Liderança é um dos assuntos bem discutidos no campo científico e na vida organizacional, e que possui diferentes e divergentes entendimentos. Antes de tratarmos sobre este tema, é importante compreendermos a distinção entre Liderança e Gestão. Ser um gerente é ser líder? Será que o todo líder é gerente? Certamente que não. A pessoa pode ser um líder sem ser um gestor e ser um gestor sem ser um líder (Rego, 1998). O que precisamos entender definitivamente é que gerenciamos apenas coisas, processos e recursos, através da administração e do controle, mas as pessoas nos limitamos a liderar. É, portanto, um processo relacional, não imposto, que considera tanto as características do líder como do liderado, além de todo o contexto no exercício da liderança (Pinheiro & Tourinho, 2012).
Como ser líder?
As lideranças, antes consideradas formais e rígidas, têm sido desenvolvidas para uma nova postura na sua forma de liderar, comunicar e relacionar-se com seus liderados. Os modelos estão avançando, mesmo que lentamente, de um sistema autoritativo e de controle para aqueles que consideram as relações humanas. Uma liderança mais democratizada e participativa tem sido a pauta nas organizações, uma exigência cada vez mais presente na relação entre gestores e “subordinados”. Novos comportamentos são exigidos dessas lideranças, competências muitas vezes relacionadas diretamente ao processo de comunicação, como por exemplo, o diálogo, a transparência, a coerência, o que possibilitam a construção de um ambiente confiável na empresa.
Cada vez mais, então, percebe-se a necessidade dos líderes adotarem comportamentos que possam gerar confiança nesta relação. Dentre tantos, destacamos dois comportamentos geradores de confiança: falar francamente e criar transparência, atitudes voltadas para estabelecer uma melhor comunicação entre as partes.
Se liderar é relacionar-se, o caminho, portanto, para construirmos este relacionamento é a Comunicação. O líder precisa aprender a saber o que dizer, a quem dizer, por que dizer e como dizer – de forma clara, transparente e verdadeira.
Como construir uma Comunicação de Confiança?
Antes, é preciso criar um ambiente favorável através de atitudes que expressem a integridade, coerência, honestidade na forma de comunicar da liderança. Pesquisas demonstram que a maioria dos empregados não acredita que a direção da empresa seja honesta, nem que se comunique honestamente. Há comportamentos como: dar voltas, reter informações, ser ambíguo, bajular, não se posicionar, simular, distorcer a comunicação para manipular pensamentos, sentimentos e ações.
O líder terá que abandonar práticas antigas de controle e comando e desenvolver novos padrões de comportamentos – desde uma comunicação clara, verdadeira e transparente, baseada no diálogo, até o exemplo e coerência entre seu discurso e prática. “A confiança é consequência de todas as ações e comportamentos acumulados de um líder. Quando os líderes têm uma conduta franca, aberta, coerente e previsível em relação aos seguidores, o resultado quase sempre será uma situação de confiança” (Bennis, 2008).
Sendo assim, algumas práticas adotadas pelos gestores, independente de ser líder ou não, podem ajudar a construir uma relação de confiança, como por exemplo: ouvir e dar feedback, manter-se aberto, dizer a verdade, demonstrar consistência e cumprir suas promessas.
Quando foi perguntado a Jack Welch, Ex-CEO da General Electric sobre O que é confiar? Ele respondeu: “Eu poderia dar uma definição de dicionário, mas você sabe o que é quando você sente. Confiança acontece quando os líderes são transparentes, sinceros e mantém sua palavra. É simples assim.”
Nosso Convite
Aproveitem literaturas sobre o assunto para discutir com sua equipe sobre este assunto. Será que os seus liderados confiam em você? E, consequentemente confiam na empresa? Você confia no seu líder?
Indico novamente a leitura do meu livro para provocar este debate: “Você Confia no Seu Líder? Liderança baseada na Confiança e Confiança baseada na Comunicação” – Editora Qualitymark .