice, zona norte da capital pernambucana, com aqueles que não têm condições de pagar pelo alimento. Todo último domingo do mês, Anderson Barbosa e Bárbara Lima, acompanhados de alguns colaboradores do estabelecimento, distribuem pizzas à pessoas em situação de rua em diversos bairros da Região Metropolitana.

Foi em um momento de certa ‘crise’ que Anderson, proprietário da Mestre Pizza, decidiu colocar em prática um desejo antigo: o de praticar a caridade. Ao ser demitido de um emprego, ele decidiu dar uma passada na imagem de Nossa Senhora da Conceição, localizada no Morro da Conceição, também na zona norte do Recife, e ali, fez uma promessa. “No dia seguinte ia ser a inauguração (da pizzaria). Antes de chegar lá eu fui pensando que as coisas acontecem quando tem que acontecer, porque ia ficar muito corrido estar nos dois trabalhos. Eu parei no Morro pra dar uma respirada lá na Santa, na frente de Nossa Senhora, e eu me disponibilizei naquele momento a fazer essa ação solidária”, disse o empresário em entrevista ao LeiaJá.

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Anderson (direita) e Bárbara com os colaboradores da pizzaria em um domingo de doações. Foto: Cortesia/Arquivo Pessoal

Ao levar a ideia para a esposa e gerente do estabelecimento,  Bárbara, além de seus colaboradores, Augusto Henrique e Luciano Maurício, nasceu a ação Pizza Solidária, que já contou com duas edições, nos dois meses de funcionamento da pizzaria. Na primeira saída, o grupo doou cerca de 40 fatias de pizza para pessoas carentes na Rua do Imperador, centro da capital pernambucana. Já na segunda, as mais de 50 fatias preparadas multiplicaram-se e tornaram-se quase 100 durante a distribuição que aconteceu no Alto Nossa Senhora de Fátima (Zona Norte), a crianças e jovens. Nesta segunda ocasião, a ação aconteceu em conjunto com outra iniciativa solidária, o Cinema Comunidade Ativa, desenvolvido pelo grupo Comunidade Ativa, do mesmo bairro.

Agora, Anderson e Bárbara buscam novos parceiros e pessoas dispostas a ajudar como puderem para que o projeto possa atender a um público maior. Para isso, o empresário postou, em suas redes sociais, um vídeo no qual apresenta o projeto e convida os interessados a colaborarem. "Para que essa ação continue acontecendo, existe muita força de vontade dos colaboradores da pizzaria. Se depender da gente, essa ação continua sempre. Porém, a gente tem uma limitação enquanto a distribuição. A gente não tem como dar muitas pizzas, mas a gente tá buscando parcerias para que essa quantidade possa se expandir e que a distribuição possa melhorar. A gente tá aberto a pessoas que queiram colaborar de alguma forma, com seu tempo ou com dinheiro, trazendo seu próprio alimento para doar  e dessa forma a gente poder expandir o projeto”.

Na segunda edição, o Pizza Solidária fez a alegria da garotda no Alto Nossa Senhora de Fátima. Foto: Cortesia/Arquivo Pessoal

Para o pernambucano, essa é uma forma de colaborar com o próximo e retribuir a ajuda que ele próprio já recebeu em outro momento. Anderson diz ser “fruto de ação solidária da comunidade” e que ter a oportunidade de ver a caridade sendo colocada em prática, o sensibilizou a compartilhar  “o pouco” que tem. “Eu passei um período fora do Brasil, na Bélgica, em Bruxelas, e lá eu conheci uma casa de Umbanda chamada Axé Toca do Caçador. Nessa casa eu vi o quão é importante a caridade. Eu já tinha ouvido falar muito nesse nome, mas presenciar e participar, foi lá. Por também vir de projeto social, hoje eu sou uma pessoa melhor, porque eu participei de projetos sociais. Então, nada mais justo do que contribuir da melhor forma possível fazendo com que outras pessoas se sintam bem e poder  melhorar o dia dessas pessoas através da ação da Mestre Pizza”. 

Como colaborar

Segundo Anderson e Bárbara, qualquer ajuda é bem vinda para que a Pizza Solidária possa continuar acontecendo e, ainda, possa aumentar seu alcance. Através do Instagram do empreendimento do casal, é possível entrar em contato e oferecer ajuda. Assim, eles esperam que a terceira edição do projeto seja ainda mais bem sucedida com muito mais pessoas terminando o seu dia em pizza, no bom sentido. 

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Lulu Santos, dono de hits que seguramente botam fogo em muitas pistas de dança, já dizia: “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”. O surgimento de um novo vírus que colocou o mundo confinado dentro de casa, numa verdadeira pandemia, no entanto, transformou as noites de sábado - e demais dias da semana para aqueles baladeiros mais dispostos - em verdadeira incógnitas, já que a aglomeração de pessoas em festas e eventos ficou terminantemente proibida.

