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A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para a escassez de medicamentos como um problema global, sobretudo em países de baixa e média renda. Segundo a entidade, desde setembro de 2021 o número de insumos em falta em dois ou mais países cresceu 101%.

“Essa escassez de medicamentos é uma força motriz reconhecida para remédios falsificados ou de qualidade inferior e acarreta o risco de muitos procurarem obter medicamentos através de meios não oficiais, como a internet”, destacou a OMS, em nota.

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O comunicado cita especificamente a escassez global - registrada em 2023 - de produtos indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e utilizados também para a perda de peso, como o semaglutida. A substância é o princípio ativo do Ozempic, caneta de aplicação na pele para controle do apetite.

“A escassez tem um impacto negativo no acesso a produtos médicos e cria um vazio que é muitas vezes preenchido por versões falsificadas”, disse a OMS, ao aconselhar pacientes a comprarem medicamentos através de fornecedores autorizados e regulamentados e a serem diligentes ao comprarem de fontes secundárias.

“Os perigos associados ao fornecimento de produtos médicos através de canais de fornecimento não autorizados ou informais podem ser considerados um comportamento de risco com consequências graves”, completou.

Anvisa

Este mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou um lote irregular do Ozempic no Brasil. De acordo com o sistema de notificação, a própria empresa detentora do registro - Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda - identificou unidades com características divergentes do medicamento original e comunicou à agência. O lote em questão é o MP5A064.

“Sabe-se que os produtos médicos falsificados não têm eficácia e/ou causam reações tóxicas. Não são aprovados, nem controlados pelas autoridades competentes, e podem ter sido produzidos em condições pouco higiênicas por pessoal não qualificado, conter impurezas desconhecidas e podem estar contaminados com bactérias”, finalizou a OMS.

Imagens capturadas de um barco turístico no Japão na semana passada mostraram um urso magro revirando pedras e mexendo em algas marinhas buscado por comida. O vídeo chamou a atenção para a crise predatória que a espécie tem vivido na costa leste da Península de Shiretoko, onde não há mais salmão para alimentar os ursos. As informações são do portal Asahi Shimbun.

A região, que é Patrimônio Natural Mundial da Unesco, tem uma das populações mais densas de urso pardo em todo o mundo, com cerca de 500 animais desta espécie vivendo lá. O consumo de salmão-rosado é uma das principais formas de alimentação dos ursos, especialmente entre agosto e outubro, no período de desova.

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Este ano, porém, os ursos que antes esperavam o salmão-rosado eclodir nos rios de Hokkaido, estão sendo forçados a ir até o mar em busca de comida. "Alguns ursos ficaram muito magros e estão passando por momentos difíceis", disse Katsuya Noda, que opera o cruzeiro, ao Asahi Shimbun. "Não há peixes nos rios, tal como no ano passado."

Uma das explicações para isso é o aumento de temperatura da água do mar. Com a água mais quente do que o normal, o salmão não consegue desovar. Muitos deles também morrem como consequência das temperaturas. A situação dos ursos-pardos se agrava com uma baixa colheita de frutos e sementes na região.

"Este ano, além da falta de salmão, as bolotas também tiveram uma colheita fraca", disse Masami Yamanaka, investigador da Shiretoko Nature Foundation, ao Asahi. "Estima-se que 70 a 80% dos filhotes nascidos este ano estão mortos. É realmente uma situação séria."

Em paralelo, cidades da região tem flagrado com mais frequência ursos pardos em ambientes urbanos. "Nos últimos anos, o número de incidentes deste tipo tem rondado os 4 a 8 (episódios), mas este ano sabe-se que há falta de comida para os ursos pardos, e pensa-se que isso esteja relacionado com o aumento do número deles em áreas urbanas", diz um relatório da Shiretoko Nature Foundation.

Em 2023, a fundação registrou o maior número de avistamentos do animal dentro de cidades desde 2018. Desde março, ursos foram vistos pelo menos uma vez por mês, com exceção de maio, tendo uma crescente desde agosto, coincidindo com o período de escassez de peixe nos rios.

As autoridades japonesas alertaram nesta segunda-feira (27) para uma possível escassez de energia elétrica, no momento em que o país enfrenta temperaturas recorde e Tóquio acaba de registrar a temporada de chuvas mais curta de sua história.

"Pedimos à população que reduza o consumo de energia elétrica no início da noite, quando as reservas de eletricidade estão em seu menor nível na grande Tóquio", afirmou o vice-secretário-geral do governo japonês, Yoshihiko Isozaki, na segunda-feira.

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O governo fez um apelo para que a população adote as medidas necessárias para se proteger do calor e evitar a insolação.

A Agência Meteorológica Japonesa (JMA) prevê temperaturas de até 35° C nesta segunda-feira no país. O termômetro não deve ficar abaixo de 34° C antes do próximo domingo.

Grande parte do Japão deveria estar na temporada de chuvas nesta época do ano, mas a JMA anunciou que esta chegou ao fim nesta segunda-feira na região de Kanto, onde fica Tóquio.

Este é o fim mais rápido da temporada chuvas - 22 dias antes do habitual - desde que o Japão começou a registrar dados comparáveis em 1951.

Além disso, a temporada de chuvas terminou nesta segunda-feira no centro do Japão e em grande parte da ilha de Kyushu (sudoeste), o que também representa um recorde.

No domingo, o termômetro chegou a 40,2° C na cidade de Isesaki, que fica 100 quilômetros ao norte de Tóquio, ou seha temperatura mais elevada registrada no Japão no mês de junho.

Com o baixo nível dos estoques mundiais e a defasagem de preços em relação ao mercado internacional, o risco de falta de diesel entrou no radar da cadeia do produto, que já tem registro de problemas pontuais. Na terça-feira (24), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) emitiu nota alertando para o risco de desabastecimento no início do segundo semestre. Enquanto isso, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou que o Brasil não vai passar imune à escassez global do produto, principalmente se a Petrobras não alinhar seus preços aos do exterior. A defasagem ontem estava baixa (2%), mas é sensível à variação do dólar e oscila, tanto que em 8 de março, por exemplo, chegou a 28%.

Os caminhoneiros, que já reclamavam do preço, agora têm mais um fator de estresse. "Exigimos transparência com relação ao estoque de diesel para o mercado interno", afirmou em nota nesta semana o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão. "Até o momento, não está faltando (em larga escala), mas estou preocupado", disse ele ontem ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Recém-saído do cargo, o ex-presidente da Fecombustíveis Paulo Miranda disse que já houve problemas pontuais em postos com bandeira branca (sem marca das distribuidoras). "Não tenho relato de falta sistêmica, mas já tivemos problema de posto do interior do Ceará ficar até três dias sem combustível; é igual uma padaria ficar três dias sem pão para vender", comparou.

Ele explicou que as grandes bandeiras - Ipiranga, Shell (Raízen) e Vibra - ficam com 70% do diesel vendido pela Petrobras e importam o restante, diluindo a diferença de preços entre os mercados interno e externo. Já os postos sem bandeira compram pouco da Petrobras e dependem de importadores regionais, ficando em desvantagem.

