Tópicos | Programa Esporte de Rendimento

O esporte e a educação, por si só, já possuem um papel importante na vida de um indivíduo. Quando unidos, podem desempenhar funções determinantes para o crescimento pessoal, profissional e intelectual. Assim tem sido o programa Recife Esportes de Rendimento, criado pela Prefeitura, e Gerenciado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer. O projeto, que teve início em outubro de 2017, já está colhendo os bons frutos do pouco mais de um ano de funcionamento.

O programa, que conta com escolinha de atletismo, coordenada pela atleta olímpica Cisiane Dutra, e com escolinha de vôlei de praia, coordenada pelo treinador Caio Lopes, tem como objetivo transformar crianças e jovens em atletas aptos a conquistar títulos e medalhas em diversas disputas e competições. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, a secretária executiva de Esportes do Recife, Yane Marques, falou sobre a finalidade do programa.

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“É um projeto que vem com uma pegada diferente das propostas de política pública. Paralelo à essas propostas de esportes de participação, a gente traz o esporte de rendimento, que é aquele que potencializa o fator da educação pelo esporte. O atleta de rendimento tem que treinar mais, descansar mais, ter mais cuidado com a alimentação, tem que buscar a excelência e a excelência só é alcançada com esse esforço e essa entrega. Além de dar a oportunidade deles serem atletas campeões, medalhistas, a gente aumenta a chance deles serem campeões na vida, e carregarem esses valores e princípios que o esporte ensina nas quadras, na pista, na piscina e tantos outros lugares”, afirmou.

Yane Marques também explicou como funciona a seleção dos alunos para o projeto. “A gente vai nas escolas, faz demonstração da modalidade prática e convida eles para viver uma experiência nas quadras e nas pistas. Obviamente a gente tem um olhar mais refinado para aqueles que apresentam um potencial notório naquele momento. E a gente vai insistir naqueles jovens e eles vão seguir o treinamento com os professores”.

“É uma forma de potencializar, o que eu disse antes, a educação pelo Esporte. A educação na escola com seu viés mais cientifico, e a gente, de uma maneira mais lúdica”, completou Yane.

Ainda em conversa com o LeiaJá, Yane faz questão de destacar a importância do projeto para a escola. “A gente já tem tido retorno de gestores de escolas e professores, de como melhorou o comportamento desses alunos dentro das salas. Os alunos que, antes, faltavam aula, rasgavam prova, hoje em dia, vão para aula, fazem as provas, respeitam o professor. É como se fosse uma contrapartida, para estar no projeto, tem que estar bem na escola”, disse.

“Dentro do projeto tem umas regrinhas. Quando o atleta chega, ele tem que falar com todo mundo, tem que dar bom dia ou boa tarde. Antes, quando eu visitava os projetos, eu tinha que dar 20 ‘bom dia’ para receber um de volta. Essa é uma forma que a gente está educando sem sequer que eles percebam”, encerrou. 

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Com 140 alunos, a escolinha de Atletismo funciona no Parque Urbano da Macaxeira, na zona norte do Recife. Com uma faixa-etária, em sua maioria, entre 10 e 16 anos, crianças e jovens ficam sob os olhares da ex-atleta olímpica Cisiane Dutra.

Willyane Sarah, de 12 anos, integra o programa a pouquíssimo tempo, mas já sabe bem do valor que ele tem para sua vida. “Estou no projeto há quase dois meses e já tenho aprendido muitas coisas. Eu achava que era só correr, mas a gente aprende a ter mais velocidade, salto em altura, a respeitar, a cuidar do outro e a ser mais dedicado”, disse ao LeiaJá.

Com o sonho de fazer do esporte a sua profissão, Willyane revela o apoio recebido dentro do projeto. “Os professores me dizem que se eu treinar e me dedicar, eu posso ser uma boa atleta e que não é para eu desistir de jeito nenhum. E quando eu começar a ganhar medalhas eu vou guardar de lembrança para me lembrar de todo esforço que eu fiz para conquistar elas”, completa.

