Tópicos | Francisco Zavascki

Filho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, Francisco Prehn Zavascki voltou a questionar a tese de que a queda do avião que transportava o pai foi um acidente. 

A retomada do questionamento surgiu depois que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, revelou em entrevistas ao jornal Estadão e à revista Veja, que entrou na sede do STF armado, com o intuito de matar o ministro Gilmar Mendes e depois cometer suicídio, contudo, segundo ele, “a mão de Deus” o segurou. 

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“O ex-Procurador Geral da República abertamente admitindo que queria matar um ministro do STF e ainda tem gente querendo me convencer que o avião caiu por acidente!”, comentou o filho de Teori em uma rede social. 

O avião que levava Teori Zavascki do Campo de Marte, em São Paulo, até Paraty, no Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 2017 caiu deixando, além dele, outras quatro pessoas mortas. 

Zavascki era o delator da Lava Jato no STF e foi instaurado um inquérito para apurar se queda do avião teria sido provocada criminalmente, mas o Ministério Público Federal arquivou as investigações em janeiro deste ano, por não encontrar "qualquer indício de crime de homicídio".

Após as denúncias envolvendo o nome do presidente Michel Temer (PMDB), nessa quarta-feira (17), o filho do ex-ministro e então relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, que faleceu em acidente aéreo, escreveu em seu Facebook um texto no qual parece mais um desabado misturado com dor e revolta. Francisco Prehn Zavascki chegou a questionar a base do PMDB afirmando que os aliados queriam barrar a Lava Jato a qualquer custo.

“O problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?”, disparou. A postagem foi apagada em seguida, mas chegou a ser copiada por muitos internautas.

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Francisco para corroborar sua indagação chegou a dizer que seu pai “sabia de tudo” e que estava aflito. “Sabia quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão aflito com o ano de 2017. Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim”, contou. 


Diante de toda a circunstâncias apontadas, ele disse que não tinha como não pensar que mandaram matar o ex-ministro. “Que gente sínica. Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de cortejo dos delatados. Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai”, cravou.


Francisco Zavascki não poupou o PT dizendo que a sigla era “incompetente” até mesmo para fazer algo de forma a barrar a Lava Jato. “O PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar até que veio a Lava Jato. A ordem sempre foi a de parar a operação. Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentado nada com ele), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB”, disse.

O advogado Francisco Prehn Zavascki, filho do ministro Teori Zavascki, que morreu nesta quinta-feira (19), em Paraty (RJ), cobrou uma investigação da morte do pai e disse que nenhuma possibilidade está descartada. "É preciso investigar a fundo e saber se foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for", afirmou à Rádio Estadão.

Francisco disse que a família está em contato com autoridades para acompanhar os desdobramentos das investigações. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) já comunicaram que abriram processos para apurar as causas do acidente. "Ainda não parei para pensar, não deu tempo para pensar com mais calma nisso, mas não podemos descartar qualquer possibilidade. No meu íntimo, eu torço para que tenha sido um acidente, seria muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado", disse.

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O filho relatou ainda que havia grupos contrários às investigações de casos de corrupção no País e que o ministro já teria recebido ameaças. Ele era relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo responsável por conduzir os julgamentos de investigados com foro privilegiado. "Seria infantil dizer que não há movimento contrário, agora a questão é o que o movimento seria capaz de fazer", afirmou.

Francisco Zavascki disse que o pai estava bastante concentrado na homologação das colaborações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht, o que estava programado para ocorrer em fevereiro. "Ele tinha perfeita noção do impacto que tem no País e que isso poderia realmente fazer o País ser passado a limpo."

O velório do corpo do ministro do STF vai ser realizado na sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. Data e horário ainda não estão definidos.

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