O risco de falta de diesel no segundo semestre pode ser agravado pelo consumo extra por questões sazonais (férias no Hemisfério Norte e safra) e circunstanciais. Além de ter havido a retomada da economia com o fim do isolamento social, a guerra entre Rússia e Ucrânia deslocou o fluxo de venda de diesel para a Europa a fim de compensar os cortes de fornecimento de petróleo e gás russo. Com estoques baixos, os Estados Unidos também estão com demanda acima do normal, o que reduz ainda mais a oferta para outros países.

'Falta de previsibilidade'

"No Brasil, o que preocupa é a defasagem de preço e a falta de previsibilidade. Os grandes importadores (Petrobras, Ipiranga, Raízen e Vibra) têm feito importações elevadas, mas os outros 300 importadores do mercado não estão conseguindo", disse o presidente da Abicom.

Na Raízen, o presidente Ricardo Mussa disse que, por enquanto, a situação ainda está "dentro do controlável". A empresa continua a importar o produto e a pagar mais para honrar os contratos com seus clientes. "O problema ainda não passou, a tempestade continua, e estamos no meio dela. Mas temos conseguido navegar bem. Conseguimos passar por momentos difíceis até agora", disse Mussa durante o Raízen Day, na quarta-feira, em São Paulo.

Conforme o presidente da Abicom, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) estão monitorando os estoques. "Todos nós temos de informar o nível de estoques e a expectativa de importação para a ANP e o MME", afirmou.

Questionada, a ANP se limitou a dizer que "monitora o abastecimento nacional de combustíveis líquidos de forma sistemática por meio do acompanhamento dos fluxos logísticos em todo o território brasileiro" e que, "na presente data, o abastecimento com diesel aos consumidores se mantém regular".

Araújo confirmou faltas pontuais relatadas à Abicom. "A dificuldade mesmo será no segundo semestre em função da incerteza. Não podemos fazer contratos sem previsibilidade de preço. Pode até mesmo não haver o produto e, se houver, vai estar muito caro. É difícil tomar uma decisão agora, ainda mais com a declarada intervenção do governo na Petrobras", disse, referindo-se à indicação de um integrante do Ministério da Economia para presidir a estatal.

Produtores pressionam por mais uso do biodiesel

O risco de um desabastecimento de diesel no segundo semestre no País levou o setor de biodiesel a defender o aumento da mistura do produto ao diesel, de 10% para 14%. Segundo o presidente do conselho de administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Francisco Turra, essa seria uma opção para amenizar eventual impacto nas bombas de combustíveis.

O Brasil gastou só em abril US$ 1,4 bilhão com a importação de diesel fóssil, maior dispêndio mensal com importação de diesel desde novembro de 2012. No ano, as importações já somam US$ 3,4 bilhões, e a tendência é de que a conta fique ainda mais salgada no segundo semestre, se a já apertada comercialização de diesel no mercado internacional ficar mais estressada, como preveem especialistas.

"Uma avaliação indicou que cada ponto porcentual de aumento no teor de biodiesel resulta em um ganho para a sociedade de R$ 30 bilhões por ano, contabilizando os aspectos sociais, ambientais, de saúde pública e econômica, a redução de custos, aumento de produção, abertura de novos postos de trabalho e melhoria da qualidade de vida com a redução da poluição ambiental", disse Turra.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Grupo de Acompanhamento das Obrigações da Faixa de 3,5 GHz (Gaispi) aprovou na quarta-feira (11) um prazo adicional de 60 dias para as operadoras começarem a rodar a tecnologia 5G nas capitais. Assim, o novo limite seria estendido para o dia 29 de setembro, às vésperas das eleições (o primeiro turno ocorre no dia 2 de outubro). A decisão ainda precisa ser avaliada pelo conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A tecnologia 5G é a quinta geração das redes de comunicação móveis. Ela promete velocidades até 20 vezes superiores às da 4G.

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Apesar do novo prazo, o conselheiro da Anatel e presidente do Gaispi, Moisés Moreira, afirmou ao Estadão/Broadcast que o sinal 5G poderá começar a funcionar em centros urbanos dentro do período previsto originalmente, 31 de julho. De acordo com Moreira, a medida foi tomada por "cautela". Segundo ele, as empresas relataram escassez de equipamentos necessários para a implantação do 5G. É o caso do aparelho que funciona como filtro nas antenas profissionais, para que não haja interferência com o sinal do 5G.

Em nota, a Anatel reforçou que o prazo adicional foi adotado pela "impossibilidade de entrega de equipamentos pela indústria", especialmente para a mitigação de interferências nas estações satelitais, dentro do prazo original.

Segundo o órgão, a Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) justificou que o lockdown na China, a escassez de semicondutores, as limitações do transporte aéreo e a demora no desembaraço aduaneiro trouxeram impactos ao projeto.

"O grupo aprovou ainda que a proposta deverá prever a possibilidade de antecipação da liberação do uso de faixa em determinadas áreas de prestação, conforme avaliação a ser realizada pela EAF e aprovada pelo Gaispi, mediante comunicação ao conselho diretor", afirmou a Anatel, acrescentando que o edital do leilão do 5G já previa prorrogação do prazo por 60 dias, desde que constatadas dificuldades técnicas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Absurdo", "frustrante". É uma situação estressante e inimaginável para muitos pais: os Estados Unidos vivem uma rara escassez de leite em pó para bebês, agravada pelo fechamento de uma fábrica da farmacêutica Abbott.

"Assim que meu bebê nasceu, notei que havia um problema e, na semana que vem, ele completará sete meses", contou Sara Khan à AFP.

Esta mãe descreve a dificuldade para encontrar caixas de leite em pó nos estabelecimentos do país. Até agora, ela dependeu de amigos e familiares, que lhe enviavam caixas de leite cada vez que encontravam uma.

"É um absurdo", acrescentou, ao lembrar que chegou a importar o produto da Alemanha.

A situação piorou quando, em 17 de fevereiro, após a morte de dois bebês, a Abbott anunciou a "retirada voluntária" do produto em sua fábrica de Michigan.

Uma investigação posterior não encontrou evidências de que as mortes estivessem relacionadas com a fórmula infantil de leite em pó da Abbott. Contudo, a produção ainda não foi retomada, piorando ainda mais a escassez provocada por problemas na cadeia de suprimentos e pela falta de mão de obra, derivados da pandemia de covid-19.

Segundo a plataforma de dados sobre consumo Datasembly, o índice de desabastecimento de leite em pó para bebês chegou a 43% no fim de semana passado, um número 10% superior à média de abril.

"É muito frustrante porque não é como se o problema tivesse surgido da noite para o dia", diz, indignada, Olivia Espinosa.

Normalmente, hospitais e pediatras entregam aos pais diversas amostras de leite em pó para poder determinar qual é a melhor para o bebê. Contudo, são poucos os que ainda têm o produto em estoque.

- Reflexo político -

Até mesmo para as crianças que não têm uma sensibilidade particular ao produto, a situação é complicada, segundo Sara Khan.

Além dos problemas de abastecimento, os pais lamentam os custos, no momento em que as lojas on-line duplicaram e, até mesmo, triplicaram os preços.

"Sabemos que muitos consumidores não puderam ter acesso ao leite em pó infantil e aos alimentos médicos que estão acostumados a usar", disse Robert M. Califf, da agência de medicamentos federal (FDA, na sigla em inglês), em um comunicado emitido na noite de terça-feira.