A solução para esse problema, porém,  veio rapidamente. Correndo ao lado das lives, que pipocaram logo após o início da quarentena, as baladas online surgiram não só como opção de diversão para os ‘quarenteners’ como um meio para que produtores de festas e DJs pudessem continuar trabalhando e gerando renda, ainda que dentro de suas casas. 

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Diferentemente das lives, em que o público assiste passivamente à uma apresentação, as festas online propõem uma maior atividade dos participantes com vários estímulos que os levam a interagir entre si. “Você abre sua câmera, fica conversando com as pessoas e curtindo a festa. O bom é quando você começa  a entrar nesse clima, porque aí você começa a participar de fato da festa”, diz a DJ Claudinha Summer, que além de tocar em vários ‘rolês online’, também participa da produção de alguns eventos virtuais. 

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Em todo o território nacional - e também fora dele - selos de festas e casas noturnas estão entrando nesse novo universo do entretenimento. As opções são inúmeras - Club Quarentine (Toronto); Club Quarentee (Nova Iorque); Queer House Parties (Londres); United We Stream (Berlim); Boate aZoom (Rio de Janeiro); Iraq Sessions (Recife); Tela Plana (Brasília). A grande variedade possibilita aos baladeiros de qualquer canto do mundo curtirem festas que antes não poderiam devido à distância geográfica, e os tradicionais ‘afters’ também já estão sendo realidade no universo virtual. 

As baladas online são capazes de reunir, em média, 120 pessoas por transmissão - número que varia para cima ou para baixo a depender do dai -, e a ideia dos realizadores é que os baladeiros participem ativamente da experiência, bebendo, dançando e, sobretudo, paquerando, cada um de sua casa e através da tela do computador. “Tem gente que diz que só vai pras festas pra flertar mesmo, porque sempre aparece uma novidade, uma galera bonita”, diz Bárbara Lima, mais conhecida como Babi Lima,  DJ e hostess da Iraq Sessions. Entre um set e outro, é ela quem transmite os recadinhos dos baladeiros e garante a fruição da azaração no ambiente virtual. 

Babi Lima é DJ e hostess na Iraq Sessions. Foto: Reprodução/Instagram

Mas, engana-se quem pensa que as baladas online são apenas diversão. Não para aqueles que trabalham para que elas aconteçam. Produtores, DJs, e outros profissionais da área cultural e do entretenimento encontraram nelas uma forma de manterem-se ativos e gerando alguma renda durante o período de quarentena.”O DJ Incidental e o DJ Rimas têm uma rede de articulação (de DJs) muito grande e eles estão bombando nesse assunto. Essa rede está se articulando para fazer ações mostrando para as pessoas que não é  hora de se aglomerar em festa, então todo mundo está se articulando para que o movimento virtual seja agradável e que pegue a todos para que todos possam se recuperar na questão econômica. A gente tem que estimular o mercado online”; diz Claudinha Summer. 

A necessidade de gerar renda e aquecer o mercado das baladas online, no entanto, esbarra na dificuldade de convencer o público a pagar pelo consumo desse tipo de conteúdo que vem pela internet. Tem sido necessário uma espécie de movimento de orientação para que os festeiros compreendam esse movimento. “É chamar as pessoas para a responsabilidade, fazer com que elas entendam que nós somos profissionais da cultura e do entretenimento. Então, se isso não é estimulado nesse ‘novo normal’ a gente não tem a nossa sobrevivência”, diz Bárbara. Claudinha complementa: “Quando a gente tá no presencial, a gente tem que pegar carro, ônibus, pagar entrada. Então a gente tem que manter isso sim, que é pra educar o público, ele tem q passar por esse perrengue chique pra (nos) remunerar. O custo (da festa online) é quase igual ao presencial a única diferença é que você não abriga as pessoas”. 

Claudinha Summer é DJ e produtora de festas. Foto: Reprodução/Instagram

Mas, apesar das dificuldades - sejam elas financeiras ou de ordem técnica,por conta de todo o aparato tecnológico necessário - o universo das baladas online está crescendo e gerando frutos. Com a incerteza de quanto tempo mais estarão proibidas as aglomerações, por conta do coronavírus, é na internet mesmo que baladeiros e baladeiras estão conseguindo rever os amigos, ouvir as músicas que gostam e até paquerar. 

Os profissionais envolvidos nesse ‘rolê’ estão animados e, com certeza, quando retomarem seu trabalho no ‘mundo real’, terão muita história boa para contar, além de novas estratégias para fazer ‘bombar’ ainda mais as pistas. “É uma experiência que eu acho que todo mundo tem que passar, porque é um novo formato de entretenimento e (depois da pandemia) essas experiências vão continuar, eu acredito”, diz Summer. Já Babi, deixa o convite: “Quem não foi ainda, tem que ir”. 

Festa na 'cam'

Confira algumas opções de baladas online. 

Iraq Sessions 

Afronte 

Caótica no Zoom 

Boate AZoom / Bitclub (Brasil)

Festa Trophy (Brasil)

Club Quarentine (Canadá)

Club Quarentee (EUA)

Queer House Party (Inglaterra)

United We Stream Berlim

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