O Santa Cruz nunca esteve tão perto da primeira divisão nos últimos oito anos como está agora. O principal detentor desta façanha chama-se Oliveira Canindé.
Um sujeito humilde, que muitas vezes se perde quando quer rebuscar nas suas sinceras palavras. O jeito matuto e agregador dele motivou os jogadores e cativou a exigente torcida coral.
Mesmo que não consiga o objetivo de subir este ano, o treinador já tem o mérito de ter sido o responsável de depositar esperança naqueles que já se davam por satisfeito pelo Santa permanecer na Série B.
Após o empate dentro de casa contra o Icasa, pela 24ª rodada, confesso que acreditava que os sonhos de acesso coral terminavam ali. Mesmo na 11ª colocação e a 12 pontos do G4, era muito cedo para um previsão tão cética. Oliveira Canindé assumiu no jogo seguinte e fez uma curva ascendente na campanha tricolor.
Não houve nenhum passe de mágica pra que isso acontecesse. Bastou seriedade no trabalho.
O time basicamente é o mesmo, com exceção da defesa que durante todo o campeonato foi o grande calo de Sérgio Guedes. A chegada de Alemão e o retorno de Tiago Costa ajudaram o bom treinador cearense na guinada na reta final.
Porém o grande trunfo de Canindé não é tático, passa mais pelo lado emocional. É incrível ver a entrega do time no jogo contra o Vasco, mesmo após uma paralisação por salários atrasados.
Da mesma forma como a equipe tem muito mais vontade de subir agora. O jogo de ontem mostrou um Santa Cruz muito mais determinado e com sangue nos olhos. Se depender apenas da vontade, os tricolores estarão na Série A em 2015.
3 DENTRO
- Joinville. É de se destacar também a campanha do time do interior de Santa Catarina. Uma equipe sem grandes nomes, mas que desde o início da competição incorporou o espírito de uma Série B e está a apenas seis pontos de confirmar o seu acesso.
- Rogério Ceni. O maior ídolo do São Paulo Futebol Clube conseguiu mais uma marca nesta semana. Se tornar o jogador com o maior número de vitórias por um mesmo time. 590 no total. Até o fim da carreira, prometida para o próximos meses, o goleiro são-paulino conseguirá números ainda mais impressionantes.
- Tevez. Esquecido nas convocações da Argentina nos últimos três anos, o atacante voltará a vestir a camisa da seleção do seu país. O retorno deve-se as boas atuações do jogador com a camisa da Juventus de Turim.
3 FORA
- Portuguesa. O simpático time paulista colhe agora os frutos de uma gestão medrosa que se acovardou diante da CBF e do STJD. Abrir mão do seu direito de permanecer na Série A custou também a segunda divisão. Sobrou pra Lusa a melancólica Série C em 2015.
- Náutico. Com chances remotas de acesso, o Timbu tenta planejar o próximo ano. Mas as ações de bastidores estão atrapalhando. Diretores e comissão técnica não andam falando a mesma língua, principalmente quando o assunto são os salários. Desta forma fica difícil.
- Fortaleza. Pelo quinto ano um dos grandes times do Ceará fica pelo caminho. Uma pena que a grande apaixonada torcida tricolor tenha que encarar mais uma temporada na terceira divisão. Perde todo o futebol brasileiro.
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