Prefeitos não influenciam

Magno Martins, | seg, 26/05/2014 - 08:37
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Toda semana um prefeito adere ao palanque de Paulo Câmara, candidato a governador pelo PSB. Há 15 dias foram os de Gravatá e Arcoverde, dois importantes colégios eleitorais. Ontem, foi o da pequenina Santa Terezinha, no Sertão do Pajeú. Que importância tem no processo eleitoral? Se o gestor estiver bem com a população, soma. 

São raros, entretanto, os que estão bem avaliados. Sem sintonia com o seu eleitorado o apoio pode ser maléfico, ou seja, tirar mais votos do que transferir. No Interior, quando a população anda desapontada com o prefeito que elegeu toda decisão tomada por ele, costuma reagir na outra mão, votando no candidato oposicionista. 

Com o municipalismo falido e prefeito se dando ao luxo de exibir carros caríssimos, como Hillux, enquanto a saúde e a educação não funcionam, a ira do eleitor aumenta muito mais. Por isso, não é bom soltar fogos para adesistas. 

Prefeito que muda de lado como o vento e de candidato ao sabor do oportunismo, ganha, consequentemente, a ojeriza e o repúdio dos formadores de opinião, perdendo o voto livre e independente. 

O que vai definir esta eleição para governador não é a soma de apoios de prefeitos, mas a grande possibilidade do eleitor casar o voto com o do seu candidato a presidente, especialmente porque, no caso de Pernambuco, pela primeira vez o Estado tem um candidato ao Planalto. 

Se Eduardo crescer nas pesquisas e sinalizar alguma chance de ir ao segundo turno evidentemente que o seu candidato no Estado, Paulo Câmara, tira dividendos. Mas se continuar patinando e Dilma ameaçar liquidar a fatura logo no primeiro turno, nem um milagre arrasta Câmara. 

Consequentemente, Armando se beneficia, assim como o candidato a senador da sua chapa, o deputado João Paulo, que já tem, historicamente, identidade com o palanque nacional petista. Se prefeito decidisse eleição ou influenciasse para cima, José Múcio Monteiro tinha derrotado Arraes em 1986 e Mendonça Filho igualmente Eduardo em 2006. 

COORDENAÇÃO – De todos os municípios que Paulo Câmara percorreu no último fim de semana o que mais atraiu público foi o de São José do Egito, administrada pelo petista Romério Guimarães. Mas isso não se deu por acaso. Foi graças ao poder de mobilização de Gilberto Rodrigues, que assumiu a coordenação regional da campanha de Câmara no Pajeú. 

Roendo as unhas – A lista dos prováveis fichas sujas do Tribunal de Contas, liberada na última quinta-feira com mais de 1,5 mil gestores, deixou muita gente com os nervos à flor da pele, entre eles pré-candidatos a deputado, com os ex-prefeitos de Serra Talhada, Carlos Evandro, e de Carnaíba, Anchieta Patriota, ambos do PSB. 

Peso dos nanicos – Na corrida presidencial, as candidaturas nanicas estão fazendo diferença nesta fase da eleição. No Datafolha, os nanicos têm juntos 7%. Numa simulação de votos válidos, isso corresponde a 9,21%. No Ibope, eles tiveram 5%. O que em votos válidos dá 6,57%. Esse desempenho está inflado, pois no pleito de 2010 os nanicos obtiveram 1,15% dos votos válidos. 

No Chevrolet - A convenção que homologará a candidatura de Armando Monteiro a governador está marcada, inicialmente, para o próximo dia 29, no Chevrolet Hall, mas pode sofrer mudança se neste dia for marcado jogo da seleção brasileira. O trabalhista falta escolher ainda o vice da sua chapa, que tende a sair do PDT ou do PP. 

No fogo ardente – O senador Benedito Lira e seu filho, o deputado federal Arthur Lira, ambos do PP de Alagoas, estariam envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato acusado de lavagem dinheiro, de acordo com a revista Veja desta semana. Candidato ao Governo alagoano, Lira já acenou pelo apoio à candidatura presidencial de Eduardo (PSB). 

CURTAS

COM OBRAS – O prefeito de Sertânia, Guga Lins (PSDB) comemorou os 141 anos de emancipação política, sábado passado, assinando ordens de serviço para duas quadras poliesportivas na zona rural e Unidades Básicas de Saúde da Família na Vila Ferro Velho e na Vila 13 de maio. 

NO RODA VIVA - Hoje, o candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, é o entrevistado do programa Roda Viva, da TV-Cultura, de São Paulo. Na próxima segunda-feira, será a vez do postulante tucano Aécio Neves. A presidente Dilma foi convidada, mas não confirmou sua participação. 

Perguntar não ofende: Por que Dilma teme o debate no programa Roda Viva? 

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