Tópicos | Shades of Truth

O filme Shades of Truth, da italiana Liana Marabini, que pretende reconstruir a imagem do Papa Pio XII (1939-1958), acusado de manter silêncio sobre o Holocausto nazista, estreou esta semana em Roma.

"Pio XII é o personagem mais incompreendido do século XX", afirmou a diretora durante a apresentação à imprensa, organizada no dia do aniversário do nascimento do controverso papa italiano, no dia 2 de março de 1876.

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Líderes religiosos judeus e historiadores acusaram por anos Pio XII de passividade ante o Holocausto de judeus durante a Segunda Guerra Mundial e pediram que seu processo de beatificação fosse interrompido, ao menos por uma geração, por consideração aos sobreviventes.

O filme se baseia em mais de 100.000 páginas de documentação e depoimentos de sobreviventes dos campos de extermínio, segundo Marabini.

O protagonista do filme, um jornalista americano de origem ítalo-judaica chamado David Milano, é encarregado de realizar uma investigação jornalística sobre Pio XII.

Enquanto realiza sua pesquisa sobre Eugenio Pacelli, ele se convence de que a lenda obscura de que Pio XII foi o "Papa do Hitler" era uma mentira e que, pelo contrário, estava na mira do regime nazista por esconder judeus em hospitais, escolas e conventos católicos.

Por anos a Igreja católica sustentou que a chamada neutralidade do Papa permitiu salvar um número importante de judeus e, de acordo com o papa emérito Bento XVI, o papa Pio XII foi "um dos grandes justos, já que salvou mais judeus do que ninguém".

Segundo Marabini, ele salvou cerca de 800.000 judeus.

O papa argentino Francisco também defendeu a figura de Pio XII.

"Jogaram tudo sobre o pobre Pio XII. Mas é preciso lembrar que antes era considerado um defensor dos judeus. Escondeu muitos nos conventos de Roma e de outras cidades italianas, e também na residência de verão de Castel Gandolfo", comentou.

"Não quero dizer que Pio XII não tenha cometido erros - eu mesmo cometo muitos -, mas seu papel precisa ser encarado segundo o contexto da época", disse.

Em dezembro, Francisco reiterou a promessa de abrir os arquivos do Vaticano para que se saiba se o papa Pio XII e a Igreja Católica colaboraram com Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

"Existe um acordo entre o Vaticano e a Itália de 1929 que impede abrir os arquivos aos pesquisadores, mas se passou muito tempo desde que o conflito ocorreu e não vejo nenhum problema para a abertura dos arquivos", disse o pontífice em uma entrevista ao jornal digital israelense Ynet.

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