"Estamos fazendo o possível para garantir que haja um produto adequado disponível, onde e quando necessitem", assegurou.

Nesta quarta-feira (11), a Abbott disse que "lamenta profundamente a situação".

"Desde a retirada dos leites do mercado, estamos trabalhando para aumentar o fornecimento em nossas outras fábricas registradas pela FDA", inclusive produzindo mais e importando o produto, afirmou a empresa.

O caso já está ganhando contornos políticos.

"Exijo a ação da FDA [dirigida pelo governo] Biden para lidar com a crise de leite em pó para bebês. Os pais de todos os Estados Unidos não podem esperar nem mais um segundo", tuitou a congressista republicana Elise Stefanik.

Outra legisladora, a representante da extrema-direita Marjorie Taylor Greene, também teceu críticas no Twitter ao afirmar que "o Congresso [de maioria democrata] quer enviar quase 40 bilhões de dólares para a Ucrânia enquanto as mães americanas não encontram leite para bebês".

Por sua vez, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse à emissora CNN, no início desta semana, que o governo Biden está trabalhando "dia e noite" para encontrar soluções.

A Caoa Chery vai suspender temporariamente as atividades da fábrica de Jacareí (SP), onde monta utilitários esportivos e sedãs, por causa da falta de componentes eletrônicos que já há um ano vem comprometendo a produção da indústria automotiva.

A paralisação será iniciada em 12 de março, quando os funcionários da área produtiva terão os contratos suspensos, o chamado layoff, com duração de um mês e meio.

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Em nota, a montadora informa que a medida tem como objetivo adequar os estoques de peças da unidade no interior paulista, cujo abastecimento foi comprometido por efeitos da variante Ômicron da Covid-19. Comunica ainda que vai aproveitar o período de linhas inativas para adequar a fábrica à produção de novos modelos.

Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, o layoff de cerca de 450 trabalhadores do setor produtivo da fábrica foi comunicado hoje, tendo como motivo a escassez global de chips. Uma assembleia dos operários para tratar do afastamento temporário dos operários está marcada para amanhã na entrada do primeiro turno. A reivindicação do sindicato é por um acordo com previsão de estabilidade de emprego durante e após o layoff.

A explosão de casos de covid-19 e de pacientes com sintomas gripais tem levado a uma corrida por testes para detectar o coronavírus. Para quem procura os exames nas farmácias, as dificuldades de agendamento e a falta de estoque são os principais gargalos. Em dez unidades da região central de São Paulo das redes Droga Raia, Drogasil e Drogaria São Paulo consultadas pela reportagem nesta sexta-feira, 7, só há possibilidade de agendamento para a próxima quarta, 12. Na rede pública, prefeitos já cobram o governo federal o envio de mais kits com receio de desabastecimento.

Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontam que 283,8 mil testagens foram feitas entre 27 de dezembro e 2 de janeiro: 50% superior ao de 20 a 26 de dezembro. Já o volume de resultados positivos para covid pulou de 22,3 mil (11,8% do total) para 94,5 mil (33,3%). A dificuldade de atendimento no SUS, segundo representantes do setor, também pressiona ainda mais a rede privada. A epidemia de influenza (gripe) em vários Estados e o espalhamento da variante Ômicron do coronavírus, mais contagiosa, são os principais motivos para a aceleração da procura.

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"O problema principal hoje é o estoque", diz o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Isso porque, explica, os testes rápidos atingiram o pico por volta de maio do ano passado, quando 380 mil eram comercializados em um período de uma semana. Depois, contudo, a média foi caindo significativamente. "À medida que as pessoas foram se vacinando, a demanda foi baixando. A gente chegou a 90 mil, 100 mil testes por semana por volta de novembro. É óbvio que os sistemas das empresas vão se adaptando", conta Barreto.

"Só que a partir da segunda semana de dezembro isso começou a acelerar de uma hora para outra. Na última semana de dezembro, subiu para 280 mil testes", acrescenta ele. Além da demanda, o recesso de empresas de fornecedoras nesta época do ano e o baixo estoque nas farmácias complicam ainda mais o cenário. Agora, diz Barreto, não dá para prever o que acontecerá nas próximas semanas, até por não se saber qual será o comportamento da curva de contaminação. Mas a expectativa é que os pedidos de insumos que começaram a ser feitos com o aumento repentino da demanda comecem a chegar às farmácias e ajudem a normalizar a situação.

A Droga Raia e a Drogasil informaram, em nota, que "os testes de covid têm se esgotado rapidamente devido à alta demanda da população". Disseram ainda trabalhar para repor os estoques na próxima semana. Já a Drogaria São Paulo afirmou que, "como a procura aumenta a cada dia, os horários de agendamento rapidamente se esgotam". Acrescentou ainda se esforçar para atender a toda a demanda.

"Na semana entre Natal e ano-novo foi uma explosão de testes. Agora virou uma loucura", conta Marcelo Borges, proprietário e diretor técnico do laboratório Ourilab, no interior de São Paulo. Segundo ele, a demanda aumentou cerca de 300% na empresa, enquanto a porcentagem de testes positivos está por volta de 30%.

Borges explica que enquanto na passagem entre 2020 e 2021 também houve explosão na procura, os meses do meio do ano passado registraram "queda muito grande", o que fez com que o laboratório inclusive perdesse insumos. Isso porque, acrescenta, essa matéria-prima costuma ter vencimento muito curto, de cerca de dois meses, o que dificulta que os laboratórios façam estoques robustos para realização de testes de antígeno (o mais rápido), PCR (o molecular, considerado mais preciso), entre outros.

"Até baseados na experiência do ano passado, abastecemos, mas o estoque de testes de covid está se esgotando muito rápido. Nossa estimativa é de que deve durar mais uns cinco dias, se seguir no ritmo atual", diz o dono do laboratório. Os testes de influenza (gripe), explica, se esgotaram ao longo desta semana. "Acreditamos que os fornecedores de insumos não acreditaram tanto no aumento da demanda."

Diante do fato de os testes de influenza serem mais caros, representantes de laboratórios ouvidos pelo Estadão apontaram que, por mais que isso não seja o recomendado, pacientes com sintomas gripais têm preferido realizar só os exames de covid. Quando o resultado dá negativo, explicam, eles presumem que é gripe.

Fornecedora de insumos para diagnósticos in vitro, a Vyttra Diagnósticos informou que a busca pelo combo que testa para covid e influenza de uma só vez saltou 14.864% de novembro para dezembro. Segundo a empresa, ainda não há falta de produtos em estoque, mas há um pico na demanda desde dezembro que, estima, irá continuar enquanto o Brasil estiver "sob a onda da variante Ômicron".

"Verificamos que a Ômicron se tornou a variante predominante em nossas amostras, sendo responsável por mais de 94% dos casos de covid nos nossos testes, sendo que nos últimos sequenciamentos que fizemos, tivemos 100% de Ômicron", aponta David Schlesinger, CEO da Mendelics, empresa que produz testes e diz não necessitar de importações para seus produtos. Na 1ª semana de dezembro, a taxa de casos de positivos na Mendelics estava perto de 3%. Agora, está em torno de 23%.

