Tópicos | AMAZÔNIA/DESMATAMENTO/AGU/COBRANÇA

De acordo com os dados apurados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, os reservatórios de hidrelétricas de todo o país estão com nível de água abaixo de 50%, sendo que o pior desempenho é da região Sudeste/Centro-Oeste com 20%, Sul e Norte com cerca de 29%. Um dos motivos que acarretam tal situação é a escassez de chuvas, que desde outubro de 2020 registra o menor volume de água já registrado dos últimos 91 anos. 

Para Nelson Tinoco, engenheiro civil e especialista em projetos de Geração Distribuída Mercado Livre de Energia (CCEE) e Regulação Aneel, o fator inicial deste problema está relacionado ao aumento do consumo da água, que gera uma diminuição dos recursos hídricos, uma vez que a demanda é maior que a reposição natural. “As causas são várias: crescimento populacional, desenvolvimento econômico, aumento da produção em economias emergentes, aumento das atividades produtivas, elevação do consumo de produtos que utilizam muita água na sua produção, entre outras”, cita. 

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Aliadas a estes fatores, Tinoco aponta que existem práticas humanas que desequilibram o processo natural do meio ambiente e geram consequências que afetam a vida do homem. “A destruição das florestas com as queimadas e o desmatamento também constituem um problema nessa questão. Muitas atividades antrópicas contribuem para a diminuição dessa água, principalmente com a poluição de rios e mananciais, que se tornam inutilizáveis em um curto período de tempo”, explica ele. 

Estes fatores fazem parte de um processo cujas causas estarão interligadas a outras consequências. Desta forma, o especialista afirma que a poluição dos rios e mananciais acontece pela contaminação gerada pela deposição de esgoto ou pela poluição excessiva das cidades que, por sua vez, afetam as reservas subterrâneas e superficiais, gerando a intoxicação do lençol freático. 

 Tinoco afirma que a população se torna refém dessa situação, já que a falta de água nas usinas hidrelétricas diminui a geração de energia e o país precisa recorrer às usinas térmicas para abastecer todo o setor elétrico brasileiro. Assim,  o consumidor final recebe a tarifa de energia elétrica mais cara. 

Diante dos problemas citados, Tinoco apresenta formas de contornar os problemas de escassez de água. “A melhor maneira é utilizar energias sustentáveis combinadas entre elas, diversificando a matriz energética. Com o aumento de investimento em energia solar e eólica, podemos aproveitar os períodos de secas, que interferem na geração de energia hídrica, para gerar a própria energia com o sol ou vento e economizar água”. Ele  complementa, destacando que desta forma é possível equilibrar a balança de energia no Brasil, minimizar o problema das secas nos reservatórios e até possíveis apagões.

Tinoco lembra ainda que o crescente desmatamento da Amazônia e o aquecimento global alteraram os padrões de chuva no Brasil para sempre. Portanto,  a única solução a curto prazo é diversificar as fontes de energia elétrica do país. “Administrar melhor as reservas de água e investir em tratamento de água, despoluindo rios e reaproveitando a água consumida. Vários países já mostraram que investir em novas fontes de energia e controlar o desperdício é a solução”. O especialista finaliza, reforçando que  é incoerente investir tanto em hidrelétricas quando se tem à disposição a maior fonte de energia do universo, a energia solar.

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