O rompimento de Guilherme Uchoa e Diogo Moraes

Edmar Lyra, | ter, 13/09/2016 - 11:42
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Eleitos em fevereiro de 2015 para o cargo de presidente e primeiro-secretário da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT) e Diogo Moraes (PSB), respectivamente, não falam a mesma língua há um bom tempo por divergências de cunho político mas principalmente pessoal. Surpreende a informação porque foi graças a uma articulação de Guilherme que Diogo acabou derrotando Lula Cabral, que era o então preferido do Palácio do Campo das Princesas.

Recentemente num ato político de Fernando Aragão (PTB) em Santa Cruz do Capibaribe, o presidente da Alepe só não chamou o seu companheiro de comando da Casa Joaquim Nabuco de arroz doce, uma vez que Diogo Moraes é aliado de Edson Vieira (PSDB), atual prefeito, que tenta a reeleição. Guilherme teria confidenciado a aliados que não irá mais bancar a reeleição de Diogo.

A situação causa estranheza porque ainda em junho deste ano, Diogo rasgava elogios a Guilherme Uchoa, chegando a afirmar que não tinha a menor condição de Romário Dias (PSD), pretenso candidato a presidente da Casa, derrotar Guilherme, que está no exercício do quinto mandato consecutivo de presidente da Casa, e sinalizou que tanto ele, Diogo, quanto Guilherme teriam plenas condições de vitória na eleição da mesa, que deverá ocorrer no início de 2017.

Ainda não se sabe o que motivou tamanha ruptura entre ambos, mas quem acompanha os bastidores da Casa Joaquim Nabuco afirma que a situação é praticamente irreversível, chegando a dizer que Guilherme e Diogo estariam sequer se cumprimentando. O Palácio do Campo das Princesas estaria tentando fazer uma reconciliação entre ambos mas não obteve êxito. Esse cenário mexe diretamente com a disputa em 2017, e numa queda de braço entre o presidente e o primeiro-secretário, há uma forte possibilidade de um dos dois acabar ficando pelo caminho na próxima eleição da mesa.

Substituto - Carbonizado no cargo de secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho não tem mais a menor sustentação para continuar comandando a segurança pública de Pernambuco, pois deixou o Pacto Pela Vida perder o rumo. Para o lugar de Carvalho está sendo cotado o deputado Alberto Feitosa (PR), que atualmente ocupa a secretaria de Saneamento do Recife.

Comparação - O secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Pernambuco Felipe Carreras (PSB), que tem percorrido todo o estado representando o governador Paulo Câmara nas campanhas eleitorais, fez um discurso inflamado enumerando as obras do prefeito Geraldo Julio perguntando se tinha antes da gestão do PSB. Além disso, Carreras afirmou que Geraldo é um dos poucos gestores no Brasil que não estão atrasando salário, e por isso está merecendo ser reeleito em outubro.

Professor Lupércio - Candidato a prefeito de Olinda pelo Solidariedade, o deputado estadual Professor Lupércio é a grande sensação da disputa na Marim dos Caetés. Ele poderá ir ao segundo turno quebrando a polarização do PCdoB x Urquiza e numa segunda etapa receber o apoio de todos os candidatos que ficarem de fora contra Luciana Santos.

Consequência - Caso se eleja prefeito de Olinda derrotando Luciana Santos, o Professor Lupércio estará tirando a chance de Augusto Coutinho, presidente estadual do Solidariedade, ser efetivado como deputado federal. Apesar disso, Augusto não deve ficar chateado porque o seu partido conseguiria uma das maiores prefeituras do estado.

RÁPIDAS

Decepção - Candidato a herdeiro político de Eduardo Campos, o advogado Antonio Campos (PSB), irmão do ex-governador, está patinando nas pesquisas para prefeito de Olinda. Caso saia derrotado do processo eleitoral em outubro, Tonca estará sepultando sua breve carreira política.

Cassado - O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) teve seu mandato cassado pelos seus colegas. Ele já estava afastado do mandato por uma decisão do Supremo Tribunal Federal e foi para a guilhotina por 450 votos favoráveis a sua cassação.

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