Prefeito que lidera consórcio vê risco de desabastecimento

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), afirmou nesta quinta-feira, 6, ver risco de desabastecimento de testes de covid diante da escalada de infectados no País. Loureiro preside a Conectar, consórcio que reúne mais 2 mil administrações municipais. O grupo também pediu reforço na entrega de remédios para covid e influenza.

"Vai faltar teste daqui a pouco, com esse aumento da demanda que está tendo [...] O governo federal, que lidera a política nacional, precisa agir rapidamente. Além da taxa de transmissão da covid, que está crescendo de forma gigantesca, temos a questão da Influenza. Quem tem sintomas, faz teste de covid também", disse Loureiro ao Estadão/Broadcast Político.

Loureiro cita que, na capital catarinense, as três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade têm média de 800 atendimentos por dia. Na última segunda, 3, o número passou das 3,5 mil. "Na onda (de covid) que teve em março, o problema era de leitos de UTI e mortes. Em que pese a Ômicron ser menos agressiva ao corpo, esses sintomas fracos fazem com que, mesmo que você não seja internado, vá para as emergências. Os prefeitos estão sofrendo com a superlotação. A gente está vivendo colapso das unidades básicas de saúde, emergências de hospitais."

Além do aumento na quantidade de testes os prefeitos do Consórcio Conectar pedem, no ofício enviado ao Ministério da Saúde, ajuda na montagem de estrutura para aplicação dos exames. "Peguei ginásios, caminhões itinerantes para fazer a testagem, mas tem município que não consegue fazer isso. É necessário dar suporte para todos os municípios e testar todo mundo, tanto os sintomáticos quanto os assintomáticos", relata Loureiro.

Secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes afirma que o acesso dos gestores aos exames ficou mais fácil, com maior produção de kits e a oferta de produtos a preço mais baixo. A estrutura dos governos locais para abrir pontos de testagem, entretanto, é limitada. "Há dificuldade financeira de Estados e municípios abrirem rapidamente grandes quantidades de pontos de testagem, em virtude de que existe uma complexidade logística", explicou Fernandes. A ampliação da testagem na rede pública, portanto, envolveria medidas como a contratação de equipamentos de proteção individual e de uma maior quantidade de profissionais para administrar os testes, afirma o gestor capixaba.

Nesta sexta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, se for necessário ampliar a oferta de testes, a pasta vai fazer isso. O governo federal promete distribuir 6 milhões de kits de diagnóstico aos municípios na próxima semana. Para o mês de janeiro, a previsão total de entrega é de 30 milhões de unidades.

A onda de casos de Covid-19 na Malásia, país crucial na cadeia de suprimentos de semicondutores, impôs novos desafios na batalha para superar os problemas de produção industrial que se espalharam pelos setores durante a escassez global de chips. Interrupções no local acabam com as esperanças de um alívio no segundo semestre deste ano e ameaçam prolongar as incertezas sobre 2022.

A crise de oferta na Malásia, causada principalmente pela falta de profissionais, ligada a medidas de controle do vírus e combinadas com um forte aumento na demanda global, representa um novo problema para a indústria automobilística. No primeiro semestre deste ano, a escassez se deu, sobretudo, por empresas que subestimaram o ritmo de recuperação econômica e não encomendaram peças suficientes.

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Agora, enfrentam dificuldades para conseguir as peças necessárias, porque os surtos de Covid-19 estão prejudicando a produção.

"Achamos que o abastecimento está resolvido e, de repente, surge um problema em outro lugar", diz Ravi Vijayaraghavan, sócio e especialista em semicondutores da consultoria Bain & Company. Algumas das principais fabricantes de automóveis do mundo, como Toyota, Ford, General Motors e Nissan, divulgaram grandes cortes de produção, atribuídos sobretudo à escassez de chips nas fábricas da Malásia.

A Ford suspendeu o trabalho por cerca de uma semana em uma fábrica de F-150 em Kansas City, no Missouri, e em uma de Fiesta em Colônia, na Alemanha, por causa da falta de peças.

A Toyota, por sua vez, anunciou que reduziria a produção global em cerca de 40% em setembro.

A General Motors comunicou que espera fabricar 100 mil veículos a menos na América do Norte no segundo semestre do ano.

Os problemas na Malásia se devem à pior onda de Covid-19 no país desde o início da pandemia. A nação de aproximadamente 32 milhões de pessoas já registrou mais de 1,6 milhão de casos e cerca de 15 mil mortes, sendo mais da metade neste verão (no Hemisfério Norte).

Diante da escassez global de peças e componentes, a decisão das montadoras de direcionar os poucos materiais disponíveis para a produção de automóveis mais caros inverteu a pirâmide do mercado de veículos novos no Brasil. Os carros populares, que no passado estiveram na base dos melhores anos das vendas de automóveis, hoje têm uma parcela mínima da produção da indústria. O protagonismo é dos modelos mais caros, em especial dos utilitários esportivos (os SUVs, na sigla em inglês).

De acordo com levantamento feito para o Estadão/Broadcast pela consultoria Jato Dynamics, 68% dos carros vendidos no País atualmente custam acima de R$ 70 mil, enquanto os veículos abaixo desse valor representam os demais 32%. Até três anos atrás, a situação era inversa. Os veículos com preço acima de R$ 70 mil eram 40% do mercado.

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A mudança de portfólio das montadoras já vem ocorrendo há quatro anos, em parte por causa da introdução de tecnologias exigidas por regulação, que são mais caras. As fabricantes também fizeram uma reorientação. Em vez de apostar no volume, preferiram buscar o reequilíbrio financeiro com produtos voltados ao público que pode pagar por maior conforto, espaço, conectividade, segurança e eficiência dos automóveis.

A pandemia introduziu um novo elemento à equação, ao obrigar a indústria a ser ainda mais seletiva em razão da falta de peças à disposição.

Conforme o estudo da Jato, feito com base nos volumes de vendas de janeiro a junho deste ano, os carros que custam menos de R$ 50 mil, os mais baratos do mercado e que se resumem a subcompactos, representam agora só 3% das vendas.

O segmento formado por carros de R$ 50 mil a R$ 70 mil também perdeu participação. Ele é ocupado por grande parte dos modelos de entrada das montadoras. Hoje, representa 29% das vendas, menos do que os 36% do ano passado.

É justamente nas duas faixas acima que estão posicionados modelos produzidos em fábricas que pararam por períodos mais prolongados desde o início da crise de abastecimento de peças, agravada nos últimos meses pela falta de componentes eletrônicos no mundo inteiro. A fábrica do Onix, da GM - em tempos normais, o modelo mais popular do Brasil -, está parada desde março.

Neste mês, foi interrompida, por alguns dias ao mesmo tempo, a produção tanto do Gol quanto do HB20 em fábricas da Volkswagen e da Hyundai, no interior paulista. A Fiat, marca líder em vendas no ano, vem alternando férias a grupos de mil trabalhadores em Betim (MG), onde são montados modelos como Uno e Argo, além do Mobi, o subcompacto que disputa com o Renault Kwid o posto de carro mais barato do Brasil.

"A falta de semicondutores está afetando o segmento de entrada porque o foco da indústria está na rentabilidade. Os preços estão, em média, muito altos", diz o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Jato, Milad Kalume Neto.

