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Os jovens que criaram o Punk queriam "anarquia no Reino Unido", como cantavam os Sex Pistols, mas a exposição que o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York inaugura nesta quinta, dia 9, mostra como o movimento se suavizou e foi absorvido pela moda. Punk: Chaos to Couture (Punk: do caos à alta-costura, em tradução livre) é o nome da mostra que exibe a fusão do punk - com um estilo musical primitivo, o uso de drogas e palavras de ordem antiestablishment - com o mundo da moda.

A exposição é uma verdadeira cápsula do tempo que revela a força criadora e, muitas vezes, autodestrutiva desse gênero musical nascido em meados da década de 1970. Videoclipes de Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols morto por uma overdose em 1979, e outros roqueiros da época podem ser visto em telas gigantes. Dos alto-falantes, o público ouvirá trechos de músicas como as do extinto Ramones.

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Também há uma réplica do banheiro do famoso night club nova-iorquino CBGB, templo punk que fechou as portas em 2006, com o grafite "DEAD BOYS RULE", em referência ao grupo punk americano de mesmo nome, e guimbas de cigarro espalhadas pelo chão. Do caos à alta-costura se dedica não ao punk revolucionário e sujo, mas ao punk belo, contando como uma corrente niilista da contracultura morreu e voltou à vida em uma passarela e integrada ao mainstream.

A mostra argumenta que o amor do punk pela moda improvisada e de baixo custo, como uma camiseta rasgada, estava em plena sintonia com o modo de produção dos estilistas modernos. "Em uma estranha virada do destino, a ética do 'faça você mesmo' se tornou, no futuro, o lema do 'não há futuro'", afirmam os organizadores da exposição. "Ainda que a estética do punk pareça não combinar com a estética da alta-costura, ambos estão definidos pelos mesmos impulsos de originalidade e de individualidade", acrescentam.

Ao longo das galerias, vê-se manequins vestidos com modelos de alta-costura inspirados no punk, como um vestido de noite de Versace ornado com enormes alfinetes de segurança. Apesar de tudo, business e moda nunca estiveram longe do experimento punk. Exemplo disso é o lendário empresário Malcolm McLaren, considerado por alguns criador do estilo punk e agente dos Sex Pistols, e sua loja SEX, em Londres, que dirigiu junto com a mulher, Vivienne Westwood. Hoje, ela é uma famosa estilista.

A exibição termina em uma lojinha, onde o punk moderno poderá comprar uma camiseta Givenchy de US$ 565, com os mesmos grafites do banheiro do CBGB. Ou, mais em conta, por US$ 100, poderá escolher uma camiseta branca de Vivienne Westwood, com as palavras "Climate revolution" ("Revolução climática").

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