Pouco mais de 15 anos após deixar a prostituição, Raquel Pacheco, que ficou conhecida como Bruna Surfistinha ao relatar suas vivências em um blog nos anos 2000, ainda sofre preconceito por ter sido uma garota de programa. Atualmente, aos 36 anos e grávida de gêmeas, ela continua enfrentando a discriminação em mensagens preconceituosas e negativas que recebe pela internet. As bebês da agora escritora ainda nem nasceram e também já são alvo dos ‘haters’ virtuais. Em entrevista, Raquel demonstrou firmeza ao falar sobre o tema e disse que vai criar as filhas para serem duas “ pequenas militudas”.
Raquel Pacheco falou sobre o novo momento de sua vida em entrevista ao site Universa. Longe da prostituição há 16 anos, escritora, casada e agora, futura mamãe de duas, ela revelou ainda sofrer muito preconceito pela sua antiga profissão e disse que até suas bebês já sofrem ataques por conta disso. “Tem pessoas preocupadas com a criação das minhas filhas. Dizem que estão com dó por elas terem que carregar o peso de ter uma mãe que foi garota de programa. Enquanto falam esse tipo de coisa, minha preocupação é a de colocar duas crianças em um mundo com gente assim, preconceituosa, que não respeita o próximo”.
##RECOMENDA##A história de Raquel ficou conhecida inicialmente através de um blog que ela mantinha na internet nos anos 2000. Depois, ela escreveu livros e também teve sua vivência contada no cinema, no filme Bruna Surfistinha, protagonizado pela atriz Deborah Secco.
Hoje, a escritora se diz no melhor momento de sua vida e preparada para ser mãe. Ela também afirmou que não vai esconder nada de seu passado para as duas filhas e que vai prepará-las para enfrentar o mundo e o preconceito à altura. “Quando anunciei minha gestação, recebi mensagem de uma pessoa dizendo: 'chega de vadias no país'. Ele estava se referindo às minhas filhas. Elas nem nasceram, é revoltante. Não estou colocando filho em um mundo ideal, no mundo que eu gostaria que fosse. Quem sabe não só as minhas filhas, mas as filhas de todas essas mulheres grávidas da nossa geração, façam as mudanças que precisamos. Vou criar a Elis e a Maria para serem duas mulheres fortes, duas pequenas ‘militudas’”.