Tópicos | novos consumidores e batalhadores

Marcelo Neri e Jesse de Souza através de raciocínios e metodologias diferenciadas mostraram e analisaram o recente fenômeno social acontecido no Brasil motivado por transformações socioeconômicas ocorridas nos últimos 21 anos.

Os indicadores sociais e econômicos revelam aumento da renda, elevação do nível educacional e mais consumidores. Portanto, o Brasil passou e continua a passar por mudança social. Em alguns instantes esta mudança é intensa. Em outros, como neste ano de 2011, ela perde intensidade.

Marcelo Neri qualifica o fenômeno exposto como a emergência da nova classe média. Jesse de Souza, por sua vez, opta por afirmar que o fenômeno representa o nascimento de uma nova classe trabalhadora. No caso, os batalhadores.

Ambos os autores, considerando as metodologias diferenciadas nas pesquisas realizadas, têm razões quanto às definições propostas. Entretanto, opto por qualificar tal fenômeno, após considerar os argumentos de Neri e Souza, como a emergência de novos consumidores e eleitores.

Os novos consumidores consomem. Antes eles não consumiam tanto quanto consomem agora. Os novos consumidores trabalham “duro” e com isto contemplam parte dos seus desejos materiais. Os novos consumidores valorizam o estudo, pois sabem, que através dele, podem consumir mais. Os novos consumidores procuram informações diversas. Os novos consumidores não desejam que o estado atrapalhe os seus negócios. Os novos consumidores não abrem mão das conquistas econômicas recentes.

Atrelado a esses novos consumidores, um novo eleitor poderá ter surgido. Ou melhor: um novo tipo de eleitor surgiu. Quem é este novo eleitor? Tenho a hipótese de que ele não é tão vulnerável ao clientelismo político. Ele não tem tanto interesse por eleições, já que desconfia dos políticos e suspeitam de que eles não lhe trazem nenhum benefício. O novo eleitor busca informações variadas, e neste exercício, ele se depara com notícias que dão conta de que políticos estão envolvidos em atos de corrupção. Com isto, eles passam a não tolerar o político.

O novo eleitor se preocupa com a sua rua, com o trânsito, com o transporte público, com a segurança e com a educação dos filhos. Enfim, o novo eleitor deseja um estado eficiente.

Diante do possível novo eleitor, candidatos precisam se preparar para conquistá-los. Por isto, novas ferramentas de conquista do eleitor precisam ser criadas. Através de ferramentas adequadas, o marketing eleitoral deve ter como principal objetivo animar o eleitor a ir votar em alguém. Mas para isto ser possível, é necessário identificar, antes de tudo, as suas demandas.

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