Os mais de 15 anos de pesquisa antropológica sobre parto e nascimento e os 10 anos de fotografias de partos humanizados de Camilla Rocha culminaram com o nascer da exposição fotográfica Parto Ritual - 10 anos de Estúdio Materne. A abertura da mostra será realizada no dia 1º de dezembro, sexta-feira, no Museu Murillo La Greca, das 17h às 21h, e a entrada é gratuita. A artista Flaira Ferro, que traz tantas das causas femininas em sua obra, vai fazer um pocket show no local a partir das 20h.
O Murillo La Greca será a primeira parada da exposição itinerante. Depois de 30 dias, Parto Ritual poderá ser conferida em um novo espaço. Três parques públicos do Recife vão abrigar a coleção de 15 fotografias em momentos diferentes, sempre de forma gratuita. “Parto Ritual celebra os 10 anos de acompanhamento fotográfico de partos humanizados que tenho realizado por meio do Estúdio Materne. Já foram mais de 56 partos, que foram planejados para serem naturais, que fotografei. Houve diversos desfechos para cada um deles: domiciliares, hospitalares, naturais, normais e cesarianas também”, explicou Camilla Rocha. “Os partos nos quais trabalhei sempre estiveram dentro dos valores da humanização recomendados pela Organização Mundial de Saúde, priorizando o protagonismo da mulher e lembrando da importância do parto vaginal”, acrescentou ela.
##RECOMENDA##Com o objetivo de promover reflexão e discussão sobre o protagonismo feminino nos partos e educar sobre a diferença entre parto humanizado e assistência comum, além da mostra fotográfica, também será realizada uma roda de conversa com profissionais da área de saúde na abertura da exposição. No Murillo La Greca, a roda será às 18h30 e contará com a participação do médico ginecologista e obstetra, Thiago Saraiva; da também médica ginecologista e obstetra, Cinthia Komuro, diretora do Hospital da Mulher do Recife; da enfermeira obstetra e parteira urbana Rosinha Acioli, coordenadora do núcleo de obstetrícia do grupo Cefapp; e da doula e terapeuta da mulher, Mariana Dornellas.
Mãe de duas crianças e cientista social, Camilla Rocha também contribui com a propagação de conhecimentos sobre a temática através de rodas de mulheres e atendimentos individuais sobre o sagrado feminino, direitos das mulheres, feminismo, ecologia, arte, ancestralidade e cultura popular. Ela é bisneta do povo de Jurema e pesquisadora em saúde ginecológica autônoma e natural. Tem estudos acadêmicos e populares em encontros de raizeiros, benzedeiras e parteiras. “Os índices de mortalidade materna nos países em desenvolvimentos ainda são alarmantes, bem como a violência contra a mulher. Os conhecimentos tradicionais e ancestrais, que ajudam a fortalecer o feminino, podem ter um impacto positivo grande em toda sociedade”, afirmou ela.
“O parto é um acontecimento biológico, social, cultural, político e também um ritual, no qual se expressam os valores de cada sociedade ou grupo social. Não há sociedade em que o parto e o nascimento não sejam tratados como um momento de mudança para a mulher, a criança e a família, isso é observado pela antropóloga Brigitte Jordan”, concluiu.
Todas as exposições do projeto contarão com audiodescrição para promover acessibilidade às pessoas com deficiência visual. Além disso, intérpretes de LIBRAS vão atuar nas rodas de conversa e durante o pocket show, auxiliando a compreensão de pessoas com deficiência auditiva. Os lugares escolhidos para a realização de Parto Ritual também são acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida.
O conjunto de exposições Parto Ritual é coordenado pelo Estúdio Materne e produzido pela Cabocla Produção. Incentivo: Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Secretaria de Cultura do Recife, Prefeitura do Recife.
*Da Assessoria de Imprensa