Tópicos | Rio dos Macacos

A comunidade quilombola Rio dos Macacos, localizada entre o bairro de Paripe (Salvador) e o município de Simões Filho, permanece na resistência na disputa de suas terras com a Marinha do Brasil. A campanha Somos Quilombo Rio dos Macacos toma proporções nacionais entre artistas, políticos e setores do movimento social. Desta vez, para chamar a atenção da sociedade para as violações sofridas pela comunidade, o Bando de Teatro Olodum realizará, neste domingo (8), às 10h, nas imediações da comunidade, uma leitura dramática do espetáculo Candaces, a Reconstrução do Fogo, montagem premiada do diretor Márcio Meirelles, encenada pela Companhia Comuns, do Rio de Janeiro.

O espetáculo exalta a força da mulher negra, ressaltando mitos e símbolos da ancestralidade africana no Brasil. A história de resistência das guerreiras Candaces, rainhas da África Oriental, pode ser associada à luta da comunidade quilombola pela dignidade e em defesa do seu território.

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A comunidade, que habita o território há aproximadamente 200 anos, é composta por cerca de 60 famílias, que sofrem constantemente pela ameaça de despejo por parte da Marinha do Brasil, que ganhou o território como doação da prefeitura de Salvador na década de 1960. A comunidade e a Marinha disputam judicialmente as terras há três anos.

São diversos os relatos de agressão, ameaças, impedimento de circulação e invasão de domicílios. “O Artigo 68 da Constituição de 1988 e o Decreto 4887/2003, garantem os direitos da ocupação secular da Comunidade”, explica a socióloga e Presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra na Bahia, Vilma Reis. “A Marinha do Brasil não pode tomar o Território de Rio dos Macacos porque ela, como instituição Brasileira, não está acima das demais instituições nacionais. Vivemos sob a vigência do estado democrático de direito”, afirma a socióloga, destacando as diversas leis e programas federais em defesa dos direitos das comunidades remanescentes de quilombos. 

O Bando de Teatro Olodum

No dia 6 de fevereiro, O Bando e o Teatro Vila Velha receberam representantes da comunidade e lideranças sociais em um Ato de Apoio à Comunidade Quilombola Rio dos Macacos. As lideranças do quilombo presentes ao evento fizeram relatos da violência com que são tratados pela Marinha do Brasil, que atinge crianças, adultos e idosos, inclusive pessoas com mais de 100 anos que nasceram e sempre viveram naquelas terras. Os quilombolas relataram que não têm acesso à água, energia elétrica, aos serviços de saúde e educação.  “O Bando de Teatro Olodum se associa à luta desses brasileiros que estão sendo ameaçados por aqueles que deveriam garantir sua segurança. A sociedade brasileira precisa ter conhecimento e tomar partido desta situação. Estamos expressando a nossa indignação por meio da nossa arte”, afirma o diretor Márcio Meirelles.

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