Jacqueline Silva

Jacqueline Silva

Meio ambiente e sustentabilidade

Perfil: Bióloga, Mestre em Gerenciamento Costeiro e Doutora em Oceanografia, é coordenadora geral dos cursos de graduação da Unidade Acadêmica de Serra Talhada da UFRPE e coordenadora do Museu de Oceanográfico do Sertão.

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Feliz dia do Meio Ambiente: do litoral ao sertão

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | ter, 05/06/2012 - 12:36
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Hoje, dia 5 de julho, comemora-se o dia do Meio Ambiente. Esta data foi instituída em 1972, no primeiro encontro que tratava as questões ambientais de maneira global. A Conferência das Nações Unidas reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais. A pauta principal deste evento foi a degradação causada pelo homem ao meio ambiente a os riscos para as gerações futuras.

Grosso modo, podemos dizer que desde este encontro muita coisa não mudou. Mas, pensar assim é muito radical, uma vez que cada dia mais as temáticas ambientais fazem parte das discussões atuais de governo e da sociedade civil como um todo.

A Rio+20 é a continuidade do trabalho construído pela ONU na década de 1970 e chega mais forte e decidida a mudar o dia a dia da população em prol da conservação do meio ambiente e garantia de melhor qualidade de vida para as próximas gerações.

Neste sentido, não podíamos ficar de fora deste processo de comemoração do Dia ambiente, e gostaríamos de homenagear os Oceanos, fontes da vida na terra, e a Caatinga. Deixamos aqui algumas dicas para que você possa contribuir para melhoria da qualidade ambiental desses ambientes.

Para o ecossistema de Caatinga:

Evite a Retirada da cobertura vegetal: Quando você corta a vegetação natural de caatinga vários problemas acontecem. Os solos ficam totalmente expostos à degradação, passam a ser erodidos e com isso, perdem condição física, fertilidade natural e capacidade de retenção de água.

Evite por fogo no lixo: Como a vegetação nessas áreas é muito seca, o fogo pode se propagar rapidamente. O fogo nessas áreas também pode causar alterações físicas no solo tornando-o impróprio para o agricultor e aumentando áreas propícias a desertificação.

Evite depositar o lixo próximo a rios e açudes: a falta de água nessas regiões é um fato que compromete mais de 70% da população. O descarte de lixo em local inadequado pode vir a comprometer a qualidade da água, tornando-a imprópria para consumo ou até mesmo poluindo o recurso de maneira a não mais servir para atividades de recreação.

Plante espécies nativas: Caso você queira ajudar na amenidade climática de sua cidade, tornando-a menos quente, plante uma arvore, principalmente  de espécies nativas.

Para os Oceanos, as dicas estão relacionadas a como você devera se comportar em um ambiente de praia, pois hoje um dos principais problemas que atingem os oceanos é a poluição por lixo. Algumas atitudes individuais e coletivas podem ser adotadas com a finalidade de minimizar a contaminação, por exemplo, por lixo plástico na praia e consequentemente no oceano.

De caráter individual posso citar:

1. Evitar o uso de descartáveis - Isso porque, caso não haja destinação adequada dos descartáveis (como copos, pratos, canudos), eles serão facilmente propagados pelas ondas e pelo vento devido ao seu baixo peso e alta flutuabilidade.

2. Caso o uso de descartáveis seja inevitável, não brinque com o lixo - É comum entre os adultos e crianças, brincar com lixo descartável. Brincar?! Você deve estar se perguntando. Sim, brincar. Quantos de nós pegamos o copinho que bebemos o refrigerante e o decompomos em flor, e depois em pequenos fragmentos que são jogados na areia e geralmente negligenciados pelos serviços de limpeza por serem pequenos. O que acontece então? Esse lixo é acumulado na areia, levado pelas ondas, podendo ser ingerido por vários animais marinhos.

3. Destinação adequada do resíduo - Para que você faça bom uso da praia, sem comprometer a qualidade desse ambiente, três passos deverão ser seguidos: RECOLHER, DEPOSITAR e DESTINAR. Recolher todo o lixo gerado ao longo de sua permanência na praia; depositar temporariamente este resíduo em embalagens para transporte ou sacolas; e ao final de sua estada, pegue a sacolinha cheia de lixo e leve-a para fora do ambiente de praia. Com esse simples ato, você assegurará que o lixo produzido será bem destinado.

De caráter coletivo, priorizando atitudes governamentais:

1. Desenvolvimento da “responsabilidade do cidadão” – Ela pode ser trabalhada constantemente em diferentes grupos-alvo, em particular as crianças. Em escolas, é interessante que os projetos pedagógicos sejam voltados para trabalhar os quatro passos do processo transformador. No caso de empresas e organizações não-governamentais, é necessário que esses programas sejam realizados através de projetos de médio e longo prazo, priorizando sempre o reconhecimento do cidadão como agente transformador do meio, podendo incluir campanhas educativas práticas.

2. Desenvolvimento de manuais para monitoramento do lixo marinho - através do monitoramento é possível determinar os padrões e tendências dessa contaminação através do tempo em diferentes locais do globo. Um manual de monitoramento ajudará a padronizar a metodologia utilizada em diversas partes do mundo, possibilitando a formulação de uma escala de contaminação desses ambientes. Esse manual também deverá contemplar ações de monitoramento do lixo abandonado nos locais próximo à linha de costa ou a caminho do mar.

3. Desenvolvimento de manuais de conduta - o lixo marinho pode ter origem em diferentes usuários da praia (banhistas, mergulhadores, pescadores). Diferentes tipos de usuários tem diferentes condutas e consequentemente, geram diferentes tipos de lixo. A elaboração de manuais direcionados para cada público tem como objetivo o bom uso do ambiente, sem que sua atividade deixe resíduo, além de minimizar os impactos da atividade no ambiente.

4. Inclusão do lixo marinho na avaliação ambiental regional e global - A partir do momento que uma classificação é imposta, padronizada e noticiada, seja ela mundial ou local, existirá uma preocupação entre os atores governamentais em se manter em uma escala adequada de classificação. Dessa forma, esses ambientes estariam mais “protegidos” deste tipo de contaminação.

Fazendo isso, o meio ambiente agradece e vai ter muito o que comemorar!

 

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