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Celebrada como solução para melhorar o transporte público no Rio às vésperas da Copa e da Olimpíada, a TransOeste, primeira linha de Bus Rapid Transit (BRT, uma espécie de corredor expresso) da capital fluminense, chamou mais atenção pelo número de acidentes com vítimas do que por reduzir em 40% o tempo do percurso de aproximadamente 40 quilômetros entre Santa Cruz e Barra da Tijuca, dois bairros da zona oeste. Inaugurada em 6 de junho com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em quatro meses a via registrou pelo menos 16 colisões ou atropelamentos, que causaram a morte de cinco pessoas.

Chamado pela prefeitura de Ligeirão, o sistema passou a ser jocosamente tratado pela população como Caveirão, em referência ao veículo blindado usado pela Polícia Militar em operações especiais. Não existem dados exatos sobre os acidentes porque a pista do BRT, embora exclusiva, corre paralelamente àquelas por onde trafegam carros de passeio, e as estatísticas oficiais não separam acidentes ocorridos na pista expressa daqueles registrados nas demais pistas, envolvendo veículos particulares. Mas é possível afirmar que a maioria dos acidentes ocorreu no pico noturno, entre 17h e 20h, ao longo da avenida das Américas, na Barra da Tijuca, uma das vias por onde passa o corredor expresso.

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O sistema permitiu que um trajeto antes percorrido em uma hora e meia passasse a ser cumprido em 55 minutos, mas a sequência de acidentes levou a prefeitura a criar uma comissão para avaliar medidas capazes de tornar mais seguro o corredor. Composto por especialistas de diversos órgãos, esse grupo vai se reunir a partir das próximas semanas para analisar, entre outras, sugestões propostas pelo Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia do Rio (Crea-RJ). "Os corredores expressos são uma boa alternativa para melhorar a mobilidade urbana no Rio, mas a TransOeste precisa conquistar a confiança dos usuários, operando com segurança", diz Agostinho Guerreiro, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ).

Entre as sugestões apresentadas, estão a instalação de guard rail para separar a pista do BRT e as demais; a instalação de cancelas nos cruzamentos, para evitar que os carros invadam a pista exclusiva dos ônibus a fim de fazer conversões proibidas; e a colocação de barreiras para evitar que pedestres atravessem a pista fora das faixas. A prefeitura afirma que já tomou as primeiras medidas para aumentar a segurança: "cercas vivas" estão sendo plantadas nos canteiros centrais para impedir que pedestres atravessem em local impróprio, e um semáforo foi instalado para facilitar a travessia dos alunos de uma escola. A pasta ressalta que já existia um sinal a 150 metros dali, mas os alunos se arriscavam atravessando a pista em frente à escola.

Segundo a secretaria, a maioria dos acidentes não foi causada por usuários ou motoristas dos ônibus expressos, mas por pedestres que atravessavam a avenida das Américas em lugar impróprio ou por motoristas de veículos particulares que tentavam fazer conversões proibidas. A pasta alerta que pedestres observam o trânsito lento dos carros de passeio e tentam atravessar a avenida, mas são surpreendidos pelos ônibus, que trafegam em velocidade maior porque a pista exclusiva está livre. A pasta lançou uma campanha de educação no trânsito para quem circula ao longo das vias por onde passa o BRT.

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