Tópicos | Biofábricas

[@#galeria#@]

O mercado de biofábricas vem crescendo de maneira considerável no Brasil nos últimos anos. Após a implementação de empresas de produção industrial de plantas no país, o novo cenário do mercado nacional é a normatização da produção in vitro, além da demanda por novas tecnologias para melhoria no processo.

##RECOMENDA##

Um espaço que discutiu a atuação desse tipo de negócio no Estado e no Brasil foi o III Seminário Nacional de Biofábricas de Plantas, que aconteceu pela primeira vez no Recife durante os dias 29 de outubro e 1° de novembro. O evento, voltado principalmente para profissionais e pós-graduados com foco no mercado de Biologia, reuniu nessa edição 180 inscritos.

Segundo Andrea Baltar, presidente do Seminário, esse ano a decisão de trazer o evento ao Recife foi graças a ABBPlantas (Associação Brasileira de Biofábricas de Plantas) e também a disposição do CETENE (Centro de Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (Minc).

A história do Seminário de Biofábricas de plantas está bastante ligada ao próprio mercado produtivo de biofábricas no Brasil. A primeira edição aconteceu em 1992, graças ao professor Lee Tseng Sheng Gerald, atualmente doutor em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela Universidade de São Paulo (1978) e professor da Universidade Federal de São Carlos (Brasil). “Em 1992 duas grandes fábricas brasileiras fecharam. Então criei o seminário na busca de uma explicação para o fechamento das duas empresas, com a discussão de problemas com demais pesquisadores” explica Lee. “A solução para o problema que verificamos em conjunto foi tecnologia e gerenciamento”.

Mesmo sendo uma observação feita por um seminário há pouco mais de vinte anos, tecnologia e gerenciamento ainda são constantes na criação de uma biofábrica – e qualquer empresa que vise prosperar, como explica o pesquisador Macos de Assis em seu artigo O sucesso de uma biofábrica: Problemas e Desafios. “Visando-se a exploração comercial, o domínio das técnicas de produção é fundamental, mas necessita ser complementado por práticas empresariais adequadas, para assegurar o sucesso da atividade”.

O segundo seminário, em 2010, também idealizado pelo professor Lee, focou em novas tecnologias, na época, biorreator (o que diminui a demanda por mão de obra) e gerenciamento. Segundo o professor, a época marca a chegada de multinacionais interessadas em entrar no mercado brasileiro de biofábricas de plantas, graças a um destaque do Brasil na economia do planeta.

Mercado
Alguns destaques da produção no Brasil são multinacionais, empresas nacionais (CTC) e cooperativas de cana-de-açúcar, com forte presença no Estado de São Paulo. Essa última produz em média 8 milhões de mudas anualmente.

A situação mercadológica é mais difícil para empresas pequenas que querem competir com as maiores produzindo os mesmos tipos de muda. “Empresas pequenas devem investir em produções diferenciadas, que estejam em sintonia com o mercado” adverte o professor Lee.

Além das próprias biofábricas, o mercado alimenta a criação de outras empresas que trabalham com produtos e serviços voltados para a área, como é o caso da purificação de laboratórios em que as mudas são criadas, ação essencial para evitar a contaminação local.

Um exemplo de empresa de destaque no setor é o Grupo VECO, que atua há mais de 35 anos no mercado na área de prevenção de contaminação e foi a primeira a produzir equipamentos importantes para o setor. São cabines de fluxos, áreas limpas e filtros absolutos, todos com o mesmo objetivo: limpar o ambiente em que as mudas são produzidas e evitar contaminações, garantindo assim o progresso das pesquisas e das empresas. “Qualquer contaminação pode trazer grandes problemas e comprometer uma pesquisa de anos”, explica Marcos Aurélio Rodrigues, representante comercial do Grupo Veco.

Dentro desse mercado também estão presentes exigências governamentais e protocolos que precisam ser cumpridos por empresas no que diz respeito a segurança do material.

Pernambuco
O estado de Pernambuco vem atraindo a atenção de empresas na área e possui alguns empreendimentos que estão em franco crescimento. Um fato que atesta também a importância do estado na área é a vinda do Seminário para Pernambuco (as duas edições anteriores foram em São Paulo). Segundo Cleiton DeBiasi, presidente interino da ABBPlantas, a escolha pelo estado se deu há dois anos. Além do apoio do Cetene, o número significativo de biofábricas que surgem no estado e se regulamentam também foram fatores para o seu destaque nesse tipo de mercado.

O principal tipo de produção tanto no Estado como em todo o território nacional são as biofábricas que produzem banana e cana-de-açúcar. Porém, o Brasil também se destaca na produção de batata, eucalipto e plantas ornamentais.

Ainda segundo DeBiasi, os principais desafios para empresas do setor atualmente são o curso de produção, principalmente por falta de subsídios e também falta de mão de obra especializada.

Em relação à falta de apoio do governo, o presidente interino da ABBPlantas afirma que a Associação está fazendo sua parte e dialogando com os responsáveis. “Temos reuniões constantes com o Ministério da Agricultura e o MCTI” explica. “O setor de biofábricas vem passando por um movimento histórico devido a esse movimento, e essa organização em prol de melhorias para as empresas”.

Biofábrica Governador Miguel Arraes
Um destaque nesse setor produtivo no Estado de Pernambuco é a biofábrica Governador Miguel Arraes, que desde 2006 produz em larga escala plantas de interesse estratégico para o Nordeste.

A biofábrica possui o maior sistema de produção in vitro de cana-de-açúcar da América Latina, além de ser uma das primeiras biofábricas brasileiras a utilizar em larga-escala a tecnologia de biorreatores em imersão temporária.

Entre os principais resultados estão a produção em larga-escala de 620 mil mudas de cana-de-açúcar, a ampliação das atividades para o Estado da Paraíba, com a produção de 40 mil mudas e a distribuição de 135 toneladas de cana-semente para os pequenos e médios produtores da Mata Norte de Pernambuco: tudo isso apenas em 2011.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando