Dois organizadores de eventos vão responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, após o acidente durante a corrida de kart na cidade de Carpina, na Zona da Mata pernambucana, no dia 2 de junho, onde o piloto Fernando Antonio Lopes Leite Filho morreu após colidir com um poste durante a prova realizada no circuito de rua. Segundo o delegado do caso, Hilton Lira, Adevângino da Silva Bastos de 45 anos e Edilson Pedro da Silva, de 40, cometeram estelionato.

As investigações apontaram que os dois teriam tirado vantagem financeira com a promoção de uma corrida clandestina. “Eles promoveram, divulgaram e obtiveram vantagem econômica indevida cobrando inscrição e cotas de patrocínios para a realização de uma corrida não reconhecida pelos órgãos competentes, mas que promoveram como sendo uma corrida oficial”, explicou o delegado. 

A polícia ouviu o depoimento de cerca 20 pessoas divididas entre organizadores, competidores, patrocinadores, representantes da Prefeitura de Carpina e da Federação Pernambucana de Automobilismo. Foram realizadas, também, perícias no local do acidente e analisou os vídeos feitos durante a corrida.   

Ainda de acordo com Hilton Lira, a corrida teria acontecido sem as mínimas condições de segurança, tanto para os competidores quanto para os espectadores. Ele considerou que o circuito de rua montado para a prova era um ambiente totalmente inapropriado e sem observância de qualquer regra técnica para a prática da atividade. E que o acidente do piloto teve consequência direta da falta de estrutura da corrida, onde inclusive outros acidentes, de menor porte, já haviam acontecido momentos antes.

O inquérito policial segue agora para o Ministério Público do Estado de Pernambuco, por intermédio de Promotoria de Justiça na Comarca do Carpina.