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Desfiles de peso marcaram o último dia da São Paulo Fashion Week. O primeiro do dia foi assinado pela veterana Gloria Coelho. O segundo, por um estilista recém-chegado à semana, Luiz Claudio, que está no comando criativo da marca mineira Apartamento 03.

Gloria, que, aos 40 anos de carreira, costuma ser conceitual, desta vez passou a mensagem de forma direta: tubinhos de vinil, minissaias com modelagem em A, bem anos 1960, macacões de neoprene (material esportivo que já há algum tempo vem sendo usado em roupas urbanas) e é isso. "As minhas clientes não são peruas. Eu me inspiro em uma mulher ativa, que estuda, que pensa, que gosta de esporte", diz ela, que convidou a atriz Isis Valverde para encerrar o desfile.

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Luiz Claudio, por sua vez, está em uma fase, digamos, oposta. Então, sua apresentação contou com alguns toques mais conceituais. As modelos vestiam camisas muito alinhadas, coletões interessantes, camisa longa que lembrava camisola e composições pouco usuais como vestidos abaixo do joelho sobre calças e sobreposições sofisticadas. E a modelagem bem arquitetada trazia volumes e amarrações surpreendentes. Foi um desfile bonito.

Na sequência, Adriana Degreas, nome forte da moda praia, desfilou seus maiôs e biquínis e arriscou uma modinha duvidosa: flores cortadas a laser na lycra, deixando o modelo vazado. A ideia é que, após o banho de sol, os desenhos vazados criem uma "tatuagem" na pele. O biquíni modelo asa-delta (outro perigo) também está de volta. Ele surgiu ao lado de recortes ousados e estruturados de forma meio matadora, meio moderna, em versões que faziam lembrar os looks cultuados nas areias nos anos 1980. Adriana fez uma leitura punk do universo do surf, abusando do preto.

Curiosamente, o jovem criador Wagner Kallieno foi um dos poucos a trazer cores vibrantes para as passarelas nesta temporada de verão. Seus vestidos assimétricos de inspiração nos anos 1970, em tons de amarelo e laranja, combinados a botas de camurça caramelo acima dos joelhos, são interessantes e fáceis de usar. Mas ele também propôs conceitos complexos, a exemplo do top que traz uma capa acoplada e da calça-bota - isso mesmo, uma calça jeans que emenda em uma bota.

Mais cedo, o estilista Fause Haten mostrou que não cansa de se reinventar. Ele fez dos fundos de sua loja em Pinheiros o palco de 'uma proposta de moda', como ele mesmo definiu, em sua linguagem teatral. Ao centro, apenas uma mulher, a amiga e cliente de Fause, Flávia Sahyoun. Num palco circular, ela vestia o primeiro dos 14 looks apresentados, um casaco de pele sintética mídi azul.

O dia terminou animado. No embalo da música Show das Poderosas, da funkeira Anitta, a Amapô levantou a plateia ao mostrar na passarela modelos de cabelos coloridos e roupas idem. Irreverentes, as estilistas Carô Gold e Pitty Taliani buscaram referências nos anos 1980 e, entre as peças saídas do túnel do tempo, estavam bodies de lycra e jaquetas e blusas que traziam estampado o raio de Ziggy Stardust, o icônico personagem de David Bowie. O jeanswear, um dos pontos altos da marca, não perdeu espaço e surgiu em calças de cintura, jaquetas e hot Pants.

