Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Antônio com linhagem tucana

Magno Martins, | ter, 14/02/2017 - 08:00
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Derrotado na corrida para prefeito de Olinda, o advogado Antônio Campos, que atribui seu insucesso eleitoral aos caciques do PSB, está deixando a legenda socialista atirando. Ele não poupa ninguém. Bate duro no governador Paulo Câmara, em vários dos seus auxiliares, como o chefe da Casa Civil, Antônio Figueira, e descobriu até arapongagem patrocinada pelos seus oponentes socialistas que torciam pela sua derrocada.

Antônio promete em março anunciar, oficialmente, sua nova opção partidária, pela qual disputará um mandato de deputado federal nas eleições de 2018. O que já vazou é que está se preparando para ter bico e plumagem tucana, ingressando no PSDB. É possível. A legenda tucana é, hoje, no Estado um balaio de gatos sem dono. Depois da morte do ex-senador Sérgio Guerra, em 2014, o partido ficou à deriva.

Não conseguiu um sucessor de peso nem de liderança. Quando prefeito de Jaboatão, Elias Gomes e o seu filho Betinho Gomes, deputado federal, detinha o controle de um naco do partido, embora pequeno. Mesmo antes de virar ministro, Bruno Araújo, que poderia ter sido o novo mandachuva tucano pela relação próxima com Aécio Neves, preferiu entregar o diretório estadual ao deputado Antônio Moraes.

Bruno alegou que não tinha vocação nem saco para cuidar de assuntos da província. De olho no controle da legenda para disputar a Prefeitura do Recife, o deputado Daniel Coelho garfou outro naco do partido, mas com a derrota fragilizou-se. Sua voz já foi mais proativa. A quem ficou entregue o partido, então? O PSDB não tem, hoje, uma única voz de comando, que se imponha.

Diz um provérbio português que em casa onde falta pão, todos brigam, mas ninguém tem razão. Se optar de fato pelo PSDB, Antônio Campos não deve chegar cantando de galo, mas com o tempo, percebendo que o partido não tem comando nem liderança no Estado, cuidará de assumir um papel preponderante, principalmente se vier a ser eleito deputado federal.

DIVISOR– Logo após a divulgação de parte da delação ex-vice-presidente da Odebrecht, Claudio Melo Filho, o Palácio do Planalto já havia definido, internamente, o tratamento que seria dado a ministros do Governo que aparecessem nos depoimentos. Um ministro de Temer revelou, um dia após a delação de Claudio Melo vir à tona, que "o divisor de águas" para decidir se um ministro ficaria ou sairia do Governo seriam os pedidos de abertura de inquérito da Procuradoria-Geral da República. Até porque, avaliavam, políticos citados podem não ser alvos de investigação.

Elias abandona governador– Em baixa, vítima de uma dupla derrota – não fez o sucessor em Jaboatão nem tampouco elegeu o filho Betinho prefeito do Cabo – o ex-prefeito Elias Gomes está trocando a plumagem tucana, largando o palanque do governador Paulo Câmara (PSB) e debandando para a oposição. Qualquer nome consensual do bloco oposicionista em 2018 terá o seu apoio. Aos mais próximos, ele tem dito que não acredita na reeleição de Câmara e que pode até apoiar outro nome do PSB. Assume uma torcida, ainda silenciosa, pela candidatura alternativa de Fernando Bezerra Coelho, que, na opinião dele, assumirá o controle do diretório estadual.

Porto quer bombar Bruno– O deputado Álvaro Porto, da bancada do PSD na Assembleia Legislativa, convidou a bancada de oposição para um regabofe na casa dele, hoje à noite. O cardápio é bode assado, mas a sobremesa tem sabor eleitoral: 2018. Adepto da candidatura do ministro Bruno Araújo a governador, Porto já admite até virar tucano se o aliado conseguir unir o conjunto das oposições em torno seu nome para o Palácio do Campo das Princesas. Se isso ocorrer, as juras de fidelidade que Porto fez ao presidente estadual do PSD, André de Paula, viram letra morta.

Panelaço em São João– O prefeito de São João, Genaldi Zumba (PSD), não pagou ainda os salários dos servidores inativos referentes aos meses de dezembro e janeiro. O mais grave disso tudo é que assumiu compromisso de começar a quitar no mês passado e não cumpriu a palavra. Insatisfeitos, os aposentados promoveram, ontem, mobilizados pelo Sindicato dos Servidores Municipais, um grande panelaço pelas ruas da cidade para denunciar que o prefeito está matando muitas famílias de fome.

Barbas de molho – A surpreendente declaração do presidente Temer, ontem, afirmando que afastará ministro que for denunciado na operação Lava Jato, gerou uma grande repercussão. O delator da Odebrecht Claudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht que relatou pagamento de propina ao presidente Michel Temer, foi homenageado em 2012 pelo atual ministro das Cidades, Bruno Araújo, quando ele era líder tucano na Câmara. Em seu acordo de delação, Melo Filho afirma que desenvolveu “uma boa relação profissional e pessoal” com o tucano, chegando a falar de “relação de amizade”.

CURTAS

DÍVIDAS– O ministro da Integração, Helder Barbalho, assinou, ontem, portaria que estabelece novas regras operacionais para a renegociação de dívidas de agricultores em perímetros públicos irrigados da Codevasf e Dnocs. A medida beneficia mais de 12 mil agricultores atingidos pela seca. Os débitos são relativos a vendas de lotes para titulação e uso de infraestrutura de irrigação, conhecidas como K1. O documento regulamenta o artigo 13 da Lei n. 13.340, de 28 de setembro de 2016.

PATINHO FEIO– Não se sabe a razão, mas a direção estadual do PSB ignora a situação deplorável do partido em Triunfo. Ali, a legenda virou o patinho feio do Sertão do Pajeú e até o presidente do diretório municipal, Romildo Johnson, está prestar a pular do barco, jogando a ficha de filiação no lixo. Pelo jeito, não vai sobrar ninguém para juntar os cacos.

Perguntar não ofende: Depois do recado de Temer aos ministros, qual vai cair primeiro?

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