Valores

O preço médio dos carros vendidos no Brasil gira hoje na faixa de R$ 90 mil a R$ 95 mil. Em 2012, no auge das vendas, eles custavam em média R$ 63 mil, segundo a Bright Consulting, em valores já corrigidos pela inflação acumulada.

Modelos definidos pela Jato Dynamics como carros populares, caso de Onix, Gol, Mobi e Fox, representaram menos de 2% das vendas da indústria nos últimos três meses. Por outro lado, os SUVs, que tiveram 32% das vendas no segundo trimestre, formam, junto com as picapes (18%), metade do mercado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O problema da falta global de semicondutores - que tem parado a indústria automotiva em todo o mundo, incluindo no Brasil, e muitos achavam que poderia ser resolvido até o fim do ano - está longe de ter uma solução. "Ainda não temos visibilidade de quando a produção deve ser normalizada, e nos parece mais provável que a situação se estenda para outras áreas da economia antes que uma solução seja alcançada", diz um relatório da Kinea Investimentos, gestora de recursos independente que faz parte do grupo Itaú.

Recentemente, até a Intel, uma das maiores fabricantes do produto, admitiu que serão necessários "alguns anos" para a indústria se reequilibrar. "Temos alguns anos até que possamos atender essa demanda crescente", disse o presidente da empresa, Pat Gelsinger, para o canal de TV americano CBS. Especialistas falam em pelo menos dois anos de escassez.

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Com a alta demanda por processadores, que deve continuar subindo com o rápido desenvolvimento tecnológico, e a demora para a construção de novas fábricas, preços de produtos como celulares podem aumentar 15%, segundo a consultoria KPMG (ler mais abaixo). Por outro lado, o problema tem impulsionado o setor no mercado financeiro. As ações da maior produtora de chips do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), subiram 130% nos últimos 12 meses.

O gestor de ações globais da Kinea, Ruy Alves, conta que, desde o fim de 2020, tem ampliado os investimentos não só nas produtoras de semicondutores como nas companhias que fornecem equipamentos para elas, dado que novas fábricas serão necessárias nos próximos anos.

Para Alves, o gargalo no segmento dos chips mais modernos, usados em celulares e cuja venda tem maior lucratividade, deve durar até 2022. Na Samsung, por exemplo, a chegada de um novo modelo de celular ao mercado atrasou globalmente devido à falta dos semicondutores, segundo noticiou a imprensa coreana. Em nota, a companhia informou estar "fazendo todos os esforços para mitigar qualquer possível impacto" e "trabalhar ativamente com nossos parceiros para superar quaisquer desafios de fornecimento". A empresa destacou, porém, que seus últimos modelos já estão disponíveis no Brasil.

No caso dos chips menos sofisticados, que são utilizados na fabricação de cafeteiras, por exemplo, a normalização deve levar ainda mais tempo. "Não há previsão. Nessa área, a indústria é muito segmentada e o problema deve ser resolvido depois", diz Alves.

Apesar de diferentes fatores terem contribuído para a escassez de semicondutores, foi a pandemia que deixou claro que a cadeia de abastecimento global do produto é frágil. Chips minúsculos que estão em qualquer dispositivo eletrônico hoje - de celulares a aviões -, os semicondutores passaram a ser disputados globalmente quando a quarentena aumentou a demanda por computadores, celulares e videogames. Do lado da oferta, as interrupções do trabalho em fábricas decorrentes da quarentena também geraram essa crise industrial.

Um dos pontos críticos na cadeia dos semicondutores é a concentração da produção em Taiwan. Uma única empresa - a TSMC - é responsável por 84% da produção dos menores e mais modernos chips do mundo. Com um faturamento de US$ 48 bilhões (R$ 250 bilhões) em 2020, ela detém uma tecnologia que nenhuma de suas concorrentes - a coreana Samsung e a americana Intel - consegue copiar atualmente.

Quando a maior seca dos últimos 46 anos atingiu Taiwan no ano passado, a produção nas plantas locais da companhia teve de ser reduzida. Isso porque as fábricas de chips utilizam um grande volume de água.

Além de a oferta ter diminuído por causa da seca e das paralisações provocadas pela pandemia, a demanda também aumentou com a China estocando processadores em larga escala. Pequim não só se precaveu à possível escassez decorrente da quarentena como também optou por expandir os estoques para se prevenir em meio à guerra comercial com os EUA.

Já neste ano, quando ao menos a covid-19 deu uma trégua na Ásia, uma fábrica de semicondutores pegou fogo no Japão. A planta fornecia chips para a indústria automobilística.

Futuro

Não bastassem todos esses problemas, analistas afirmam que a disputa política e econômica entre China e EUA ameaça o abastecimento futuro dos semicondutores. Taiwan diz ser independente da China desde a Revolução Chinesa de 1949. A maioria dos países e organismos internacionais, porém, não reconhece a independência do território, que tem um acordo de proteção militar com os EUA.

Nos últimos meses, a tensão entre Taipei e Pequim se intensificou, com caças chineses invadindo o espaço aéreo do inimigo e a chegada de um porta-aviões americano à região. A revista The Economist afirmou que Taiwan é hoje o lugar mais perigoso da Terra e que uma guerra no país seria uma catástrofe não só em termos humanos, mas também econômicos - tudo por causa dos chips.

Nos EUA, as gigantes de tecnologia, que sofrem com a falta de semicondutores, têm pressionado o governo para liberar financiamento para a construção de fábricas de semicondutores. O programa de US$ 2,3 trilhões de investimentos em infraestrutura do presidente Joe Biden prevê US$ 50 bilhões para a indústria de chips.

Para o consultor Marcio Kanamaru, sócio da KPMG, o Brasil deveria pensar em alguma política semelhante. "Se o País quer evoluir globalmente, precisa de uma política industrial que traga essas fábricas. Isso é essencial para o futuro. Pode ser que nem todas as fábricas sejam acomodadas nos EUA. Aí o Brasil poderia ser uma opção."

Kanamaru afirma que o problema da escassez dos chips pode ser minimizado até o início do ano que vem, mas não resolvido. "Se tudo for acelerado e fábricas começarem a ser construídas no próximo semestre, serão necessários pelo menos dois anos para a situação começar a se normalizar. Talvez fábricas menores possam ser construídas rapidamente para atender a demandas emergenciais."

Alta no valor

A falta de semicondutores em todo o mundo pressiona as empresas brasileiras que montam as placas eletrônicas usadas hoje por praticamente qualquer equipamento eletrônico. Elas relatam aumento de preços que se aproximam de 280% e atraso de até seis meses na entrega das matérias-primas.

Na Standard America, que tem fábrica em Campinas e produz placas utilizadas pelas indústrias automotiva, agrícola, aeronáutica e médica, as linhas de produção tiveram de ser desligadas e religadas diversas vezes entre janeiro e março. "Teve semana que ficavam paradas um dia, em outra, quatro dias, sempre à espera de componente", diz o presidente da empresa, Hidalgo Dal Colletto. "Agora, também estamos tendo muito desafio de compra. O mercado está de ponta cabeça."

Segundo Dal Colletto, semicondutores que antes da pandemia custavam R$ 1,80 agora são vendidos a R$ 6,80, uma alta de 278%. Na média, porém, os reajustes ficam em 30%. O empresário afirma estar repassando esse aumento aos clientes.

