Primeiro lugar disparado em todas as pesquisas e franco favorito para se tornar o próximo prefeito do Recife, o senador Humberto Costa enfrenta talvez o momento mais delicado de sua vida política.
A vitória eleitoral este ano, mesmo bastante possível e até provável, diante dos números de intenção de voto, dependerá do seu desempenho pessoal diante dos questionamentos dos adversários e da superação da desconfiança do eleitorado em relação às contradições do PT num pleito marcado por um processo de escolha conturbado – sem falar na guerra do julgamento do mensalão, cujos efeitos ainda são uma incógnita na boca da urna.
Humberto terá que se equilibrar entre ser a única voz de defesa da atual gestão, como ele mesmo frisou recentemente, e ao mesmo tempo se colocar como candidato melhor do que o prefeito João da Costa, preterido pelo partido por sua incapacidade de aglutinar alianças e dar continuidade ao projeto petista que já conta doze anos no Recife.
O problema é que ele e João da Costa nunca tiveram esses amores um pelo outro, principalmente agora, depois do trauma da interdição nacional no processo de escolha na capital. Ou seja: até para elogiar o prefeito, Humberto terá que exibir muito equilíbrio emocional, para não cair em armadilhas que a oposição (Mendonça e Daniel) e a oposição de ocasião (PSB) certamente irá criar.
É costume se dizer que a vitória tem vários padrinhos, e a derrota é solitária. No caso desta eleição, o oposto parece mais correto: como chegou a dizer o vice de Humberto, o ex-prefeito João Paulo, a derrota do PT no Recife será uma derrota do partido inteiro, do diretório municipal a Lula e José Dirceu.
Por outro lado, a vitória será creditada à capacidade do próprio candidato Humberto Costa de lidar com as adversidades, e manter o favoritismo até o final.
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