Tópicos | Semana da Luta Antimanicomial

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No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, nesta quinta-feira (18), familiares, pacientes e profissionais de saúde realizaram uma passeata no bairro do Derby, pela via local da Avenida Agamenon Magalhães, área central do Recife. Mais de 300 pessoas pediam mudanças no tratamento de pessoas com transtornos mentais e o fim dos leitos de internação em hospitais psiquiátricos de Pernambuco.

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Ao longo do mês de maio, a Secretaria de Saúde do Recife promove várias atividades para conscientizar a população sobre a Desinstitucionalização dos Manicômios. A programação inclui mesa redonda, roda de debates sobre saúde mental, distribuição de panfletos, além de palestras sobre os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Nesta quinta, com faixas, cartazes e batuques, o grupo saiu da Praça do Derby por volta das 10h40 e seguiu até o Parque Amorim. De acordo com Jéssica de Aquinho, representante do Núcleo Estadual de Luta Antimanicomial, o objetivo da passeata é fomentar o debate sobre ruptura da noção de hospital psiquiátrico como espaço de cuidado.

"A gente preza por uma forma de se relacionar com a loucura mais humana e, por isso, queremos uma sociedade sem manicômios. Também gostaríamos que os usuários tenham o seu espaço na sociedade para a convivência saudável", afirmou Jéssica. 

Cuidadora há dois anos de Chiquinho, a técnica de enfermagem Rosileide Alves também participou da caminhada e pediu mais investimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). "A gente preza pela dignidade das pessoas com doenças mentais, elas precisam de amor e compreensão, por isso queremos o fim dos hospitais psiquiátricos", disse. 

Para Halina Cavalcanti, do Levante Popular da Juventude, os leitos dos hospitais psiquiátricos devem deixar de existir porque ferem os Direitos Humanos e excluem os pacientes da sociedade. "Temos uma ideia de manicômio que parece não existir, mas Pernambuco ainda conserva muitos leitos psiquiátricos de enclausuramento e de tortura. Não temos como humanizar esses locais", acrescentou.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), atualmente, existem 129 leitos de saúde mental em hospitais gerais espalhados por todo o Estado para atendimento de emergência, sendo 22 enfermarias psiquiátricas especializadas e 30 enfermarias especializadas para desintoxicação.

Desde 2008, Pernambuco descredenciou 1.982 leitos em hospitais psiquiátricos. Na época, o Estado possuía 16 hospitais psiquiátricos e ocupava o segundo lugar no Brasil em concentração desse tipo de leito. Atualmente, são 715 leitos em cinco instituições, dos quais apenas 370 estão disponíveis para internação e os demais ainda são de longa permanência, de pacientes que perderam os vínculos familiares e sociais.

Atualmente, o estado possui 95 residências terapêuticas, que comportam 760 pessoas, segundo dados da SES. Em 2014 eram 58 residências e 464 beneficiários. Já em relação aos CAPs, são 127 unidades em todo o Estado, sendo 17 com funcionamento 24 horas e 11 com foco no acolhimento do público infanto-juvenil.

Já no Hospital Ulysses Pernambucano (HUP), que é referência para os casos de urgência e emergência em saúde mental, são 125 leitos, com taxa média de permanência de 17 dias e utilizados para realizar a articulação com a rede e município de origem do paciente. 

Com a proposta de dar visibilidade à discussão sobre a forma como a sociedade cuida das pessoas em sofrimento psíquico, a Secretária de Saúde do Cabo de Santo Agostinho iniciou nesta segunda-feira (13) a Semana da Luta Antimanicomial, comemorado no dia 18 de maio, em parceria com a coordenação de Saúde Mental. 

O tema deste ano é “A liberdade é compulsória”, e será marcado por várias atividades com uma programação extensa até o dia 17 de maio. Hoje foi a abertura do evento que aconteceu no auditório do Centro Administrativo Municipal (Cam), localizado no bairro da torrinha. “Precisamos avançar na mudança da cultura e no fortalecimento da rede de Saúde Mental. Temos que pensar na rede hospitalar e em outras formas de cuidar desses pacientes”, explicou a gerente de Saúde Mental do Estado, Léa Lins. 

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O objetivo da causa é proporcionar uma ampla estrutura de suporte para permitir uma integração entre a pessoa com a sociedade e a família, além de realizar um tratamento psiquiátrico sem o uso excessivo de medicamentos.  Um grupo formado por pacientes do Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas (Caps AD) realizarão um espetáculo em que abordaram o tema das relações entre pacientes psiquiátricos e profissionais da saúde. A peça acontecerá nesta próxima quinta-feira (16), no Largo da Estação Ferroviária, área central do Cabo, às 9h. 

Com informações de assessoria

 

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