Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Verdades, conselhos e prognósticos sobre a eleição do Recife

Adriano Oliveira, | qua, 26/10/2011 - 10:21
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A miopia possibilita a construção de interpretações equivocadas sobre a realidade. Interpretações equivocadas possibilitam a criação de estratégias eleitorais ineficientes ou erradas. A sabedoria política se aproxima do senso comum e por isto erros são cometidos por parte dos atores. Na dinâmica política, inocentes sofrem, pois são engolidos pelos sábios. Sendo assim, friso que:

1. Fernando Bezerra Coelho transferiu o seu domicílio eleitoral para o Recife em razão de ter a intenção de ser eleito prefeito da capital. A eleição de FBC interessa ao governador Eduardo Campos, pois este retira do jogo de 2014 o ministro.

2. Eduardo Campos não irá romper com o PT de imediato. Ele sinalizará para o PT, assim como já faz, que quem é o líder da Frente Popular é ele. Portanto, o PT terá que aceitar os interesses do governador. Desta forma, Eduardo Campos poderá vir a apoiar duas candidaturas em 2012 na disputa da capital. Sendo assim, Eduardo apoiará a reeleição de João da Costa, mas não subirá no palanque. E apoiará FBC, mas subirá no palanque. O governador dirá aos líderes do PT que a vitória de FBC ou de João da Costa permitirá a manutenção da prefeitura do Recife nas mãos da Frente Popular.

3. O governador Eduardo Campos pode vir a apoiar a candidatura de Humberto Costa a prefeito do Recife. Mas fará isto, caso o PT se comprometa em apoiar o candidato do governador em 2014 na eleição para o governo. Não é viável para Eduardo Campos apoiar a candidatura de João Paulo para prefeito. Caso isto ocorra, o governador de Pernambuco dará forças ao PT na disputa estadual de 2014.

4. Eduardo Campos trabalha com três cenários para 2014: 1) Ser candidato a vice-presidente da República na chapa de Dilma; 2) Ser candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio; 3) Ser candidato a presidente com o apoio informal de Lula. Para os dois últimos cenários ocorrerem, Dilma precisará sofrer forte enfraquecimento eleitoral.

5. Os atores da oposição, em particular, DEM, PPS e PMDB, tem chances de conquistarem a prefeitura do Recife. Mas para isto, é necessário que apenas dois candidatos sejam apresentados. Se o PSDB apresentar um candidato, aconselho que o Bloco DEM, PPS e PMDB lance apenas um competidor e procure obter o apoio de Armando Monteiro.

6. Vários candidatos da oposição interrompem o fluxo de informações para o eleitor. Pois, serão variados os atores falando mal de João da Costa. Com isto, o eleitor, o qual, neste instante, deseja mudança, pode não vir a assimilar as variadas informações advindas da oposição. Os que hoje somam percentuais de candidatos descobrirão em outubro de 2012 que vários competidores da oposição beneficiam a situação.

7. FBC é um candidato competitivo. E é possível que ele, caso dispute a eleição, afaste a oposição da prefeitura e conquiste a segunda vaga no segundo turno da disputa municipal. No caso, a Frente Popular terá dois candidatos no segundo turno, quais sejam: um do PT e outro do PSB.

8. O senador Armando Monteiro poderá vir a ser o candidato da oposição (DEM, PMDB e PPS) em 2014 para o governo do Estado. Mas isto só se concretizará, caso a oposição (DEM, PMDB e PPS) conquiste a prefeitura do Recife.

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