Falta de ar, respiração ofegante, dores no peito. Quem tem asma costuma conhecer muito bem esses sintomas de desconforto respiratório que, muitas vezes, persistem por toda uma vida. Estima-se que cerca de 10% da população brasileira (21 milhões de pessoas) têm ou já teve sintomas da doença ao menos uma vez. Tanto que, para ajudar na conscientização da população, celebra-se neste domingo (21), o Dia Nacional de Controle da Asma.
"Você sabe que está convivendo com uma doença que pode se tornar grave o tempo todo, mas que também não tem cura e aí você acaba aprendendo a lidar com isso", conta o analista financeiro Rafael Vasconcelos, que tem entre os principais causadores das crises da doença, o contato com mofo ou poeira. "Se eu entrar num quarto que está fechado há muito tempo é gatilho", diz.
##RECOMENDA##Com a chegada do frio e das chuvas do inverno, os episódios dessas crises podem se tornar mais frequentes. Isso se dá porque a asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica que tem entre os sintomas recorrentes faltas de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito. Apesar disso, de acordo com o chefe do Ambulatório de Pneumologia do HC, Ângelo Rizzo, apenas de 1% a 2% da população brasileira desenvolve as formas mais graves, que necessitam de atendimento e acompanhamento em serviços de saúde.
Sintomas e ativadores
A asma pode ser ativada por um conjunto de fatores genéticos e ambientais. Portadores da doença podem ser sensíveis a poeira, ácaros, fungos, pólens, pelos de animais, fezes e corpo de barata, poluição, fumaça de cigarro, variação climática, frio, entre outros. Os sintomas também podem ser desencadeados por outros fatores, como infecção respiratória viral, alteração emocional e esforço físico.
Apesar de bastante conhecida, a asma é uma doença sem cura e seu tratamento é baseado no controle dos sintomas. "Você vai todo dia descobrindo o que lhe faz mal e o que não faz para criar seus mecanismos de defesa. Tenho que ir anualmente para um pneumologista, para verificar se a asma está ativa ou inativa. O acompanhamento é para deixá-la inativa", explica Rafael.
Cuidados e onde tratar
Além disso, os cuidados com a manutenção de um ambiente limpo e arejado são essenciais para a tranquilidade de um asmático. Em casos mais graves o uso de medicamentos auxilia no controle da frequência e da intensidade da doença. "Eu troco muito meu lençol, limpo ar condicionado e ventilador mais do que o normal. Tiveram momentos que eu tive que usar travesseiros especiais também. Hoje, lavo as roupas antes de usar. Se uma roupa está há mais de 20 dias no guarda-roupa, eu tenho que lavá-la ou ela pode me levar à uma crise", relata o analista.
Para quem procura um tratamento especializado, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco tem três ambulatórios específicos para tratar os asmáticos: o de Asma Grave, o de Asma na Gravidez e o de Asma na Infância, além de uma série de pesquisas científicas desenvolvidas sobre o assunto. Algumas dessas pesquisas apontam, inclusive, que relação da asma com a Covid-19, não foi comprovada estatisticamente. “Estudos seguem sendo realizados para explicar isso, mas duas hipóteses têm sido apontadas: a medicação da asma poderia evitar a evolução da Covid para a sua forma mais grave; ou a própria resposta imunológica do asmático que combateria a evolução da Covid”, explica Ângelo Rizzo, em publicação para a UFPE.