Em razão da aproximação do pleito eleitoral 2012, candidatos e outros atores realizam fartamente pesquisas eleitorais com o objetivo de verificar a posição dos candidatos. Diante da pesquisa, os competidores decidem se serão ou não candidatos. O candidato que está na frente é previamente encorajado a se candidatar, pois as chances de vitória são reais.
Na dinâmica eleitoral, a posição do candidato nas pesquisas orienta basicamente as ações dos atores. Candidato na frente é candidato vitorioso. Se o candidato perder, após, obviamente, a abertura das urnas, foi a pesquisa que errou. Infelizmente, este raciocínio tão costumeiro no cotidiano da política, é falso.
Intenção de voto importa. Mas a intenção de voto analisada desprovida dos sentimentos dos eleitores não diz quase nada. Eleitores possuem sentimentos. Ou seja: eleitores sentem aflição, tem desejos, admira o outro, tem necessidades e sentem medo. Além disto, campanhas, ou melhor, estratégias eleitorais, mudam as escolhas dos eleitores. A conjugação das estratégias com os sentimentos representa a ação diante do sentir.
O candidato X tem 42% das intenções de voto. Diante disto, alguém diz: “O nosso candidato é este”. Porém, 38% dos eleitores desejam mudança; 48% sentem medo do passado; 21% admiram o candidato Y, pois o consideram trabalhador; e 43% desejam um candidato que vem a representar o futuro da cidade.
Diante dos números sugeridos, constato que o candidato X, o favorito, representa o passado, apesar de ser bastante conhecido. Ele tem o apoio do atual prefeito, o qual não representa para os eleitores o futuro. Sendo assim, e em razão de que campanhas eleitores importam, assevero que o candidato X não é favorito. O favorito é Y, pois as circunstâncias lhe são favoráveis.
Quando a pesquisa se resume a intenção de voto, ela é um engodo.
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