Desenvolvimento, juros e inovação

Janguiê Diniz, | qua, 09/05/2012 - 10:45
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As recentes decisões da presidente Dilma revelam que ela não tolerará a redução do consumo no Brasil. Dilma, assim como o ex-presidente Lula, incentiva o consumo através da oferta de crédito e da redução dos juros, este último corresponde à cobrança do governo federal por juros mais baixos nos bancos públicos, forçando as instituições privadas a fazerem o mesmo para manterem a competitividade. Consideramos  meritórias as ações da presidenta. Entretanto, a política de inovação e a astúcia precisam fazer parte das suas decisões.

A  economia do país não se desenvolve apenas por meio do consumo desenfreado. O consumo consiste em uma  variável dependente de outras variáveis independentes.  Ou seja: ele não é o meio, mas o fim do desenvolvimento sustentável. Mas para tal ampliação ocorrer são necessárias melhorias e políticas inovadoras.

Faz-se necessário entender que as reformas e as políticas diferenciadas, as quais são variáveis independentes do desenvolvimento, devem possibilitar a redução dos custos da produção dos setores da indústria e dos serviços. A reforma trabalhista é necessária, e tem o objetivo não só de reduzir custos na relação laboral, mas de possibilitar que o setor produtivo adquira facilidade para realizar contratações formais.  E, claro, não se deve desprezar o investimento maciço em infraestrutura.

O desenvolvimento econômico sustentável não é possível sem mão de obra  qualificada.  A economia mundial se transforma a cada dia. Novos produtos e serviços surgem. Hoje, não  podemos mais falar,  apenas,  em sociedade do conhecimento.   Os profissionais de hoje e do futuro precisam ter, além de conhecimento, capacidade para inovar.  Estamos diante da sociedade do conhecimento e  da inovação.

Se o debate em torno da economia brasileira se restringir apenas à redução dos juros, certamente, em longo prazo, o mercado de consumo brasileiro poderá criar “bolhas de consumo”.  Estas bolhas surgem em virtude do forte gasto e da incapacidade adquirida por parte dos consumidores de honrar com as suas dívidas. As bolhas interrompem o crescimento econômico e não possibilitam o desenvolvimento sustentável.

Portanto, a presidenta Dilma precisa ofertar a sociedade brasileira, mesmo diante das dificuldades que poderão surgir no Congresso e nos movimentos sociais e sindicatos, ações inovadoras no âmbito da economia. Apenas a redução dos juros e o aumento da oferta de crédito não colocarão o Brasil nos trilhos do desenvolvimento sustentável. Inovação é preciso.   

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