A passista Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, que estava hospitalizada nas últimas semanas, foi surpreendida com um procedimento médico indesejado e que mudou completamente sua rotina desde fevereiro. Com o sonho de ser mãe, a bailarina estava tratando de um mioma uterino e tinha a cirurgia marcada em um hospital de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, há dois meses.
Dias depois, a artista recebeu alta e descobriu, ao acordar, que teve o braço amputado. Além de dançar junto à escola Acadêmicos da Grande Rio, Silva era trancista e precisava do manejo com as mãos para trabalhar.
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“Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço”, contou a paciente em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo. No relato, ela detalhou a cronologia do caso, que teve início em agosto de 2022, quando o mioma foi detectado, após Alessandra sentir dores fortes e ter sangramentos locais, comprovados através de exames.
Em 30 de janeiro de 2023, ela foi convocada pelo Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, para realizar cirurgia. A operação aconteceu no dia 3 de fevereiro. No dia seguinte, os médicos avisaram a família que seria preciso retirar o útero por completo. Na sequência, a família começou a perceber que os dedos da mão esquerda de Alessandra estavam escurecidos.
No dia 6 fevereiro, a equipe médica comunicou aos familiares que a passista teria que ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo, na capital. Naquele momento, os parentes dizem que o braço da paciente já estava quase inteiramente necrosado. No dia 10 de fevereiro, a família foi informada de que Alessandra corria risco de vida e seria necessário amputar o braço da paciente, após a drenagem não ser bem-sucedida. Os pais autorizaram a amputação.
Alessandra teve alta em 15 de fevereiro e voltou ao hospital no dia 28 do mesmo mês para ver os pontos da amputação. O médico estranhou a condição e a encaminhou de volta para o Heloneida Studart. Depois disso, a bailarina foi recusada em vários hospitais até que conseguiu ser internada no Hospital Maternidade Fernando Magalhães, mas acabou transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Ela ficou internada entre 4 de março e 4 de abril. Agora, a bailarina e sua família buscam respostas das equipes envolvidas.
“Eu quero que os responsáveis paguem, que o hospital se responsabilize, porque eles conseguiram acabar com a minha vida. Destruíram meu trabalho, minha carreira, meu sonho... tudo”, desabafou a vítima. Uma sindicância será instalada pela Secretaria Estadual de Saúde. O caso também foi registrado na 64ª DP, em São João de Meriti. A Polícia Civil deve fazer uma análise no laudo médico.