O encontro entre dois trabalhos, em uma única exposição, de dois fotógrafos chamados Alexandre: "Duas vezes Alexandre" é o nome da exposição que inaugura nesta quarta-feira (19), às 19h, na galeria Arte Plural, no Recife Antigo.
A exposição, que tem a curadoria da jornalista e mestra em comunicação Simonetta Persichetti, apresenta os trabalhos do fotojornalista pernambucano Alexandre Severo e do fotógrafo e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), o paraense Alexandre Sequeira.
##RECOMENDA##Alexandre Severo expõe suas fotografias tiradas no sertão nordestino, a partir de uma série de reposrtagens intitulada “Os Sertões”, que desenvolveu junto a jornalista Fabiana Moraes. O fotógrafo passou 25 dias vivenciando o cotidiano do sertão produzindo a série que virou um livro (editado pela Cepe Editora no ano passado), cujo objetivo era desvendar a “nova cara do sertão”, que hoje é bastante diferente da descrita por Euclides da Cunha em seu livro homônimo.
Já o trabalho de Alexandre Sequeira foi fruto da experiência de dois anos em uma comunidade de pescadores localizada em Nazaré do Mocajuba, que fica a 500 quilômetros de Belém, capital do Pará. O fotógrafo retratou pessoas que nunca haviam se visto antes por meio de imagens, revelando dados curiosos como o espanto e a “crueza” em seus rostos.
Confira a entrevista do fotojornalista Alexandre Severo ao portal LeiaJá:
Leia Já - Como surgiu o interesse de ter como referência a obra de Euclides da Cunha para executar o trabalho jornalístico?
Alexandre Severo - No caso, a matéria foi produzida para uma pauta de um caderno especial do Jornal do Commercio. Nas fotos de cada um dos personagens, trabalhei a mesma luz e usei o mesmo fundo para fazer com que existisse uma unidade entre elas.
Leia Já - Como é para o fotógrafo fazer um recorte de uma realidade da qual ele não pertence?
Alexandre Severo - A ideia da série era mostrar perfis de pessoas diferentes, e como fotógrafo, sempre vivencio realidades diferentes, que são as nossas próprias (realidades). A gente sempre chega para fotografar o que são frutos de nossas referências, o bom é quando conseguimos juntar o ideal do trabalho e, ao mesmo tempo, extrapolar as barreiras usuais.
Leia Já - Qual foi a reação dos personagens ao verem o resultado? As pessoas que foram fotografadas tiveram acesso à arte final?
Alexandre Severo - Algumas pessoas viram o trabalho ainda lá no sertão mesmo, para outras mandei depois... Todos aprovaram e gostaram muito do resultado final.
Leia Já - Como surgiu a ideia de fazer esse encontro entre a sua exposição e a de Alexandre Sequeira?
Alexandre Severo – A ideia partiu da curadora Simonetta Persichetti, que mesmo diante de trabalhos realizados em lugares totalmente distintos, terminou achando o diálogo entre os dois resultados de forma bem próxima.
Leia Já - O que as duas exposições têm em comum?
Alexandre Severo – Os dois tentam mostrar uma relação entre mundos diferentes.