Com aspecto bruto, o jeans também se destacou no desfile da 2nd Floor, que fechou a semana de moda de maneira lúdica. Fios com lâmpadas amarelas sobre a passarela, lambe-lambes e pipoca doce colorida eram alguns dos elementos que conduziam os convidados a um passeio por um parque de diversões. Supercomercial e cheia de peças que vão agradar o público jovem, a linha tem vestidos de jérsei fit (uma espécie de neoprene) em tons abertos, macacões fluidos com estampa de montanha-russa e uma série de roupas listradas em preto e branco, feitas com tiras de seda e com as costuras meio soltas. Tudo despojado e pronto para estar nas lojas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em clima de mistura de brasilidade, a São Paulo Fashion Week Verão 2015, que nesta edição ocorre no Parque Cândido Portinari, começou com desfile da Animale com direito à presença da ministra Marta Suplicy na primeira fila. Enquanto a grife trouxe uma coleção que mergulhou fundo na herança do artesanato do Norte e Nordeste do Brasil, a ministra trouxe boas novas sobre a intenção do Ministério da Cultura em traçar um Plano Setorial para a moda e investir cada vez mais no intercâmbio de produtores culturais estrangeiros e brasileiros. "O que a moda brasileira tem de melhor a gente pôde ver hoje no desfile da Animale. Vi muita pesquisa sobre elementos muito brasileiros, como a renda. Não houve cópia, não houve reprodução de algo estrangeiro, mas sim uma moda muito original", afirmou a ministra da Cultura Marta Suplicy após o desfile da coleção assinada pela estilista Priscila Darolt, que foi buscar no artesanato do Norte e Nordeste a inspiração para o inverno 2015 da Animale.

"Moda é mais do que nunca cultura. E é a intersecção entre várias áreas. Acabo de voltar da Itália, onde visitei a Feira de Bolonha, e pude ver como lá eles investem na comunicação entre áreas como indústria criativa, artes, moda, cinema, entre outros. Vamos investir também cada vez mais na capacitação de nossos profissionais e de nossa cadeia produtiva", disse a ministra. "A Itália tem know how e valoriza a economia criativa. Assim como já fizemos o Ciência Sem Fronteiras, com o intercâmbio de profissionais, vamos fazer o Cultura Sem Fronteiras, e promover o intercâmbio de profissionais entre os dois países", anunciou Marta, que também confirmou que um plano Setorial para a Moda está em fase de elaboração.

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O segundo desfile do dia trouxe João Pimenta e sua moda masculina sempre ousada. Ainda que o estilista esteja de olho na moda comercial, e tenha deixado um pouco de lado o experimentalismo que é sua marca registrada, o verão masculino da grife é inspirado na moda praia. Muito azul, que variou da candy color ao royal metálico, cinza e preto deram o tom a um verão em que o homem surge leve, mas não abre mão da alfaiataria bem cuidada.

Ja Tufi Duek deu vida a uma coleção fluida, leve, mas sensual e super feminina. No comando da direção criativa da marca, o estilista Eduardo Pombal se cercou de referências históricas e artísticas para dar vida ao verão 2015 da Tufi.

Na passarela, passou uma coleção inspirada na arquitetura de piscinas icônicas, no movimento Art Deco e nas vestimentas de banho da década de 1950 e 1960. A top Isabeli Fontana abriu o desfile com um vestido chave da coleção, que ganharia vários desdobramentos depois. Decotes profundos, generosos, que desenhavam o colo e deixavam as costas sempre descoberta, a cintura marcada, a silhueta elegante e feminina. A saia godê ganhou cores anunciando uma estação que promete ser quente e elegante ao mesmo tempo. Para terminar, a Cavalera foi buscar inspiração em Woodstock e em Bali e criou um verão ao mesmo tempo hippie e zen, com cores que remetem à simplicidade que marcou os anos 70 e, ao mesmo tempo, na espiritualidade. Um verão alegre, simples e ao mesmo tempo glamouroso.

Com curadoria do fotógrafo Eder Chiodetto, a 37ª SPFW vai tratar de moda e arte e se transforma em uma grande galeria. Os desfiles da temporada Verão 2014-2015 ocorrem no Parque Cândido Portinari, de 31 de março a 4 de abril.

Recém-inaugurado, o local se localiza ao lado do Parque Villa-Lobos. Os desfiles começam segunda, dia 31, com João Pimenta, e seguem até sexta, 04, com apresentações de marcas como Gloria Coelho, Alexandre Herchcovitch, além de estreantes como Wagner Kallieno e Lilly Sarti. Confira a programação completa em www.spfw.com.br. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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