Tópicos | Lúcio de Brito Castelo Branco

 Apesar das controvérsias históricas, o fato é que desde 7 de setembro de 1822 o Brasil foi declarado independente da coroa de Portugal, país colonizador brasileiro. A data, vivenciada nesta sexta-feira, é feriado em todo país e vivido como um dia cívico, mas nos últimos anos também virou alvo de protestos e o momento para os brasileiros questionarem perdas de direitos e a falta de independência cidadã com as crises econômica e política que o Brasil enfrentou recentemente, inclusive diante de agravantes na questão da segurança, educação e na saúde pública. 

O cenário, na avaliação do professor do departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio de Brito Castelo Branco, é ainda mais agravado uma vez que os direitos no país são “caríssimos” e, mesmo com o Brasil tendo chances de ser uma potência soberana, “só se arrasta diante das correntes que dominam o mundo”. Ao ser indagado se a população brasileira era, de fato, independente, o estudioso disse que não. 

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“Se os direitos no Brasil são direitos que tem o valor caríssimo, é só ver as ações do Superior Tribunal Federal quem tem muito dinheiro pode reivindicar direitos, mesmo que sejam direitos falsos legitimados  em função de interesses políticos. [...] A legislação no Brasil une o povo e como é que esse povo é independente? Aí é que está. A polícia e a Justiça privilegia o poderoso, então o Brasil é um país de catadores de lixo. É um lixão. Catador de lixo tem direitos? Conhece os seus direitos? Pode ter um mandatário? Não tem”, argumentou, pontuando a insegurança, o péssimo estado da saúde, segurança e saneamento básico.

Para sustentar o argumento, Lúcio de Brito Castelo Branco observou a necessidade do Estado ser desinchado, fazendo referência ao loteamento de cargos públicos e a falta de investimento, por exemplo, no micro e pequeno empresário e na economia informal, como meio de dar independência financeira aos brasileiros. 

“O Estado nacional é cartorial e patrimonial. É inchado e que empresariou em função do baixo potencial e quase existência marginal do empresariado brasileiro, mas tornou-se um pouco gigante, cujos tentáculos sufocam a economia de livre mercado e se transformou no aparelho de dominação política através do empreguismo, do assalto aos cargos públicos. [...] O problema do Brasil, essencialmente, é uma erosão da soberania em função do loteamento do aparelho estatal. Inibisse a pequena empresa, criminaliza a economia informal. E veja a importância da economia informal no PIB”, destacou o especialista. 

Ainda na ótica do professor Lúcio de Brito Castelo Branco o Brasil “é um país a deriva, não tem mais projeto nacional”. “Teria tudo para ter uma grande potência soberana. É um país que se arrasta diante das correntes que domina o mundo. Estamos à deriva de tudo. Como podemos ser independente?”, indagou, finalizando. 

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