Cisiane Dutra falou sobre o novo momento em sua carreira. “Trabalhar nesse projeto é uma coisa totalmente nova. Até o ano passado eu ainda era atleta e esse ano dei início a transição. Mas era algo que eu sempre sonhei e sempre quis”.

Ao ver seus alunos, a ex-atleta olímpica lembra de sua trajetória no esporte. “O que mais me alegra é ver que eles têm tudo aquilo que eu tinha quando eu iniciei o atletismo. São crianças carentes, mas que tem sonhos e querem mudar de vida. De alguma forma a gente tenta estar cooperando com os sonhos delas”, encerra.

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Nas areias da Praia de Boa Viagem, zona sul do Recife, o Vôlei também colhe os frutos plantados pelo projeto. Com 42 alunos divididos em duas turmas de horários diferentes, o treinador Caio Lopes fala com alegria dos bons resultados. “Já temos título pernambucano. A nossa dupla sub-15 campeã do Estado é daqui do projeto, começaram a jogar aqui. Na Copa Nordeste nós já temos dois times que já ficaram em quinto lugar”.

Treinador do Vôlei de Praia desde o início do projeto, Caio Lopes destaca a evolução dos seus alunos dentro e fora das quadras. “Eles vêm melhorando muito, tendo alguns resultados interessantes tanto a nível Estadual quando a Regional. E para termos resultados ainda melhores, é tudo uma questão de tempo e de muito trabalho”, afirmou.

“É muito legal a gente ver as mudanças deles. Até na escola, quando a gente visita, os relatos dos professores são muito gratificantes. Eles comentam que os alunos melhoraram bastante a postura, comportamento. Além do que a gente já vê no treino, é muito importante ter esse feedback”, completou.

No projeto há apenas seis meses, Breno Cavalcanti (à direita), de 13 anos, ao lado da sua dupla Lucélio Gomes, lideram o ranking estadual após vencerem duas etapas do Circuito Pernambuco de Vôlei de Praia. Ao LeiaJá, Breno falou sobre esse novo fato em sua vida.

“Ser campeão em tão pouco tempo é uma coisa nova para mim. Traz uma sensação muito boa. Sei que estou fazendo a coisa certa. Representar Pernambuco lá fora foi muito bom. Eu sabia que era a gente que estava representando o Estado lá naquela hora”, disse.

Para Breno, o programa tem um valor que vai muito além dos saques e das manchetes. “A gente passou a ter mais educação, mais disciplina, ter comprometimento com horários e aprendeu a respeitar mais uns aos outros”.

Jose Renato, de 18 anos, é o mais velho dos 42 alunos que participam das aulas na escolinha de Vôlei de Praia. Cheio de sonhos para o seu futuro profissional, a meta do jovem atleta é chegar na Seleção Brasileira. Se alcançar este objetivo, Renato afirmou que não vai esquecer onde tudo começou.

“Se eu me tornar, de fato, um jogador profissional, eu vou fazer questão de dizer de onde eu saí, que comecei aqui no projeto. Eu sempre vou fazer questão de agradecer a todos aqueles que disseram que eu poderia me tornar um jogador de vôlei profissional, principalmente a minha mãe, que me incentivava a vir e treinar”, disse.

Para o treinador Caio Lopes, a maior de todas as conquistas do programa é ver a transformação na vida dos alunos e a dedicação que eles têm dentro do projeto.

“O projeto é de fundamental importância porquê dá uma nova perspectiva e uma valorização para eles. É muito legal ser um projeto de rendimento porquê traz esse perfil de competição, disciplina, compromisso, que é o que a gente tenta tratar com eles, independente de alguém virar um atleta olímpico ou não”, disse.

“É muito emocionante ver que a gente está construindo esse trabalho e ver os resultados chegando. Além de, principalmente, ver a satisfação deles. Ver como eles se sentem valorizados. E nada mais justo do que bons resultados para sentir esse valor”, encerrou.

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