Para o consultor Marcio Kanamaru, da KMPG no Brasil, esse incremento no preço dos componentes deve chegar à população também, mas de forma mais moderada. "Há uma expectativa de aumento de até 25% nos semicondutores neste semestre. Isso vai elevar a pressão sobre os fabricantes de celulares, que já têm buscado inúmeras eficiências operacionais para não repassar os aumentos aos clientes. Mas eles terão de repassar pelo menos uma parte, chegando a uma estimativa de aumento em até uns 15% nos celulares e eletrônicos."

Além de mais caros, os componentes também demoram mais para chegar. Segundo Dal Colletto, os atrasos começaram há dez meses e, agora, o que era entregue por distribuidores em dois dias precisa de 180 dias. Quanto mais específico for o chip, maior o prazo de entrega.

Dal Colletto conta que os fornecedores não dão prazo para regularização, mas ele trabalha com a hipótese de começar a ver uma normalização apenas no início de 2023.

Com fábrica em Manaus e produção voltada sobretudo para as operadoras de telecomunicação, a Flex Industries passou a encomendar peças com um ano de antecedência - antes eram precisos seis meses. "Tem fornecedor que garante o abastecimento e, na data de entrega, diz que não vai cumprir com o prazo", diz o diretor comercial da empresa, Decio Libertini.

Na Flex, linhas de produção também foram interrompidas por alguns dias entre novembro e janeiro devido à falta de semicondutores e hoje a empresa paga, em média, 20% a mais pelas peças. "O prejuízo é de milhões", acrescenta Libertini.

Crise geral

O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, destaca que todos os segmentos do setor estão sofrendo. As empresas mais afetadas são as que cancelaram encomendas no início da pandemia, imaginando que a demanda demoraria para retornar, como as montadoras. "Essas foram para o fim da fila. Informática e telecomunicações também estão sofrendo, mas menos, porque a demanda foi menor no ano passado."

O executivo diz não ser possível precisar quando haverá uma normalização. "Deveremos ter esse problema, mas em uma situação menos grave, por dois anos, pelo menos. É uma indústria que exige investimento alto e poucos detêm a tecnologia."

Apesar de a maior parte dos especialistas prever que o problema é de longo prazo, as montadoras de carros esperam não enfrentar mais paralisações por causa da falta de semicondutores a partir de 2022.

"O componente é sofisticado e tem casos de ter 600 semicondutores em um determinado automóvel. É possível acontecer (novas paralisações) no segundo semestre, mas a gente espera ter um sistema mais estabilizado até o fim do ano", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, no início do mês.

Desde o começo do ano, fábricas da Fiat, da GM, da Honda e da Volkswagen pararam linhas de montagem por não ter os disputados componentes. Toyota, Volvo, Renault e Mercedes-Benz tiveram paradas pontuais e redução ou atraso de produção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com os dados apurados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, os reservatórios de hidrelétricas de todo o país estão com nível de água abaixo de 50%, sendo que o pior desempenho é da região Sudeste/Centro-Oeste com 20%, Sul e Norte com cerca de 29%. Um dos motivos que acarretam tal situação é a escassez de chuvas, que desde outubro de 2020 registra o menor volume de água já registrado dos últimos 91 anos. 

Para Nelson Tinoco, engenheiro civil e especialista em projetos de Geração Distribuída Mercado Livre de Energia (CCEE) e Regulação Aneel, o fator inicial deste problema está relacionado ao aumento do consumo da água, que gera uma diminuição dos recursos hídricos, uma vez que a demanda é maior que a reposição natural. “As causas são várias: crescimento populacional, desenvolvimento econômico, aumento da produção em economias emergentes, aumento das atividades produtivas, elevação do consumo de produtos que utilizam muita água na sua produção, entre outras”, cita. 

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Aliadas a estes fatores, Tinoco aponta que existem práticas humanas que desequilibram o processo natural do meio ambiente e geram consequências que afetam a vida do homem. “A destruição das florestas com as queimadas e o desmatamento também constituem um problema nessa questão. Muitas atividades antrópicas contribuem para a diminuição dessa água, principalmente com a poluição de rios e mananciais, que se tornam inutilizáveis em um curto período de tempo”, explica ele. 

Estes fatores fazem parte de um processo cujas causas estarão interligadas a outras consequências. Desta forma, o especialista afirma que a poluição dos rios e mananciais acontece pela contaminação gerada pela deposição de esgoto ou pela poluição excessiva das cidades que, por sua vez, afetam as reservas subterrâneas e superficiais, gerando a intoxicação do lençol freático. 

 Tinoco afirma que a população se torna refém dessa situação, já que a falta de água nas usinas hidrelétricas diminui a geração de energia e o país precisa recorrer às usinas térmicas para abastecer todo o setor elétrico brasileiro. Assim,  o consumidor final recebe a tarifa de energia elétrica mais cara. 

Diante dos problemas citados, Tinoco apresenta formas de contornar os problemas de escassez de água. “A melhor maneira é utilizar energias sustentáveis combinadas entre elas, diversificando a matriz energética. Com o aumento de investimento em energia solar e eólica, podemos aproveitar os períodos de secas, que interferem na geração de energia hídrica, para gerar a própria energia com o sol ou vento e economizar água”. Ele  complementa, destacando que desta forma é possível equilibrar a balança de energia no Brasil, minimizar o problema das secas nos reservatórios e até possíveis apagões.

Tinoco lembra ainda que o crescente desmatamento da Amazônia e o aquecimento global alteraram os padrões de chuva no Brasil para sempre. Portanto,  a única solução a curto prazo é diversificar as fontes de energia elétrica do país. “Administrar melhor as reservas de água e investir em tratamento de água, despoluindo rios e reaproveitando a água consumida. Vários países já mostraram que investir em novas fontes de energia e controlar o desperdício é a solução”. O especialista finaliza, reforçando que  é incoerente investir tanto em hidrelétricas quando se tem à disposição a maior fonte de energia do universo, a energia solar.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que vai implementar um protocolo de racionamento do uso de oxigênio em hospitais. Com o sinal vermelho para a falta de insumos de intubação no país, em sessão no Senado nessa segunda-feira (30), o cardiologista prometeu uma resposta em até 15 dias.

"Estamos trabalhando na área técnica, convidei o professor Carlos Carvalho da USP para trabalhar conosco em protocolos assistenciais que, entre outras coisas, racionalizem o uso de oxigênio. Todos sabemos que muitas pessoas chegam aos hospitais e às vezes a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa. Vamos tentar economizar, fazer uma campanha entre os profissionais de saúde para o uso racional do oxigênio", afirmou Queiroga, que sugere economizar o oxigênio para evitar o desabastecimento total.

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Insumos para intubação

Sobre a escassez dos 'kits intubação' aos leitos de UTI, o ministro disse que a pasta tenta viabilizar a compra, mas a oferta no mercado é baixa. Ele jogou a responsabilidade para os Estados mas, ainda assim, garantiu que a situação será resolvida em até 15 dias.

"Lembrando que essa é uma atribuição das secretarias de saúde. O ministro da Saúde não pode ser o AGR, almoxarife real da República, só para estar cuidando dessa agenda. Tem que existir um esforço também dos secretários municipais e estaduais para se somar com o Ministério da Saúde, não é só jogar a bomba para a gente. Não é tripartite? Vamos compartilhar as responsabilidades, porque o Ministério da Saúde não pode só ficar enxugando gelo", afirma.

