Banimento do atletismo russo tira três estrelas do Rio

Decisão do Tribunal Arbitral de Esporte rejeita o recurso contra a punição da Rússia das competições internacionais de atletismo

| qui, 21/07/2016 - 16:35
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Foto: Greg Baker, KIRILL KUDRYAVTSEV, WANG ZHAO (E-D) Os atletas Maria Kuchina, Yelena Isinbayeva e Sergey Shubenkov (E-D) Os atletas Maria Kuchina, Yelena Isinbayeva e Sergey Shubenkov

Isinbayeva e Kuchina, Shubenkov: três estrelas que almejavam o ouro nos Jogos do Rio, mas viram o sonho olímpico ir por água abaixo com a decisão do Tribunal Arbitral de Esporte (TAS) de rejeitar o recurso contra a punição da Rússia das competições internacionais de atletismo.

Isinbayeva, a 'Czarina'

Aos 34 anos, a bicampeã olímpica de salto com vara sonhava em encerrar a carreira com o tri no Rio, no sua quinta participação aos Jogos. Isinbayeva foi a primeira mulher da história a saltar cinco metros e detém até hoje o recorde mundial da modalidade (5,06 m).

Na última edição dos Jogos, em Londres-2012, a a 'Czarina' decepcionou, ficando 'apenas' com o bronze. Ela deu a volta por cima em casa, ao conquistar o tricampeonato mundial em Moscou, e depois resolveu fazer uma pausa para realizar o sonho de ser mãe.

Ao contrário de vários compatriotas, Isinbayeva nunca teve o nome citado em casos de doping. Mesmo assim, a atleta, nascida em Volgogrado, não poderá vir ao Rio, por conta da suspensão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) confirmada nesta quinta-feira pelo TAS.

"Obrigada a todos por terem enterrado o atletismo. Isso é puramente político", afirmou a veterana à agência TASS. "Sim, nossa esperança se foi", continuou a 'Czarina' em publicação na rede social Instagram. "Que todos os atletas estrangeiros 'limpos' respirem aliviados e ganhem na nossa ausência pseudo medalhas de ouro", lamentou.

A decisão teve um sabor ainda mais amargo quando se sabe que Isinbayeva almejava ser eleita na comissão de atletas do Comitê Olímpico Internacional para garantir seu futuro pós-carreira, uma possibilidade cada vez mais remota.

Kuchina, a promessa

Aos 23 anos, Mariya Kuchina simboliza o futuro do atletismo russo. Atual campeã mundial do salto em altura, ela perdeu a oportunidade de disputar sua primeira olimpíada. A saltadora despontou em 2014, quando conquistou o ouro no Mundial indoor. No mesmo ano, ela ficou com a prata no campeonato europeu. Considerada a grande promessa da nova geração de atletas russos, a natural do Caucásio russo se disse "muito irritada" com a suspensão do país.

Shubenkov, a lembrança do boicote de 1984

"Que vergonha de merda", comentou Sergey Shubenkov quando soube da decisão do TAS. "Parabéns, podem curtir seu esporte 'limpo', ironizou, no Instagram. Atual campeão mundial dos 110 m com barreiras, o atleta de 25 anos treinou incansavelmente para os Jogos do Rio na cidade de Barnaul, perto do Monte Altai, na Sibéria, rejeitando uma oferta de treinar nos Estados Unidos.

Foi certamente essa escolha que o condenou: a única atleta 'repescada' pela IAAF foi Darya Klishina, saltadora em distância que treina na Flórida e por isso atente os critérios estabelecidos, por ser submetida a exames antidoping mais rigorosos. 

Shubenkov já participou dos Jogos em 2012, em Londres, mas foi eliminado nas semifinais. Em agosto de 2015, conquistou o ouro no Mundial de Pequim, em 12 segundos e 98 centésimos. Ele é o segundo atleta da sua família a ficar fora de uma Olimpíada por conta de uma decisão tomada nos bastidores.

Em 1984, sua mãe, Natalya Shubenkova, especialista do heptatlo, não pôde disputar os Jogo de Los Angeles por conta do boicote do Bloco Soviética, em represália à decisão semelhante tomada por várias nações ocidentais em Moscou-1980.

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