Jacqueline Silva

Jacqueline Silva

Meio ambiente e sustentabilidade

Perfil: Bióloga, Mestre em Gerenciamento Costeiro e Doutora em Oceanografia, é coordenadora geral dos cursos de graduação da Unidade Acadêmica de Serra Talhada da UFRPE e coordenadora do Museu de Oceanográfico do Sertão.

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Rio+20 e a caatinga: perspectivas sustentáveis

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | sab, 23/06/2012 - 03:00
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Nesta semana, os maiores representantes do mundo estão reunidos, na cidade do Rio de Janeiro, discutindo o futuro ambiental de nosso planeta e a preservação dos biomas brasileiros foi um dos temas que teve destaque na discussão. Dentre os biomas brasileiros mais importantes está o de caaatinga, que ocupa 18% do território brasileiro e tem apenas 53% de sua área hoje preservada. A caatinga, caracterizada pela vegetação seca e solo rachado, apresenta grande biodiversidade e abriga mais de 34 milhões de pessoas vivendo de seus recursos. No entanto, a intensidade dos danos ambientais, ocasionados pela exploração e queima da vegetação, vem gerando a desertificação e pondo em risco a biodiversidade local, bem como a vida da população que vive nessa região.

Nesta semana, os secretários estaduais e municipais de Meio Ambiente debateram sobre a Carta da Caatinga para a Rio+20. Neste evento, foram apresentadas propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para a conservação e desenvolvimento sustentável da caatinga.

Uma das grandes perspectivas para conservação do bioma está relacionado à busca pela harmonia entre a extração e exploração sustentável, de maneira a assegurar a renda da população que depende deste bioma, sem agredi-lo. Uma das preocupações hoje é assegurar que a população que vive um momento de extrema seca, possa viver com dignidade.

De acordo com Francisco Campelo, gerente de combate a desertificação do MMA, “esta reunião está buscando alternativas para o uso sustentável e que transformem a realidade cruel da seca em oportunidades de manejo e negócios verdes”. Ele ainda complementa dizendo que "não existe conservação se não houver bom uso, e sem isso não encontramos harmonia ambiental, que hoje é uma das provocações da nossa realidade. Por isso, precisamos de um marco legal que não seja inibidor do uso, mas sim provedor dessas alternativas sustentáveis para a Caatinga", defende Campelo.

Nas práticas sustentáveis, as mulheres ganham destaque através da iniciativa de criação de uma Bodega de Produtos Sustentáveis da Caatinga (negócios ecológicos como a produção de artesanato, óleos, azeites, laticínios de cabra, doces de frutas típicas da região, como umbu, caju, murici, entre outros produtos) produzidos e negociados por ela, de maneira a garantir a sociodiversidade do bioma. Outro destaque é agricultura sustentável, através do Projeto Nutre, que assegura a comercialização dos produtos da agricultura familiar na alimentação escolar das nove capitais do Nordeste.

Além dessas perspectivas, a diminuição das queimadas e o uso de fogões ecológicos pela população, asseguram a diminuição de emissões de dióxido de carbono, bem como asseguram a preservação da vegetação nativa dessas áreas e diminuição de fumaça e fuligem para a população destas áreas.

Desta maneira, os biomas brasileiros, em especial o da caatinga, assegurarão melhor qualidade de vida para população que depende deste importante bioma.

Fotos: Jacqueline Silva-Cavalcanti

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