A pandemia de coronavírus comprometeu o já limitado estoque de oxigênio médico em todo o mundo, afirmou a ONU nesta quinta-feira (25) ao anunciar o lançamento de um grupo de trabalho de emergência para buscar soluções para a crise. Embora o oxigênio seja um medicamento essencial para o tratamento eficaz de pacientes com Covid-19, custos, infraestrutura e barreiras logísticas limitam os estoques em todo o mundo.

A falta de cilindros causa mortes desnecessárias - o Estado do Amazonas, por exemplo, registrou alta de 41% no número de óbitos por covid-19 após a crise do oxigênio em Manaus.

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Os países de baixa e média renda são os principais atingidos. Nos últimos 90 dias, eles usaram em média 7.792.550 metros cúbicos de oxigênio por dia - 2.107.147 só no Brasil. A ONU estima que, nestes países, mais de meio milhão de pacientes com covid-19 necessitam de tratamento com oxigênio todos os dias. Vinte e cinco países, a maioria na África, relatam picos de demanda.

Na América Latina, a segunda região do mundo com mais mortes por coronavírus, uma cena de desespero se repete: pessoas em filas intermináveis pagam preços exorbitantes por um cilindro de oxigênio, enquanto pacientes morrem asfixiados em hospitais. No Peru, os preços de cilindros dispararam mais de 300%; no México, autoridades observaram aumento de 700% na demanda de gás entre 20 de dezembro e 20 de janeiro.

De acordo com a ONU, serão necessários US$ 90 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões) de financiamento imediato para atender às necessidades urgentes em até 20 países de baixa e média renda. No total, estima a ONU, a emergência demandará US$ 1,6 bilhão (aproximadamente R$ 8 bi).

O fornecimento mundial de oxigênio já era limitado antes da pandemia para tratar doenças como a pneumonia, que deixa 2,5 milhões mortes todo ano.

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), afirmou que solicitou ajuda ao governo federal para evitar um colapso na saúde do Estado. Segundo ele, os recursos para manutenção durante a pandemia da Covid-19 só são suficientes para os próximos três meses.

“Só tenho recursos para, no máximo, três meses para manter a estrutura, e olhe lá. Eu tenho um saldo na conta hoje de R$ 42.597.948,63 no caixa do Covid-19. Por mês, são de R$ 12 a R$15 milhões com os gastos”, disse ao UOL.

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O Acre enfrenta diversas crises desde o começo deste ano, na última terça-feira (16) o governador decretou estado de emergência. A decisão foi tomada devido aos problemas com a lotação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19, cheia dos rios que desabriga mais de 150 famílias, surto de dengue e a crise migratória na fronteira do com o Peru.

Assim como outros Estados do Brasil, o Acre também lida com a falta de vacinas para atender a demanda populacional. O governador pede que seja dada prioridade a eles na distribuição de novas remessas do imunizante, e cita o caso do Amazonas.

“Se você contar, são 400 mil munícipes [do Amazonas] que dependem da nossa saúde pública, e não vamos negar atendimento. O que é pouco para outras regiões, para cá é muito: temos uma população de 900 mil habitantes. E, se você olhar, temos aqui a fronteira com Amazonas, com Rondônia, com Peru e com Bolívia, além a situação dos haitianos. Tudo isso nos traz ainda mais preocupação pela Covid-19", afirma Cameli.

Após a morte de seis pessoas de uma mesma família, em menos de 24 horas, na cidade de Faro (PA), devido a complicações por covid-19 e falta de oxigênio hospitalar na Unidade Básica de Saúde (UBS) onde foram atendidas, o governo do Pará trabalha para garantir o abastecimento do produto nas cidades paraenses que fazem divisa com o estado do Amazonas.

As mortes ocorreram entre segunda-feira (18) e terça-feira (19). Segundo a secretaria estadual de Saúde Pública (Sespa), já na noite desta segunda-feira, 159 cilindros de oxigênio medicinal foram levados de caminhão para Santarém, de onde foram transferidos para outras cidades do oeste paraense.

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Segundo a pasta, o produto já foi distribuído para quatro municípios, entre eles, Faro, que recebeu 20 cilindros. Setenta e nove recipientes foram remanejados para Oriximiná. Já as cidades de Terra Santa e Juruti receberam 30 recipientes cada.

Ontem (20), o governador Helder Barbalho conversou, por videoconferência, com prefeitos de cidades paraenses que fazem divisa com o Amazonas, estado onde o número de mortes por covid-19 aumentou na semana passada por causa da falta de oxigênio em hospitais públicos e privados. Desde a última segunda-feira (18), seis pacientes com a covid-19 foram transferidos do Amazonas para o Pará, em estado grave. São cinco mulheres e um homem.

Além de ouvir as demandas dos prefeitos do oeste paraense, Barbalho também se reuniu com representantes de empresas que fornecem oxigênio para o Pará. Ele garantiu que não há escassez de oxigênio medicinal no estado.

“Tem leito e há oferta de oxigênio. Não podemos confundir falta de gestão e busca ao produto com escassez. Isso está longe de acontecer”, afirmou Barbalho, atribuindo às prefeituras a responsabilidade de planejar suas ações de forma a não faltar insumos médicos e equipes de profissionais da saúde.

“As prefeituras devem ter planejamento para garantir equipes médicas e suporte de insumos. O governo do estado está à disposição naquilo que nos cabe, mas tive a comunicação de que as empresas que fornecem oxigênio têm condições de atender [à demanda]. Elas dependem das solicitações de cada município”, acrescentou.

Hoje (20), os secretários adjunto da Sespa, Sipriano Ferraz, e o secretário regional de governo do Baixo Amazonas, Henderson Pinto, viajaram para Faro. Eles vão verificar a estrutura hospitalar da região e checar eventuais demandas das autoridades locais.

O governo do estado também pediu à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorização para que o serviço aeromédico possa pousar em Faro a fim de transferir para outras localidades os pacientes que precisarem.

Em nota, a Sespa informou que o fornecimento de oxigênio para o estado é capaz de suprir a demanda de todas as cidades paraenses, e ainda apoiar outros estados, como o Amapá e o Maranhã. Ainda assim, a pasta alertou às secretarias municipais para que estejam atentas à situação.

“Por causa da municipalização da saúde, cada prefeitura é responsável pela manutenção de contratos e aquisição do produto para abastecimento local, cabendo então à gestão estadual a compra e o abastecimento de oxigênio dos hospitais estaduais”, informou a Sespa.

Aveiro

Ainda na divisa com o Amazonas, próximo a Santarém, a prefeitura do município de Aveiro decidiu restringir a circulação de pessoas a fim de tentar conter a disseminação do novo coronavírus e o consequente aumento do número de casos da covid-19.

Decreto assinado pelo prefeito Vilson Gonçalves estabelece toque de recolher na cidade, proibindo o trânsito de pessoas nas vias públicas de todo o município após as 22 horas. Comércios, bares, restaurantes e similares também terão que fechar suas portas a partir deste mesmo horário. Além disso, estão suspensos o funcionamento de espaços desportivos (como academias e escolas de treinamento), as atividades de balneários, clubes e similares e vendas ambulantes.

