Enfim, o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, ontem, a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar nove ministros, 29 senadores e 42 deputados federais que fazem parte da chamada "lista do Janot", conforme antecipou o jornal O Estado de São Paulo. Na lista, sete pernambucanos: os ministros Bruno Araújo (PSDB) e Roberto Freire (Cultura), os senadores Fernando Bezerra Coelho (PSB) e Humberto Costa (PT), os deputados federais Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Betinho Gomes (PSDB), além do ex-prefeito do Cabo, Vado da Farmácia (sem partido).
Também entre os alvos dos novos inquéritos, segundo o site da publicação, estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). O teor das decisões de Fachin não foi divulgado oficialmente. O texto da reportagem informa que o jornal teve acesso a despachos do ministro, assinados eletronicamente no último dia 4.
Os pedidos de investigação apresentados em 14 de março ao Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se basearam nos depoimentos das delações premiadas de 78 executivos e ex-dirigentes da Odebrecht. De acordo com o site da publicação, Fachin autorizou a quebra do sigilo das 83 investigações que ele mandou abrir a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A chamada "lista do Janot" contém 83 pedidos de abertura de inquérito, 211 pedidos de remessa de trechos das delações que citam pessoas sem foro no STF para outras instâncias da Justiça, sete pedidos de arquivamento e 19 outras providências. Segundo o jornal, o relator da Lava Jato também autorizou a investigação, no próprio STF, de um ministro do Tribunal de Contas da União, de três governadores e de 24 outros políticos e autoridades que, embora não tenham foro no tribunal, estão relacionados aos fatos narrados pelos colaboradores.
RELAÇÃO MENOR – Embora o Estadão tenha antecipado uma lista com 108 nomes, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou, ontem, que determinou a abertura de apenas 76 inquéritos contra políticos e autoridades com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht. A informação de caráter oficial, foi repassada pela assessoria do tribunal. Dessas investigações, duas estão mantidas em sigilo pelo ministro, que é relator da Operação Lava Jato no tribunal.
A madrinha é Roberta – Dez dias após a deputada Roberta Arraes (PSB) bater à porta do secretário da Defesa, Ângelo Gioia, implorando por medidas que possam minimizar os efeitos da violência em Araripina, chegou, ontem, ao município, uma unidade móvel da Polícia Civil totalmente equipada. A parlamentar só não gostou da versão espalhada na cidade pelo prefeito Raimundo Pimentel (PSL), adversário, de que seria obra dele. “Foi uma ação nossa e o secretário me ligou no momento em que estava enviando o equipamento para a cidade”, destacou.
Saindo na frente – Os primeiros a reagir, ontem, com o vazamento da lista de Fachin foram o senador Humberto Costa (PT), o ex-prefeito do Cabo, Vado da Farmácia (sem partido), e o deputado Betinho Gomes (PSDB). Humberto disse que o Supremo, lá atrás, já havia se manifestado pelo arquivamento do seu processo, enquanto Vado afirmou desconhecer ter recebido doações para a sua campanha. O deputado Betinho Gomes disse, por sua vez, não ter cometido irregularidades e que irá pedir acesso às informações ao STF com o objetivo saber do que realmente está sendo acusado. “Sou é o maior interessado nesta apuração e quero ter acesso ao teor das denúncias para poder me defender”, afirmou.
A lista dos governadores – Os executivos e ex-dirigentes da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato citaram situações suspeitas envolvendo 12 governadores. Deste total, três serão investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por terem sido mencionados ao lado de outras autoridades que têm foro privilegiado na Corte: Tião Viana (PT), do Acre; Robinson Faria (PSD), do Rio Grande do Norte; e Renan Filho (PMDB), de Alagoas. Os demais são os seguintes: Paulo Hartung (PMDB), do Espírito Santo; Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo; Beto Richa (PSDB), do Paraná; Fernando Pimentel (PT), de Minas Gerais; Flávio Dino (PC do B), do Maranhão; Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro; Marconi Perillo (PSDB), de Goiás; Raimundo Colombo (PSD), de Santa Catarina e Marcelo Miranda (PMDB), de Tocantins.
Pressão na PM – Recado do governador Paulo Câmara (PSB), ontem, ao empossar 22 novos comandantes de áreas da Polícia Militar: “Os números são muito ruins, a sensação é de muita dificuldade, mas a gente tem plena confiança no nosso trabalho, no trabalho da Polícia Militar e do comandante, que a partir de hoje tem novos comandados, uma equipe que vai ajudá-lo para alcançarmos a diminuição dos índices e ao mesmo tempo voltarmos a ter uma sensação de segurança no nosso Estado. A cobrança vai continuar muito grande e a gente espera ter resultados em um período muito curto”.
CURTAS
OPOSIÇÃO – A caravana da oposição, formada por sete deputados estaduais, cumpre agenda do “Pernambuco de verdade”, hoje, em Santa Cruz do Capibaribe. Pela manhã, o roteiro ficou restrito a entrevistas em emissoras de rádio. Depois do almoço tem visitas surpresas a obras paradas do Estado e a noite a plenária com a comunidade na Câmara de Vereadores.
FUNDO – Presidente da comissão da reforma política, o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA) defende o fundo eleitoral específico de campanhas para custear gastos dos candidatos. Sem o fundo, segundo ele, os candidatos não terão como custear despesas de campanha, como internet para divulgação das atividades, carros de som para eventos e deslocamentos dos candidatos.
Perguntar não ofende: Vem uma segunda lista de Fachin?