O cartaz da nova série da CBS, We Are Men, estampa quatro amigos no ar, no meio de um pulo dentro de uma piscina, fazendo caras e bocas. Por algum motivo inexplicado tal cena logo me remeteu a Gente Grande 2, terrível continuação do filme de mesmo título encabeçado por Adam Sandler. Mas independente de pré-conceitos, fui despido de receios para mais uma comédia estreante desta fall season 2013, após ter conferido a ótima Brooklyn Nine-Nine.
Pois bem, We Are Men é tudo o que BNN não é: sem graça, ultrapassada e capaz de provocar os mesmos risos amarelos que a produção de Sandler indesejadamente nos trouxe. Criada por Rob Greenberg, roteirista responsável por um dos últimos tiros no pé da carreira de Eddie Murphy, a péssima película O Grande Dave, a série sobre quatro solteirões de idades distintas e que levaram diversos chutes na bunda tenta ser uma mistura de Se Beber, Não Case, American Pie e Gente Grande, não dando certo em nenhum dos casos.
##RECOMENDA##Para começo de conversa, assim como acontece com Sleepy Hollow, outro seriado novato desta temporada, o protagonista de We Are Men é fraco que dói. Christopher Nicholas Smith é o que as mulheres talvez pudessem chamar de “um rostinho bonito” na televisão, mas não passa disso. Seu personagem é inocente demais para soar verdadeiro e, ainda por cima, é ofuscado a todo instante por seus três companheiros de cena, certamente atores mais carismáticos e experientes, Tony Shalhoub, Jerry O’Connel e Kal Penn. Contudo, nem mesmo estes conseguem salvar We Are Men do naufrágio total, visto que todos surgem apenas como estereótipos dos estereótipos: O’Connel é o bonitão ricaço, Shalhoub aparece como o quarentão com crise de meia-idade e Penn é o sidekick do protagonista, pois emula os mesmos traumas deste, tanto que tal elemento chega a ser usado como piada lá pelo meio do episódio.
E por falar em piadas, a sensação que fica após cada uma delas é de que o bagaço da laranja foi espremido até o fim, depois de ser encontrado em uma lata de lixo na esquina, na tentativa de se criar humor. Evidente que aqui a comédia não chega a beirar os absurdos de Gente Grande, mas tampouco convence dentro de sua suposta ingenuidade, já que insiste em ser repetitiva, forçando a graça, vide os “não” seguidos de Shalhoub para seu bando assim que eles conhecem sua filha, ou mesmo reformular cenas já batidas utilizadas por toda comédia B existente, como a corrida Igreja adentro dos três amigos em busca de salvar o quarto daquele que pode ser um péssimo casamento.
Enfim, We Are Men é certamente uma estreia que pode, desde já, ser ignorada, a não ser que você realmente tenha muito tempo livre e absolutamente nada de melhor para fazer com sua vida. Dito isto, desejo boa sorte.