Quem chegar à cidade após passar por locais classificados como de risco vermelho para o contágio da covid-19 deverá passar ao menos 14 dias em isolamento domiciliar, mesmo que não apresente sintomas da doença. O início das aulas presenciais em estabelecimentos de ensino públicos e privados também está suspensa por tempo indeterminado, de forma que o ano letivo começará por meio de aulas remotas.

 

O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que, em apenas uma semana, 60% dos 1.662 leitos de baixa e média complexidade criados na cidade de São Paulo para pacientes com coronavírus foram ocupados. "Mas até sair no jornal esse número já terá aumentado. Ou as pessoas ficam em casa e impedem a doença de se proliferar ou não haverá leito para elas em uma semana", disse.

"Mesmo com todos os leitos que ainda vamos instalar, os dados mostram que tudo será ocupado muito rapidamente. Seguramente a gente vai ocupar em um curto espaço de tempo", afirmou Aparecido.

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Ontem, o hospital de campanha montado no Anhembi, na zona norte de São Paulo, foi inaugurado e recebeu os primeiros oito pacientes. Neste primeiro momento, o Anhembi conta com 326 leitos, segundo Aparecido, mas a capacidade total será de 1,8 mil.

Além do Anhembi, a Prefeitura e o Estado montaram um hospital de campanha no Pacaembu, que já recebeu 47 pacientes. Um outro hospital será montado no Ginásio do Ibirapuera, na zona sul da capital.

A Prefeitura destaca que essas estruturas recebem pessoas transferidas de ambulâncias e de outras unidades, ou seja, ninguém deve procurar um hospital de campanha diretamente.

O Estado de São Paulo acumula no Brasil o maior número de mortes relacionadas à pandemia do novo coronavírus. Das 1.124 mortes confirmadas no Brasil em decorrência da covid-19, 560 ocorreram no Estado de São Paulo, a maioria na capital.

Mas o número pode ser bem maior, já que há uma longa fila de testes à espera de resultado. De acordo com o secretário, a Prefeitura aguarda resultados dos exames de cerca de 700 pessoas que morreram por síndrome respiratória aguda.

"A gente tem um conjunto de suspeitos que morreram com problemas respiratórios e nós fizemos o teste mas ainda não saiu o resultado", explicou. "Temos cerca de 12 mil exames feitos na cidade que estão no Instituto Adolfo Lutz. Desses, cerca de 700 vieram a óbito." A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estado.

Ainda segundo o secretário, a doença está se disseminando muito rapidamente nas periferias, localizadas nos extremos das zonas leste, sul e norte. "Está indo em uma velocidade muito grande, maior neste momento na periferia do que no restante da cidade", explicou.

Assalto. Policiais do Departamento de Operações Estratégicas (Dope) detiveram ontem mais de dez suspeitos de integrar uma quadrilha que roubou 15 mil testes para covid-19 e 2 milhões de máscaras do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Segundo a polícia, eles guardavam os materiais em um galpão no Ipiranga, na zona sul.

Agentes da polícia se passaram por compradores do material e se comprometeram a dar R$ 3 milhões pelos testes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A província de Bergamo, mais atingida pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália, tem convivido com a escassez de caixões por causa do grande número de mortos na emergência sanitária. O funcionário de uma funerária da província contou ao jornal Eco di Bergamo" que está trabalhando "de 12 a 14 horas por dia, sem parar nem mesmo para comer".

"Não é fácil encontrar caixões. Nos últimos dias, encomendamos uma quantidade, mas a empresa veneziana não conseguiu entregá-los. Então fomos buscá-los com uma van. Dos 60 caixões pedidos, nos deram apenas 30. Estamos em colapso", disse.

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 Segundo o funcionário, uma família chegou a esperar a funerária por 14 horas. "Quando a morte acontece no hospital, os corpos são colocados em sacos pretos e ficam ali uns dois dias antes que possamos pegá-los", contou.

O presidente de uma associação que reúne funerárias de Bergamo, Antonio Ricciardi, disse que as empresas já estão se preparando para suspender as atividades. "Após terem resistido por mais de 20 dias e após terem começado a contar os próprios caídos, as empresas foram forçadas a ter escolhas de princípio. Os trabalhadores do setor não são examinados, não há equipamentos de proteção individual", declarou.

A província concentra 6.471 dos 63.927 casos do novo coronavírus na Itália, o que representa 10% do total. Nas últimas semanas, fotos de caminhões militares em fila para levar corpos de bergamascos para outras regiões da Itália rodaram o mundo.

Além disso, o Eco di Bergamo, que costumava publicar até duas páginas de obituário em suas edições, agora destina mais de 10 para dar espaço a todos os mortos. 

Da Ansa

As medidas para conter o coronavírus na União Europeia (UE) não provocaram, até o momento, escassez de medicamentos - informou a agência europeia do setor nesta terça-feira (10).

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) descartou que haja problemas nas cadeias de abastecimento e prometeu ações coordenadas da UE, em caso de "confinamento temporário de fábricas manufatureiras em lugares afetados pela Covid-19, ou em caso de restrições que afetem o transporte".

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"Podemos esperar problemas de abastecimento, se continuarem os confinamentos e/ou se houver outras alterações do fornecimento", indicou a EMA.

A maioria dos medicamentos usados na Europa é elaborada com moléculas produzidas na Ásia, em particular na China. A epidemia de coronavírus surgiu no gigante asiático em dezembro passado.

As autoridades chinesas impuseram quarentena a dezenas de milhões de pessoas e obrigaram o fechamento de fábricas, o que afeta as exportações de todo o tipo de produto.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, esteve em reunião com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo) na manhã desta sexta-feira (28) para detalhar os termos das ações para evitar a escassez de itens de segurança e de prevenção contra o novo coronavírus no Brasil.

“Foi boa a sinalização do pessoal da Abimo. Estou bastante otimista”, disse Gabbardo. A reunião continuará à tarde, e os termos serão divulgados em coletiva à imprensa. 

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Segundo Gabbardo, o encontro é para explicar as necessidades urgentes de estoques de máscaras e aventais, por exemplo, e que as empresas precisararão priorizar a venda de tais itens para a rede pública de saúde do país. De acordo com  secretário, empresas desistiram de licitação com o governo para exportarem sua produção. Por outro lado, a rede pública de saúde já começou a enfrentar a escassez desses itens. 

Em coletiva de imprensa na tarde dessa quinta-feira (27), Gabbardo levantou a possibilidade de usar meios jurídicos para apreender esses produtos e assim evitar o desabastecimento no mercado interno. “Se necessário, vamos impedir a exportação desses produtos e se for necessário vamos solicitar a apreensão dos produtos na própria fábrica”, disse.

Coronavírus no Brasil

O Brasil tem um caso confirmado de infecção pelo novo coronavírus e 132 casos suspeitos, com expectativa de que esse número aumente para aproximadamente 300 casos. Dentre os 132 casos já suspeitos contabilizados, 70 são na Região Sudeste, dez na Região Centro-Oeste, 37 na Região Sul, 15 na Região Nordeste e nenhum caso suspeito na Região Norte. Na China, a doença covid-19, provocada pelo novo coronavírus, já matou mais de 2700 pessoas.

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