Como os principais candidatos a prefeito já se reuniram nesta campanha em outras ocasiões, a coincidência que deixa apenas Geraldo Júlio à disposição das perguntas no primeiro debate na web dá margem a especulações. E a principal delas é de que, mais uma vez, o dedo dos marqueteiros pode estar influenciando a opção dos candidatos pela ausência dos principais debates, na adoção de surrada estratégia eleitoral.
É triste observar que esse tipo de consideração volte à tona num momento em que, se imaginava, a discussão em torno da cidade ganhava força. Mas bastou a subida do terceiro colocado nas pesquisas, temido pela reunião de forças políticas ao seu redor, para que os três principais adversários demonstrem pouco caso com o cidadão, ausentando-se do debate.
Pior para a democracia, em cujo nome se promovem as campanhas e as consultas populares a cada quatro anos. A omissão é o pior pecado daqueles que se dizem democratas e se escondem na hora do confronto democrático.
E pior para os recifenses, que agora ficam na expectativa de repetição da submissão dos candidatos a velhas práticas de marketing político superadas, e da redução das oportunidades de debate.
Ninguém ganha voto ficando em silêncio ou fugindo do diálogo. Melhor para quem vai, e se dispõe a falar e ouvir, para plateias qualificadas como a do Leia Já, sem a interferência do contraditório, que estimula a democracia.
É por esse tipo de atitude pequena e mesquinha que cresce no Brasil a impressão que os políticos são todos iguais e que medem o eleitor apenas por suas necessidades de plantão.
Foi lamentável.
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