A palavra coerência, vem do latim coherens, de cohaerere, o mesmo que juntar, unir, formada por com, junto, mais haerere, que significa grudar, colar, está ligada à conexão da totalidade com as partes, formando um todo lógico, e isto não se refere apenas a coesão textual, mas a não-contradição entre palavras e ação, a harmonia entre o falar e o fazer.
As atitudes coerentes de um profissional refere-se, então, ao compromisso de transformar em atos suas palavras proferidas. Como diz o ditado, “nossa palavra é nosso penhor”.
A linguagem não é simplesmente um instrumento de informação, mas uma realizadora de determinados atos, pois a palavra quando enunciada é tomada como verdade ativa (Austin, 1990). Se dissermos: “Prometo que este ano atingirei esta meta”; isto quer dizer que não estamos simplesmente enunciando que prometemos realizar esta ação e sim estamos fazendo uma promessa, realizando o próprio ato de prometer, pois como afirma Austin: todo dizer é fazer!
Sendo assim, precisamos medir o alcance das nossas palavras, elas não são jogadas ao vento. Devemos considerar o quanto elas são significativas para quem as ouve. Quando uma palavra é dada, acredita-se também naquele que pronuncia esta palavra. Portanto, jamais prometa quando não há garantia de que conseguirá cumprir.
“As ações de um homem são a verdadeira medida das suas palavras” (Ricoeur, 1988).
Coerência gera Credibilidade
Quando existe a incoerência entre o discurso e a prática do profissional, as pessoas, o mercado, não somente desacreditam no seu discurso como no próprio profissional. Agir, pois, com coerência, ou seja, a concordância entre o que se diz e se faz, gera confiança e credibilidade no profissional.
O que ocorre muitas vezes é que pensamos numa coisa, sentimos outra, dizemos outra completamente diferente, e ainda fazemos uma outra coisa. Pessoas coerentes agem em conformidade com seus valores, praticam o que falam, geram credibilidade e confiança, aquilo que pensa, sente, diz e faz, é a mesma coisa.
Por fim, torna-se imprescindível desenvolvermos nas nossas empresas (em seus mais diversos níveis hierárquicos), padrões consistentes de comportamentos, que vão desde uma comunicação verdadeira e transparente até o exemplo e a coerência entre o nosso discurso e prática. Vamos refletir sobre isso!
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”. Mateus 5:37
Nosso Convite
Já ouvimos falar muitas vezes esta expressão “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!”, principalmente quando nos referimos a educação dos nossos filhos. Mas, entendo que o que abordei acima se aplica a qualquer universo (família, empresa, sociedade, adulto, criança…). Meu convite, então, é para que reflitam neste vídeo que muito me impactou:
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