Uma ferramenta muito usada na criação de algo é ter como base algo conhecido... uma história, um personagem, um universo, um conceito... pode-se aproveitar o que o público já conhece para apresentar algo novo. Mas muitas vezes a pergunta é, o quão novo é esse "novo" conteúdo?
Essa reutilização acaba sendo dividida em duas categorias distintas, chamadas "remake" e "reboot". Vejamos um pouco das características de cada uma e alguns exemplos:
Remake
Um Remake é, como a tradução literal do inglês indica, refazer alguma coisa. Um Remake pega a mesma história e reconta da mesma forma. Mas nesse caso, seria apenas uma cópia?
Por padrão os Remakes acontecem um bom tempo depois do original, de modo que o público já não será mais o mesmo. Novas pessoas terão acesso à mesma história e com isso vão gerar novo significado com ela. A sociedade também já não é a mesma, de modo que os impactos dessa história também não serão os mesmos.
Mas para além disso um outro fator costuma estar presente nos Remakes: o fator tecnológico! Com o passar do tempo, a evolução do maquinário acaba por permitir resultados superiores com a produção. Um ambiente no qual isso ocorre de modo perceptível são os games:
A versão original, "Super Mario Bros. 2", lançado pela Nintendo no ano de 1988
A versão refeita pela Nintendo no ano 1993. O mesmo jogo, a mesma história, mas com uma diferença significativa: o original havia sido lançado para o console 8 bits e apenas cinco anos depois sua versão para o console de 16 bits apresenta gráficos e som superiores, mantendo a história e personagens conhecidos.
Reboot
Diferente dos Remakes, os Reboots se apropriam de uma história, mas a modificam enquanto contam seus acontecimentos. O termo significa "reiniciar", ou partir novamente do começo para traçar uma nova trilha.
Num Reboot o público está familiarizado com o universo e personagens, mas não tem a certeza de como essa história terminará, pois ela de fato se torna uma história nova.
O jogo original da franquia The Need For Speed, lançado EA Games em 1994.
Anunciado pelos desenvolvedores como um Reboot, isso significa que a história se desenrolará de forma diferente... referindo-se a um jogo é provável que ocorra a inserção de novas funcionalidades e opções para o jogador, resultando numa experiência profundamente diferente (além da evolução do hardware, que permite uma apresentação visual reconstruída, como mencionado sobre os Remakes).
E caso você esteja se perguntando, aquela figura lá em cima seria um Reboot ou um Remake?
Na verdade, aquela figura não seria nenhuma das duas coisas... Quando a franquia de jogos Prince of Persia foi levada para o cinema (resultando no filme de 2010) a história de três jogos foram condensadas para aparecer numa película. A história foi recontada e ao mesmo tempo sofreu alterações...
Podemos dizer nesse caso que não se trata de Remake nem de Reboot, mas que essa mudança de mídia requer adaptações, resultado do processo "transmídia", mas isso fica para um próximo texto!
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