Tópicos | La vie de Adèle

O ministro tunisiano da Cultura parabenizou nesta segunda-feira o diretor franco-tunisiano Abdellatif Kechiche pela conquista da Palma de Ouro com La vie de Adèle, sem entrar no mérito da paixão homossexual retratada no filme, tabu no mundo árabe. "O ministro da Cultura (Mehdi Mabrouk) parabenizou o diretor Abdellatif Kechiche por este reconhecimento internacional, desejando-lhe sucesso no mundo do cinema", anunciou o ministério.

A declaração, no entanto, não mencionou o tema do filme, que narra a paixão ardente entre duas mulheres, uma questão sensível na sociedade árabe-muçulmana. O ministério também não deu nenhuma indicação quanto a um possível lançamento do filme na Tunísia, cujo governo é liderado pelo movimento islamita Ennahda. Desde a revolução em janeiro de 2011, várias obras, exposições e festivais têm sido alvos de protestos, às vezes violentos, do movimento islâmico radical, que registra um crescimento significativo desde a queda do regime de Zine El Abidine Ben Ali.

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Em outubro, a exibição do filme franco-iraniano Persépolis pelo canal privado Nessma TV provocou uma onda de violência entre os radicais islâmicos. O diretor do canal de televisão foi multado por "atentado à moralidade", já que o filme contém uma cena em que mostra Deus, e sua representação é proibida pelo Islã.

Ao receber a Palma de Ouro, Kechiche dedicou seu filme "a esta bela juventude da França, que me ensinou muito sobre o espírito de liberdade", bem como "outros jovens da revolução tunisina por sua aspiração a viver livremente, e amar livremente". "É uma bela história, um belo amor, com o qual todos podem se identificar, independentemente da sexualidade", declarou o presidente do júri, o diretor americano Steven Spielberg. A homossexualidade em si não é proibida pela lei na Tunísia, mas a sodomia é punida com três anos de prisão.

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