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O cenário é degradante e o odor já indica a precariedade da casa situada na Avenida Norte, 2483. A moradora foi despejada, no dia 16 de março, e criava mais de 100 cachorros. Atualmente, com aproximadamente 90 animais, o local ainda reúne muita sujeira e os animais precisam ser assistidos, segundo ativistas de ONGs e do representante do proprietário do imóvel. Eles ainda afirmaram que a Secretaria-Executiva de Direitos dos Animais (Seda), da Prefeitura do Recife, está sendo omissa com a situação.
##RECOMENDA##A veterinária e doutoranda da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Taciana Cássia da Silva, uma das voluntárias, relatou que a situação dos animais é delicada. “Eles estão anemia e apresentam uma acentuada deficiência nutricional. Além disso, estão muito estressados”, contou. Quanto ao desencadeamento do quadro clínico dos caninos, ela explicou como isso pode ocorrer. “Quando muitos animais ficam confinados e não são devidamente tratados podem chegar a esse nível, como doenças dermatológicas, problemas nutricionais e níveis de estresse elevado”.
Um dos representantes do proprietário do imóvel, Sérgio Barbosa, falou que além dos voluntários das ONGs há quatro colaboradores trabalhando no local. “Temos uma equipe que está diariamente na casa cuidando dos cachorros, limpando e alimentando, porém isso não é o suficiente. Precisamos de uma assistência mais incisiva. A situação está tão séria que o canibalismo já acarretou a morte de alguns deles”, lamentou.
Em entrevista ao LeiaJá, Barbosa confidenciou como foi a atuação do despejo do antigo inquilino. “Desde 2011 que a moradora não pagava o aluguel de R$ 1.400. A partir daí entramos na justiça, porém só em 2015 foi deliberada, pela justiça, a ação de despejo e quando o oficial chegou ao local se deparou com a quantidade imensa de animais”, contou. Ainda de acordo com o funcionário há relatos de moradores que a ex-inquilina buscava animais nas ruas e inclusive chegava pedir nas casas os cachorros dos vizinhos.
O voluntário e integrante da organização ‘Mascote de Rua’, Júnior Viana, desabafou. "O mais degradante é se deparar com o canibalismo dos animais. É triste ver a situação dos cachorros, o nível de estresse está tão grande que eles estão se comendo, 12 já morreram”, falou entristecido. Mesmo com o cenário tão debilitado, uma notícia boa animou todos, recentemente, uma cadela deu cria. Confira o vídeo a seguir.
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Através da assessoria, a Seda negou que está sendo omissa e afirmou que irá atender a todos os animais, dando prioridade ao mais debilitados. Além disso, a secretaria alegou que de acordo com audiência realizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o órgão municipal possui 60 dias, a contar do dia 26 de março, para concluir os trabalhos de assistência, medicação e adoção dos animais. Em relação à atuação das ONGs, a assessoria diz que incentiva as ações e que precisa do apoio de todos e ainda reforçou que no mês de abril realizará uma feira de adoção, na Praça da Jaqueira.
Feira de adoção voluntária - No próximo sábado (11), o Programa Adote um Vira Lata e a organização Mascote de Rua realizaram uma feira de adoção, com os animais que foram abandonados na casa, no Parque de Exposição do Cordeiro, das 9h às 15h.