Tópicos | show em Recife

"I'm back, I'm back in the saddle again". Essas foram as primeiras frases cantadas pela banda que marcaria história em solo pernambucano. E sim, eles voltaram ao Brasil, mas ao contrário dos primeiros versos entoados por Steven Tyler, o palco foi a libertação e a consagração de uma das maiores bandas do hard rock mundial. O show do Aerosmith realizado na noite desta sexta-feira (21), no Classic Hall em Olinda, entrou para a memória do público e, possívelmente, para a história da banda, já que foi o primeiro e deve ter sido o último encontro do quinteto norte-americano com a plateia nordestina, já que o grupo encerrará suas atividades no ano que vem. 

E se era pra ser memorável, esses "dinossauros" do rock não mediram esforços para isso, a começar pela pontualidade no horário de início: 22h. A partir daí, o Aerosmith mostrou o porquê está no hall dos clássicos e, ao mesmo tempo, rejuvenescido, ainda que com mais de 40 anos de carreira. A  casa lotada foi apenas a ratificação do carinho dos fãs. O grupo está viajando pelo mundo com a turnê "Rock n' Roll Rumble" e, no Brasil, passaram pelas cidades de São Paulo e Porto Alegre. Recife foi a única capital do Nordeste a receber a banda e responsável por encerrar a sequências de concertos no país.

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Com o público já conquistado só nas duas primeiras músicas, o Aerosmith mostrou ainda que sabe conduzir uma plateia. Logo na terceira canção, o vocalista saudou o público com um "e ai, Recife?", em bom português, e em seguida, aos gritos, a banda entoou o clássico "Crying", seguido da melódica "Crazy", um dos singles mais tocados da história do rock internacional. 

Entre caras e bocas, o performático Steven Tyler, de 68 anos, dançou, falou várias vezes com a plateia, e ainda surpreendeu quem estava próximo ao palco quando atirou sua gaita para o público e declarou inúmeros "amamos vocês". Com o amor consolidado entre Recife e o Aerosmith, a apresentação ainda reservou espaços para hits como "Livin on the Edge" e "Pink", essa última em uma homenagem à campanha do Outubro Rosa, que visa conscientizar as mulheres sobre a importância de se prevenir contra o câncer de mama.

O público estava atento a cada movimento da banda. Ouvir os primeiros versos do mega sucesso "I Don't Wanna Miss a Thing" - que inclusive chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Canção Original em 1998, pelo filme Armageddon - foi a certeza de que a noite realmente entraria para o imaginário de todos que apostaram no talento do quinteto de Boston durante a passagem pela capital pernambucana. O delírio tomou conta do Classic Hall, que viu os fãs cantarem à plenos pulmões o refrão mais conhecido do grupo. Em seguida, a banda arranjou um espaço para homenagear outra lenda do rock, tocando uma versão de "Come Together" - sucesso dos Beatles que agitou ainda mais a plateia. 

BIS

Por volta das 23h40, a banda entoou "Walk This Way" e deixou o palco. Esta seria a última música da noite, não fosse pela volta de Tyler ao encontro do público, desta vez ao piano, entoando o início romântico de "Hole in my Soul" e emendando com a performance enérgica de "Dream On". Neste momento, o vocalista subiu no piano e deixou todo o público boquiaberto com seu agudo no final da música.

"Sweet Emotion" foi a derradeira canção da noite. Ela coroou a apresentação da banda, considerada um clássico vivo do rock 'n' roll. A apresentação eletrizante dos norte-americanos comprovou no palco que os muitos anos de estrada só rejuveneceram o espírito e o talento desses gigantes do rock.

O último adeus

Quem perdeu o show no Recife, mas ainda quer ver o Aerosmith no Brasil, precisa ficar atento. Isso porque o último show da banda em solo nacional será no ano que vem e já tem data marcada. O grupo é uma das atrações confirmadas do Rock in Rio e se despede dos brasileiros no line-up do dia 21 de setembro, na Cidade do Rock.  

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